Após atravessar os primeiros metros daquele afunilado entre rochas, estendeu sua lanterna para uma estreita fresta que se abria entre elas para a passagem de apenas uma única pessoa.

– [Daqui em diante você terá que ir sozinha.] – Disse ao encostar a embarcação com segurança para o seu desembarque.

– [Sozinha? Por quê?]

– [Porque ela não gosta de muitas visitas. E eu não vou me atrever a fazer você encontrá-la nervosa. Sou um simples condutor. Vocês que são os mitos, não eu.]

– [Mas como chegarei até ela?]

– [Após passar pelas rochas você encontrará uma trilha já marcada no chão. Mire sua lanterna para ela e não desvie nunca. Mais cinco minutos de caminhada e você avistará a luz da sua cabana entre as árvores. Ela já esta te aguardando.]

Passou milhares de coisas na mente de Lady Lenka. E se a carga da lanterna estivesse no fim? E se a trilha mais adiante não fosse tão clara? E se durasse mais de cinco minutos de caminhada? E se a cabana estivesse apagada? E se ela não a estivesse aguardando?

– [Fique tranquila, não haverá perigo. Encontrei com ela hoje assim que eu recebi o recado da Irmandade.] – tentou acalmá-la ao ver sua reação.

A visitante espantou-se com o que acabara de ouvir.

– [Você é um homem muito corajoso. Não teme que algo inesperado possa acontecer a você?] – perguntou logo após tomar a iniciativa de levantar-se.

Neste momento a aura do Capitão começou a se evidenciar.

– [Não preciso temer aquilo que amo.] – Respondeu consciente ao perceber que sua acompanhante já notara seus sinais.

– [Sinto muito pelo seu puro sentimento.] – lamentou Lady Lenka. [Mas uma Fúria nunca te corresponderá. Elas não são treinadas para amar.]

– [Eu não preciso ser correspondido.]

Esclareceu o experiente guia com os olhos brilhantes e esbranquiçados.