Em depoimento ao jornalista Ceferino Reato, do La Nación, o ex-ditador Jorge Rafael Videla, que governou a Argentina com mãos de aço de 1976 a 1981, admitiu que o regime militar matou entre 7 ou 8 mil pessoas sequestradas ou detidas. Disse ainda que "não havia outra solução" e que a Cúpula Militar estava "de acordo com o preço a ser pago na luta contra a subversão". O general assassino já foi julgado e condenado a prisão perpétua. Não sei dizer se esta pena é a mais adequada ou se a pena de morte lhe caberia melhor. É difícil! Tem gente que alega que o assassino, já velho e doente, tem que pagar em vida por seus Crimes e sofrer a dor do tempo no corpo e na memória. Outros, mais radicais, entendem que lhe deveriam dispensar o mesmo tratamento que dispensou as suas vitimas, com igual requinte de crueldade ou, então, simplesmente pregá-lo no paredão com algumas boas e pesadas rajadas de balas. De qualquer forma, acho que o general assassino recebeu aquilo que de mais grave a tábua de leis da Argentina poderia lhe oferecer. No entanto, quando a sua hora do Adeus chegar, espero que esta lhe seja bastante doida e que após arda nas fornalhas do inferno. Esta admissão dos crimes, ainda que sem qualquer fio de arrependimento, serve de alerta para outros países da região que ainda tentam empurrar para debaixo do tapete os crimes cometidos por seus ditadores, militares ou não. Não existe essa história de anistia: "crime é crime e ponto!" E os responsáveis devem ser punidos. Rigorosamente. Enquanto a Justiça não for aplicada, a ferida aberta na memória da sociedade agredida não cicatrizará.
