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O aparecimento da mutuca e o fim do inverno! A picada pode causar necrose!


Ao contrário das TANAJURAS, a Mutuca representa um mau sinal por aparecer no final de abril e maio, período em que as chuvas diminuem. Coincidência ou não, este inseto aparece junto à floração de marmeleiros, planta comum na caatinga. O inseto com aparência de uma mosca tem dois tipos, a mutuca de cavalos e a comum, ambas com uma picada intensa e dolorosa. Há casos de pessoas alérgicas que além da intoxicação perderam braços por causa da gangrena, necrose, infecção e morte dos tecidos da pele.

Leia e se informe: 

Tabanidae é uma família de dípteros da subordem Brachycera. Popularmente, as moscas dessa família são conhecidos pelos nomes de mutuca, butuca, moscardo, motuca e tavão.
Etimologia
Os termos "mutuca", "butuca" e "motuca" vêm do tupi mu'tuka, que significa "picar, furar, cutucar, pungir". 
Características
De corpo robusto e de tamanho médio a grande, apenas as fêmeas são hematófagas. São incômodas ao gado e ao homem devido a inserção do estilete frontal sobre a epiderme da pele, que podem causar necrose por ovos injetados na carne musculosa. Seus ovos eclodem dentro da pele e as larvas podem ser criadas dentro do corpo, como bernes. Diferentemente das fêmeas, os machos se nutrem de seiva, néctar e fezes.
Sugam o sangue de mamíferosrépteis e eventualmente de aves e anfíbios. Preferem viver perto de ambientes aquáticos, exceção feita a algumas espécies de regiões áridas.
RESUMO
Os insetos da família Tabanidae (Diptera), conhecidos vulgarmente como mutucas, são considerados potenciais pragas ao homem e animais domésticos pelo comportamento hematófago de suas fêmeas. São capazes de transportar mecanicamente vírus, bactérias e helmintos, pelo fato desses patógenos aderirem-se à estrutura da probóscide. As coletas dos insetos Foram realizadas em áreas peri-urbanas e florestadas, utilizando-se armadilhas Malaise e cavalos como isca. Após a identificação dos tabanídeos, os exemplares foram dissecados e submetidos ao estudo bacteriológico, no corpo inteiro, superfície do corpo, aparelho bucal e intestino. Após o isolamento das bactérias nos meios Ágar sangue, Ágar MacConkey e Chapman, estas foram identificadas bioquimicamente. Foram coletados 400 tabanídeos de 18 espécies, destacando-se: Dichelacera bifacies, Leucotabanusexaestuans, Tabanus antarcticus, T. occidentalis var. dorsovittatus. Foram isoladas 24 espécies de bactérias, destacando-se: Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Enterobacter cloacae Serratia marcescens. Este é um trabalho pioneiro sobre as espécies de bactérias encontradas em tabanídeos na América do Sul. Os resultados mostraram que as espécies Serratia marcescens, Escherichia coli Staphylococcus aureus são consideradas as mais importantes no aspecto médico-sanitário e foram encontradas nas seguintes espécies de tabanídeos: T. occidentalis var. dorsovittatus, T. indecisus, T. trivittatus, T. sorbillans T. olivaceiventris. Na superfície do corpo dos tabanídeos identificou-se o maior número de bactérias.
INTRODUÇÃO
As moscas, conhecidas vulgarmente como mutucas, são da ordem Diptera, subordem Brachycera e família Tabanidae, com mais de 4.200 espécies conhecidas no mundo. Na América Central e do Sul existem mais de 1.800 espécies. Na Amazônia, megarregião com a maior reserva de floresta tropical do mundo, atualmente, existem pelo menos 250 espécies de tabanídeos registradas (Henriques, 1999).
A frequência de tabanídeos atacando os animais em busca de repasto sanguíneo é influenciada por fatores ambientais, como a temperatura, a umidade do ar e a intensidade da luz (Roberts, 1966). Gorayeb (1985; 1993) estudou as espécies da Amazônia Oriental e correlacionou atividade de sazonalidade das espécies mais abundantes com fatores climáticos, indicando o número de espécies em atividade em cada mês, na mata e em áreas abertas. Gorayeb (2000) estudou a atividade de hematofagia das espécies da Amazônia Oriental e sua variação ao longo do dia, correlacionando-as com fatores climáticos.
