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Caminho do Peabiru que levava nativos do Atlântico para o Pacífico 1.2

O Caminho de Peabiru é uma rota indígena antiga. Para alguns, o significado em guarani é “Terra sem males”, mas são encontradas várias versões para o significado de seu nome. Os Guaranis o chamavam de Peabiru, Piabiru ou Piabiyu, que significa “caminho” em guarani (pia, bia, pe, bia; ybabia: caminho que leva ao céu). Ou Caminho do Peru, sendo a palavra um híbrido de tupi – pe (caminho) + biru (Peru). Secretaria da Educação e do Esporte do Paraná in: Existe Guarani em São Paulo – 2022 jul 16

Muitos são os mistérios sobre como era a vida de nativos brasileiros antes da chegada dos portugueses e espanhóis no território, devido aos registros históricos do século XIX, como cartas e diários. O Caminho do Peabiru trata-se de uma rota transcontinental pré-cabralina (período anterior à chegada dos portugueses em 1500 ao Brasil) e que ligava o oceano Atlântico ao Pacífico. ISABELLE LIMA – Portal Amazônia. 07/01/2022

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Quando chegaram em Punta del Este, cidade do sudeste do Uruguai, os portugueses se depararam – com o que acreditavam ser um grande estreito – com o Rio da Prata, que começaram a chamar de Mar Dulce.

Nesse mesmo ano, os portugueses encontraram indígenas charrua, no Uruguai, que deram aos portugueses um machado de prata e disseram que a prata vinha de um lugar, onde o Rio da Prata nascia, com montanhas gigantes, onde vivia uma civilização bastante desenvolvida e rica em ouro e prata.

Os primeiros portugueses, quando chegaram por aqui, ouviram dos povos indígenas histórias sobre um caminho que ligava o Oceano Atlântico a um lugar descrito como os Andes. Ele ia de São Vicente, litoral paulista, à Cusco, no Peru. