Por Brunner Macedo

Neste outono parisiense, não poderia haver Evento melhor: a maior exposição do mundo dedicada à fotografia artística, histórica e contemporânea, a Paris Photo. Na prática é o evento de fotografia que reúne os melhores fotógrafos e galerias dos quatro cantos do mundo. Mesmo antes de adentrar o palácio, já era perceptível a grandiosidade do que me aguardava: longas filas, muita segurança e um público apreensivo para conferir as novidades da edição. Eu guardava no peito a certeza de que seria um bom evento, enganei-me imensamente: não foi apenas um bom evento, foi arrebatador.

Desde 1996 o icônico Grand Palais, na charmosa Champs Elisée, sedia o Paris Photo. O evento, que acontece em meados de novembro, na cidade luz, é algo mais que uma exposição: é um espetáculo milimetricamente calculado para seduzir seu público, neste caso, profissionais, amadores e entusiastas da arte de fotografar. A cada edição o evento se revigora, reforçado pelas novidades apresentadas pelos artistas expositores e pela diversidade e qualidade das galerias participantes. Além das exposições, o público também pode assistir a uma programação especial, construída em colaboração com grandes instituições internacionais, colecionadores e convidados de renome.

A quem aspira ver de perto tudo isso, deixo um alerta: não se assuste se, enquanto você admira uma fabulosa fotografia, você se deparar com o autor da estimada foto, ou se, pelo contrário, você se perder em meio à beleza de uma imagem e não notar a presença de quem clicou aquilo. Espalhadas nos 151 estandes da feira, estão as galerias mais célebres do mundo, como a Câmara (Berlim), Edwynn Houk (Nova York e Zurique), Hamilton (Londres), Bruce Silverstein (Nova York), Johannes Faber (Viena), Thomas Zander (Colónia), ou agências fotográficas como a VU e a Magnum, cujo estande foi um dos mais visitados. É claro que cidades-polo como Paris, New York e Berlim ocupam o maior número de estandes, mas não é difícil encontrar galerias de países como México, China, Moçambique ou do Qatar.

A cada ano, um convidado é escolhido para, além de apresentar uma palestra, oferecer seu olhar e eleger as melhores obras. Este ano a tarefa foi confiada ao cineasta norte-americano David Lynch, que revelou seus favoritos na forma de um livro: Paris Photo por David Lynch. O evento abre espaço, ainda, para fotógrafos iniciantes por meio da Sfr Jeunes Talents, cujo estande, devido à riqueza das obras, não deixa nada a desejar em relação ao acervo das consagradas galerias e revigora em todo fotógrafo iniciante a vontade de tentar chegar onde chegaram os “gigantes”: Paris é logo alí, ao lado!