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Montadoras atuarão sem incentivos fiscais pela primeira vez em décadas

Alguns anos atrás esse período de fim de ano era mais um entre quatro no total onde o governo desmentia até o último dia útil todos os rumores de que haveria prorrogação de IPI reduzido para automóveis e comerciais leves. Era uma verdadeira novela em que o mercado sabia exatamente qual era o próximo capítulo.

A cada três meses, o governo tentava esconder o sol com a peneira e as montadoras faziam de tudo para atuar conforme o enredo, igualmente não confirmando qualquer ação por parte de Brasília e fazendo assim a festa dos vendedores, que também pressionavam o consumidor para o fim “certo” da história, que nunca chegava. Com isso, a cada três meses, as vendas decolavam no país e assim o Brasil seguia crescendo, enquanto todo o resto do mundo (exceto a China) ainda se afogava na crise mundial…

Hoje, quem está em crise é o Brasil e o mercado automotivo tenta se recuperar lentamente do tombo que levou. Pela Primeira Vez em décadas, os protagonistas dessa história, que o brasileiro assiste desde os anos 50, entram numa fase praticamente inédita. Diferentemente de uma trama de grande audiência, os atores agora sabem como acabará a novela.

No mercado brasileiro, a novela do Inovar-Auto está chegando ao fim e todos nós já sabemos qual é o último capítulo, onde o governo finalmente dará os números de eficiência energética com quem conseguiu cumprir o script das metas ou quem acabou sendo cortado da trama por não faze-lo. A OMC exigiu o fim da história por diferenciação entre os atuantes de casa e os que vieram de fora. Mas e a próxima produção?

Nesta, os atores estão impacientes, pois não sabem como o diretor da trama conseguirá coloca-la em prática. Este é o MDIC, que trabalhou diretamente com as montadoras na elaboração do Rota 2030, que é sucessor do Inovar-Auto e já estava com o texto pronto, só faltava a aprovação da direção. Porém, a Fazenda – que é quem controla o financeiro – não gostou de mais incentivos fiscais e vetou a próxima história.

Os atuantes na trama querem garantir uma parte dos benefícios fiscais com os quais já estão acostumados, mas dessa vez o governo diz não. Sem qualquer abatimento de IPI, sem qualquer ajuda fiscal ou sobretaxa. Na verdade, enquanto a história não mudar nesse sentido, o governo não aprovará nada para o setor automotivo nacional. O que se esperava era a aprovação até agosto, que passou para novembro e depois para dezembro. O mês está acabando e as incertezas sobre 2018 apenas aumentam.

Falou-se então no acordo de livre-comércio com a Europa, cuja aprovação do programa ocorreria logo em seguida. Nada aconteceu, nos dois casos. Sem uma definição, MDIC e MF entraram até em atrito por conta do texto. As montadoras foram então ao presidente para pressionar, mas o mesmo deu uma resposta diplomática que não surtiu qualquer efeito. A promessa é de aprovação, mas até o momento, nada de concreto saiu.

Sem uma política para o setor, sabe-se apenas que não haverá mais cotas e nem o IPI de 30%. As alíquotas de IPI continuam como antes do Inovar-Auto. Fora isso, até a associação dos atores, ou melhor, dos fabricantes de veículos, jogou a toalha e espera apenas um marco regulatório para que exista um mínimo de ordem na casa.

Entre os que atuam no setor, começam a surgir aqueles que estão querendo rescindir o contrato e sair da história, por conta dos custos elevados de suas pequenas atuações. Outros parecem ignorar a situação e continuam ensaiando as cenas dos próximos capítulos com anúncios de lançamentos. Mas, nem tudo está perdido. Os sinais de recuperação da economia e a certeza do fim das barreiras para importação estão animando o setor, apesar de tudo, apontando para um aumento da audiência dos consumidores nos próximos anos.

O Rota 2030 deverá estrear, cedo ou tarde, pois é necessário que o País tenha metas de eficiência energética para continuar evoluindo nesse sentido e um dia possa estar em conformidade com EUA e Europa. Além disso, no setor automotivo, gerar previsibilidade e segurança para que o elenco possa atuar de melhor forma nos próximos 15 anos e o Brasil entre de vez no hall da fama dos principais mercados do mundo.

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