Segundo Krinsky (1976) e Foil (1989), as fêmeas destes insetos apresentam várias adaptações relacionadas ao hábito hematófago, que aumentam o seu potencial como vetores de agentes infecciosos. Dentre essas adaptações, são destacadas a anautogenia, a telmofagia, o grande volume de repasto sanguíneo, o longo tempo de repasto sanguíneo e a interrupção da alimentação. Acentua-se que estes insetos são importantes porque, além de incomodar o homem pelos ataques à procura de repasto sanguíneo, são potencialmente transmissores de doenças para os animais e para o homem, sendo capazes de transportar mecanicamente vírus, bactérias, protozoários e helmintos, pelo fato desses patógenos aderirem-se à estrutura da probóscide.
Os eventos que conduzem a transmissão mecânica de patógenos dão-se pelo fato do inseto iniciar a alimentação em um hospedeiro infectado e, ao ser interrompida, por causa da dor sentida, o inseto é deslocado e move-se a outro hospedeiro, transportando o agente dentro do corpo ou na parte que entra em contato com o hospedeiro, repassando o agente por um ferimento.
A proximidade de hospedeiros infectados e suscetíveis aumenta a probabilidade da transmissão mecânica de agentes, independente do agente envolvido (Foil, 1989). Estudos realizados por Ribeiro e Gorayeb (2001) demonstraram que o distanciamento mínimo de 200 metros entre os animais é uma barreira eficiente para prevenir a transmissão de possíveis agentes etiológicos por tabanídeos.
As principais espécies de bactérias patogênicas transmitidas mecanicamente pelos tabanídeos em animais são: Anaplasma marginale (Lotze, 1944; Piercy, 1956; Abramov; Grobov, 1968; Wiesenhutter, 1975; Hawkins et al., 1982), Bacillus anthracis, Pasteurella multocida, Francisella tularensis (Klock et al., 1973), Clostridium chauvoei, Brucella sp., Listeria monocytogenes Erysipelothrix rhusiopathiae, embora somente algumas delas tenham sido demonstradas experimentalmente (Krinsky, 1976).
Krinsky (1976) e Foil (1989) apresentam uma revisão mundial com mais de 30 enfermidades possivelmente transmitidas por tabanídeos. Os estudos sobre a importância de tabanídeos transmitindo doenças foram executados em várias regiões, mas, nos neotrópicos e no Brasil, raros são os estudos a este respeito e muito pouco se pode afirmar sobre o grau de importância das mutucas na transmissão de doenças para o homem e os animais por ele utilizados (Gorayeb, 1985). Lutz (1922) afirmou que o papel das mutucas na transmissão de micróbios e parasitos maiores não é provavelmente tão insignificante quanto a princípio se acreditava. Além da capacidade de transmitir bactérias, algumas espécies de tabanídeos são transmissores biológicos comprovados de outros agentes etiológicos, como o protozoário Trypanosoma vivax, parasita de bovinos na América do Sul, que é transmitido por Tabanus nebulosus DeGeer e por Tabanus importunus Wiedemann (Raymond, 1990; Otte, 1991).
Diante desta escassez de dados relacionados à transmissão mecânica ou biológica por tabanídeos nos Neotrópicos e, principalmente, na Amazônia, este trabalho pretende acrescentar informações sobre as espécies de bactérias, inclusive patogênicas, que podem estar sendo transportadas pelas espécies de mutucas mais abundantes no nordeste do estado do Pará, Brasil.
MATERIAL E MÉTODOS
As coletas de tabanídeos foram executadas em áreas florestadas do Campus de Pesquisa do Museu Paraense Emílio Goeldi, no bairro da Terra Firme, Belém, nas imediações do Parque Ambiental de Belém; em áreas florestadas das imediações do Campus do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua; e na Fazenda Morelândia, no município de Santa Bárbara, no período de março de 2003 a dezembro de 2004.
