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Interpretação de Ezequiel 16

Ezequiel 16 contém uma alegoria profunda apresentada pelo profeta Ezequiel, retratando a história de Israel e o relacionamento com Deus em termos de uma criança abandonada que é nutrida, adornada e depois infiel.

Neste capítulo, Ezequiel começa retratando Jerusalém como um bebê recém-nascido abandonado e deixado para morrer. Deus, representando um cuidador compassivo, vem até o bebê e cuida dele, simbolizando a escolha graciosa de Deus por Israel como Seu povo. À medida que o bebê cresce, Deus o adorna com roupas e joias preciosas, significando as bênçãos e a prosperidade que Ele concedeu a Israel.

No entanto, a alegoria toma um rumo mais sombrio quando a jovem (representando Jerusalém ou Israel) usa sua beleza e bênçãos para se envolver em promiscuidade e idolatria. Ela se afasta de Deus, perseguindo outros deuses e buscando alianças com potências estrangeiras. Esta infidelidade é comparada a uma prostituta que se entrega a numerosos parceiros.

Ezequiel 16 descreve então as consequências da infidelidade de Israel. Deus declara julgamento sobre o povo por sua idolatria e imoralidade. O capítulo destaca a severidade da ira de Deus e o castigo que cairá sobre Jerusalém.

O capítulo termina com uma mensagem de restauração. Apesar da infidelidade de Israel e do julgamento que enfrentam, Deus promete lembrar-se da Sua aliança com eles e estabelecer uma nova aliança de perdão e restauração. Isto aponta para uma futura redenção e reconciliação entre Deus e Seu povo.

Ezequiel 16 serve como uma alegoria poderosa que ilustra vividamente a história de bênçãos, infidelidade e fidelidade de Deus de Israel. Enfatiza a gravidade de se afastar de Deus e a esperança de restauração através da fidelidade à aliança de Deus.

Interpretação

A Alegoria da Enjeitada.

16:1-63. Esta alegoria, como aquela do capítulo 23, descreve a ligação entre o Senhor e o Seu povo em termos de relacionamento conjugal (cons. Os. 2; Jr. 2:1-3; 3:1-5). Raramente o V. T. usa esta figura do relacionamento entre pai e filho, enquanto nas outras religiões cananitas politeístas, o casamento de divindades com mortais, e o nascimento físico de deuses e semi-deuses é natural. Depois que a idolatria foi extirpada de Israel, os autores do N. T. puderam realmente descrever o relacionamento entre Deus e os seus redimidos, Cristo e sua Igreja, sob os símbolos da paternidade e do relacionamento conjugal (Ef. 5:25, 26; I Jo. 3:1-3). Possivelmente Ezequiel usou uma fábula conhecida e a desenvolveu em uma alegoria, de acordo com o gosto oriental. 

A cidade de Jerusalém, uma criança enjeitada de origem desconhecida, foi deixada à beira da estrada para morrer. Mas foi recolhida pelo Senhor, que se transforma no seu benfeitor (vs. 1-7). Tendo crescido e se tornado uma linda moça, ela se casa com o seu benfeitor e se torna a sua consorte real (vs. 8-14). A orgulhosa rainha se comprova ser totalmente infiel e adúltera com os cananeus e outros pagãos (vs. 15-34). O castigo para tal conduta, que está descrita nos versículos 35-43, está justificado, uma vez que a sua depravação é pior do que a de suas duas irmãs, Sodoma e Samaria (vs. 44-52). Não obstante, o Senhor faz gloriosas promessas de restauração para as três irmãs (vs. 53-58), predizendo que a penitente Jerusalém experimentará uma gloriosa reconciliação através de uma aliança eterna (vs. 59-63). 

Jerusalém, a Criança Enjeitada. 16:1-7. 

16:2. As suas abominações. Especialmente a adoração de Baal e Moloque (vs. 15-22) e as alianças com as nações pagar (vs. 23-34).

16:3. Os cananeus. Mencionados na Estela de Amenhotep II (1447- 1421), nas Cartas de El Amarna em cerca de 1370 A.C., e nos antigos encantamentos heteus (Veja ANET, págs. 246, 352, 483, 484). Amorreu (habitante do oeste). Ou os amurru, um poderoso povo semita que invadiu o Crescente Fértil em cerca de 2000 A.C. Cons. Gn. 14:7; 15:16; Nm. 21:21-30; Js. 24:15. Hamurabi (1728-1686), da primeira dinastia da Babilônia, foi amorreu. (Veja G.E. Mendenhall, “Mari”, BA, XI (1948), 1-19). Hetéia. Um povo não semita, residente na Ásia Menor no segundo milênio A.C., com contatos em Canaã desde o período dos patriarcas até os dias de Salomão (Gn. 23:10-20; 26:34; Js. 1:4; I Sm. 26:6; I Reis 11:1). Sobre a bestialidade hetéia, consulte G. A. Barton, Archaeology and the Bible, págs. 423-426. Ezequiel destacou o paganismo nos antepassados de Israel.

