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We've become so numb now, Chester B.

Eu tinha 12 anos quando meu pai me deu um dvd virgem e disse que eu poderia escolher qualquer show em mídia disponível na casa do meu tio pra que meu primo fizesse aquele velho piratão pra mim. A escolha foi fácil: Eu voltei com o "Linkin Park Live In Texas" pra casa. Eu tenho esse mesmo dvd gravado até hoje como um souvenir do passado, já que eu assisti cerca de 384783283 vezes e os arranhões não permitem mais que o aparelho reconheça.

Eu tinha 13 anos quando mudei de escola e demorei bastante tempo pra me encaixar no novo ambiente (como sempre todo mundo me achava mei estranha Q). Mas daí veio a música e ela me fez encontrar uma nova amiga de maneira inesperada. A Jennifer era super fã do Mike Shinoda e eu do Chester Bennington. Foi assim que eu consegui uma amizade que me fez aguentar aquele ano numa cidade diferente da minha, além de termos sido protagonistas dos áudios mais bizarros gravados no computador, de nós duas cantando desajeitadamente as canções do Linkin Park.

Eu tinha 15 anos quando tive um sonho estranho pra caramba, que resultou num amor platônico mais estranho ainda. Nesse tal sonho eu era ~noiva~ do Chester Bennington e a sensação toda foi muito legal, resumindo a história. Foi a partir daí que eu notei que o meu professor de Português do Ensino Médio era parecidíssimo com o Chester e fiquei bizarramente apaixonadinha por ele. Minhas amigas riam muito da minha cara, mas eu achava o máximo.

Ainda aos 15 anos, o meu álbum preferido em todo o mundo era o "Minutes do Midnight", lançado em 2007 e toda a magia estava no fato de que as músicas pareciam falar por mim e todo o Caos Adolescente o qual eu passava. Entupi o meu mp3 com todas as faixas e ouvia até dormir, decorando todas as letras com louvor.

Aos 18, a letra de "Valentine's Day" virou o meu protesto oficial contra as fofurices de dia dos namorados postadas na timeline do facebook. Todos os anos eu compartilhava a mesma música religiosamente.

Aos 21, arrumei o meu primeiro emprego e pude realizar o sonho de comprar alguns dos meus cds preferidos pra pôr na coleção de mídias que eu cultivava há alguns anos. Minutes do Midnight e Living Things estavam no meio.

Aos 24, eu era a única no meu transporte pra faculdade que vibrava quando o motorista deixava de lado as músicas do Safadão e baixava a vibe roqueira escolhendo "Numb", "Faint", "Pushing Me Away" e "Castle Of Glass" como trilha sonora da noite. Todo mundo olhava torto enquanto eu cantava loucamente. "Castle of Glass" foi eleita uma das minhas preferidas da época devido à identificação, sempre recorrente, e da expressão do mesmo caos adolescente que ainda não me abandonou.

Aos 25, fui pega de surpresa na tarde do dia vinte de julho ao saber da morte do Chester Bennington. Inesperado, mas não impossível. Ele não teve uma vida emocionalmente fácil, mas nunca deixou de ser brilhante.

Não há religião ou quaisquer regras pré-estabelecidas socialmente que nos permitam julgar o que leva um ser à jogar a toalha e desistir da própria vida. Parcialmente compreendo as razões, embora discorde. A estabilidade emocional e psicológica não é fácil, minha gente, é quase como atingir o nirvana, sério. Todos nós nascemos com demônios particulares (uns mais, outros menos) e a grande corrida contra o tempo é driblar eles através dos anos. Na maioria das vezes a gente consegue até tirar força disso, mas há quem simplesmente encha o saco e diga: "Ok. Levem o troféu pra casa. Cansei de vocês". Discordo e não apoio a despedida prematura, mas digamos que eu mais ou menos consiga entender o retrato da situação (e, pra pessoa deprimida, ele é muito mais obscuro, caótico e complicado do que realmente é).


Agora, além de lamentar imensamente a decisão e partida do Chester, eu só tenho a dizer: Espero que ele enfim encontre a paz que não conseguiu ter em vida. 

Definitivamente, o mundo perdeu um pouco mais do brilho hoje.











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