Os tabanídeos foram coletados utilizando-se armadilhas Malaise (Gressit; Gressit, 1962) e redes entomológicas, e um cavalo foi utilizado como isca para atraí-los. Com a finalidade de minimizar as possibilidades de contaminação, durante os procedimentos de coletas das mutucas, todos os materiais utilizados (redes entomológicas, armadilhas, tubos de ensaio, luvas e outros) foram previamente esterilizados. Após a coleta, os exemplares ainda vivos foram identificados a nível de espécie e separados em grupos que variavam de um a sete exemplares para o cultivo de bactérias.
A presença de bactérias em diferentes partes do corpo dos tabanídeos foi estudada seguindo três procedimentos: 1) utilizando cabine de fluxo laminar, para estudo de bactérias que podem estar presentes no corpo inteiro, as mutucas da mesma espécie foram maceradas em um gral com solução fisiológica estéril (0,85%) e, em seguida, alíquotas da suspensão foram cultivadas nos meios de cultura TSB (Tryptic Soy Broth) e Tioglicolato de sódio com Resazurina, incubados a 36oC por 24 horas; 2) para estudo das bactérias que podem estar presentes na superfície do corpo, as mutucas foram lavadas separadamente nos mesmos meios de cultura, incubados a 36oC por 24 horas; 3) no estudo das bactérias existentes no intestino e aparelho bucal, as mutucas foram expostas à luz ultravioleta (UV) por 30 minutos e, em seguida, foram dissecadas, utilizando tesoura entomológica, pinça e estilete esterilizados. Os aparelhos bucais e intestinos foram macerados e cultivados nos meios de cultura já citados, incubados a 36oC por 24 horas. Com o propósito de avaliar a eficiência do tratamento com UV (controle), um exemplar de cada grupo foi inoculado em meio de TSB e incubado a 36oC por 24 horas.
Todos os procedimentos bacteriológicos foram realizados no Laboratório de Bacteriologia Geral da Seção de Bacteriologia do Instituto Evandro Chagas, Ananindeua, Pará.
Dos meios de cultura que apresentaram crescimento bacteriano (turvação do meio), uma alíquota de cada um destes meios foi semeada nos meios de cultura Ágar sangue, em 5 a 10% de CO2, Chapmam e MacConkey, incubados a 36oC por 24 horas. Os testes bioquímicos utilizados para identificação foram: glicose, lactose, sacarose, manita, maltose, indol, citrato de Simmons, nitrato, uréia, fenilalanina e os testes de motilidade. A identificação bioquímica das bactérias isoladas seguiu as recomendações adotadas por Edwards e Ewing (1986) e Koneman (2001). Foram utilizados também os sistemas ID 32 E, API 20 E, API 50 CH, ID 32 STREP e ID 32 STAPH (Bio-Merieux, França).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram coletados cerca de 400 tabanídeos. Para a realização dos ensaios, foram selecionados 130 exemplares. Todos os exemplares foram registrados e agrupados de acordo com as respectivas espécies e grupos para ensaio bacteriológico.
Foram isoladas e identificadas 24 espécies de bactérias em 18 espécies de tabanídeos (Tabela 1). As espécies de tabanídeos mais freqüentes foram Tabanus occidentalis var. dorsovittatus Macquart, Leucotabanus exaestuans (L.), Tabanus occidentalis var. modestus Wiedemann e Tabanus trivittatus Fabricius, sendo que T. occidentalis e suas variedades apresentaram o maior número de espécies de bactérias (Figura 1). As bactérias do gênero Staphylococcus foram as mais comuns, seguidas de Enterobacter cloacae e as do gênero Streptococcus (Figura 2). Os estudos analisaram as bactérias em diferentes partes do corpo dos tabanídeos: corpo inteiro, superfície do corpo, intestino e aparelho bucal (Tabela 1). Algumas espécies não foram analisadas em todas as partes, porque o número de exemplares coletado foi insuficiente para os ensaios, como Chlorotabanus inanis Fabricius, Diachlorus curvipes (Fabricius), D. fuscistigma Lutz, Lepiselaga crassipes (Fabricius), Tabanus glaucus Wiedemann, T. indecisus (Bigot) e T. olivaceiventris Macquart (Figura 3). Algumas bactérias somente foram encontradas em partes específicas do corpo dos tabanídeos (Tabela 1Figura 4).

Fonte: http://www.controlarambiental.com.br/Mutuca.html





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