16:4. O sal tornava a pele mais seca e mais firme, ajudando a limpeza. Para te (lemish’î), limpar (AV, tornar flexível) é uma expressão desconhecida, mas é sugerida pelo acadiano e pelo Targum.

16:5. Esta menininha entretanto, foi lançada em pleno campo. O abandono de crianças era praticado no tempo do nascimento de Cristo (W. H. Davis, Greek Papyri of the First Century, págs. 1.7).

16:6. A revolver-te. Cinco manuscritos, a LXX, a Antiga Latina e a Siríaca omitem o segundo, “e te disse... vive”, considerado uma ditografia. 

16:7. Eu te fiz multiplicar. A LXX e a Siríaca dizem crescer em lugar do fiz de ti... uma miríade do T.M. E chegaste a grande formosura. Alcançaste a total maturidade. Na Siríaca, no mênstruo, ou o versículo 8, tempo de amores, dão a ideia do significado total maturidade. Estavas nua e descoberta ; isto é, “solteira”. b) A Jovem se Casa com o Seu Benfeitor. 16:8-14.

16:8. Estendi sobre ti as abas do meu manto. Símbolo do casamento (Rute 3:9; Dt. 22:30). E entrei em aliança contigo. Cons. Ml. 2:14; Pv. 2:17.

16:9. Então te lavei com água. Cerimônias preparativas para as núpcias. Cons. Rute 3:3. Purificação do paganismo e consagração ao Senhor.

16:10. E te calcei com peles. Tahash (usado para cobertura do Tabernáculo, Êx. 25:5; 26:14), ou é uma palavra emprestada do egípcio, “couro”, ou o dugong árabe, uma espécie de boto, cuja pele era usada para a confecção de sandálias.

16:11-13. Com referência aos adornos da noiva, veja Is. 3:18-24; Gn. 24:22, 30, 47.

16:12. Um pendente no nariz (E.R.C., na testa). Veja também Jz. 8:24; Is. 3:21. 13. Abundância de alimento. Cons. Dt. 32:13, 14; Os. 2:10.

16:14. O esplendor de Jerusalém no tempo de Salomão (cons. I Reis 10; Lm. 2:15). c) A Desavergonhada Infidelidade da Esposa. 16:15-34. Suas idolatrias com os cananeus (vs. 15-22) e com os povos estrangeiros (vs. 23-29): egípcios (vs. 26, 27), assírios (v. 28), e caldeus (v. 29).

16:15. Depois de se estabelecer em Canaã, Israel frequentava os santuários cananeus (cons. 20:28; Jr. 2:5-7; 3:1-3).

16:16. Tendas alegremente coloridas nos lugares altos (cons. II Reis 23:7).

16:17. Estátuas. Ou Baais? Ou símbolos fálicos? (May, IB).

16:18, 19. Cons. Jr. 10:9 ; Os. 2:8. 20-21 . Sacrifício de crianças. Cons. 20:26, 31; 23:37-39. Cons. Êx. 22:29; Jz. 11:39; II Reis 16:3; 21:6; 23:10; Jr. 7:31; 19:5; 32:35.

16:26, 27. Aliança com o Egito. Cons. Is. 30:1 e segs.; 31:1 e segs.; II Reis 18:21. Teus vizinhos de grandes membros (RSV, libidinosos); cons. 23:20, eufemismo referente ao poder do Egito.

16:27. Os ataques sucessivos dos filisteus a Judá no tempo de Senaqueribe (veja ANET, pág. 288).

16:28. Os filhos da Assíria. A política pró-Assíria de Acaz e Manassés (II Reis 10:7 e segs.; 21:1 e segs.; II Cr. 33:1 e segs.).

16:29. A terra comercial da Caldéia. Literalmente. Na terra de Canaã até Caldéia. Aqui a palavra Canaã foi usada no sentido de “comerciante, mercador”, isto é, na terra dos mercadores, até a Caldéia (cons. 17:4; Os. 12:7; Sf. 1:11; Zc. 14:21).

16:30. Quão fraco é o teu coração. “Como está cego de amor o teu coração”, parece ser a ideia. No aramaico e acadiano a frase é assim: “Como estou cheio de ira contra ti” (Cook, ICC). Os atos de uma meretriz descarada. Literalmente, a obra de uma mulher, uma meretriz arrogante.

16:31. Compare os versículos 24, 25. Desprezaste ou “zombaste” do pagamento (cons. H. G. May, “O Culto à Fertilidade em Oséias”, AJSL, 48 (1932) 89.93).

16:32-34 Outras prostitutas recebiam pagamento; ela era diferente pois pagava aos estrangeiros (cons. Dt. 23:18; Os. 2:19; 9:1).

16:33 As palavras nedeh, “presente” (E.R.A., presentes), e nadan, “presentes de casamento” (E.R.A. , presentes), são hapax legomena.

d) O Castigo da Esposa Adúltera.

16:35-43. A passagem entretece uma descrição do castigo de uma adúltera com a previsão da destruição de Jerusalém.

16:36. A palavra traduzida para a tua nudez, em outra passagem significa “cobre” ou “bronze”. Talvez seja uma palavra emprestada do acadiano – “excesso, prodigalidade”. A última parte do versículo faz eco aos versículos 20, 21.

16:37. Todos os teus amantes. As nações às quais ela se aliou; e os que aborreceste. Aqueles com os quais não foram feitas alianças, como, por exemplo, os filisteus.

16:38. Adúlteras. Com. Lv. 20:10; Dt. 22:22; Jo. 8:5-7. Sanguinárias. Com. versículos 20, 36; Gn. 9:6; Êx. 21:12; Lv. 24:17. Vítima de furor. Com uma pequena modificação, a tradução fica idêntica a de 23:25.

16:39. Despir-te-ão de teus vestidos. Isto significa o desmascaramento da adúltera. Veja também 23:26; Os. 2:3, 10.

16:40. Uma multidão. Gente que se reuniu para o julgamento e apedrejamento da adúltera (cons. v. 38).

16:41. Queimarão as tuas casas. Cons. Jz. 15: 6; 12:1. À vista de muitas mulheres. Como advertência. Cons. 23:10, 48.

16:42. Meu furor será apaziguado. Cons. 5:13.

16:43. Nisto que não te lembraste. Um resumo dos versículos 35:43. e) A Depravação de Jerusalém Comparada com a de Sodoma e Samaria. 16:44-52. 44,

16:45. Tu és filha de tua mãe. Jerusalém e suas irmãs se pareciam com sua mãe, os heteus (cons. v. 3).

16:46. E tua irmã, a maior (lit., em poder político e territorial). A irmã era Samaria, que vivia com suas filhas (cidades dependentes) ao norte (isto é, à esquerda, quando se olha para o leste; Gn. 14:15), enquanto a tua intra, a menor (isto é, menos importante) ao sul, ou à direita (I Sm. 23:19), era Sodoma e suas filhas. Comparações mortificantes. Cons. Jr. 3:6 e segs.; Is. 1:9.

16:47. Mais do que elas. Jerusalém excedeu a maldade de suas irmãs (cons. Mt. 10:15; 11:20-24).

16:48-50. Os hediondos crimes de Sodoma em Gênesis 19 não são recontados, mas antes sua soberba e próspera tranqüilidade (abundância de ociosidade, E.R.C.) e o fracasso em amparar o pobre e o necessitado. Cons. Amós 6:4-6; Et. 3:15; Lc. 16:19-31.

16:51, 52. Samaria. Os pecados de Samaria não são enunciados, mas ela e Sodoma parecem honestas, relativamente falando, em comparação com Jerusalém (cons. Amós 3:2).

Gloriosas Promessas de Restauração para as Três Irmãs. 16:53-58.

16:53. Restaurarei a sorte delas. Cons. Jr. 12:14-17; 46:26; 48:47; 40:6, 39; Is. 19:24. 54-56. Se Samaria e Sodoma foram punidas, quanto mais castigo merecia Jerusalém! Se Jerusalém fosse restaurada, não era mais que justo que elas que eram desprezadas por aquela também fossem restauradas.

16:57, 58. Jerusalém tornou-se objeto de opróbrio das filhas (isto é, cidades) da Síria (de acordo com muitos manuscritos e a Siríaca, leia-se Edom em lugar do Aram do T.M., isto é, a Sitia) e as filhas dos filisteus. A destruição de Jerusalém, aqui profeticamente admitida, provoca ímpio regozijo nos idumeus e filisteus (25:12-14; 15:17; Ob. 10-14; Sl. 137:7-9).

Uma Gloriosa Reconciliação e uma Aliança Eterna. 16:59-63.

16:59-60. Invalidando a aliança. Jerusalém invalidou a afiança feita em sua mocidade no Êxodo (cons. vs. 8, 43). Consequentemente, ela devia sofrer; mas no dia do seu arrependimento, Deus lhe dará uma afiança eterna (cons. 37:26; Is. 54:9, 10; 55:3; Jr. 31:35, 36; 32:40; 33:20-22). Samaria e Sodoma (como representantes do mundo pagão) deviam ser incluídas na nova afiança como um ato de graça, uma vez que a antiga afiança invalidada por Israel não as incluía.

16:63. Para que te lembres. Jerusalém será envergonhada com a lembrança de sua indignidade passada ‘“quando eu te purificar”, “fizer expiação por ti”. A palavra “expiar”, kipper, com Deus por agente, foi usada (cons. Dt. 21:8; Jr. 18:23; Sl. 78:38). A queda de Israel foi o motivo de Ezequiel se estender ao mundo gentio. Até pessoas como os habitantes de Sodoma se converteriam ao Senhor, diz Ezequiel. Semelhantemente, o apóstolo Paulo declara: “Pela sua (de Israel) transgressão, veio a salvação aos gentios” (Rm. 11:11, 12). “Deus a todos encerrou na desobediência, a fim de usar de misericórdia para com todos” (Rm. 11:32).


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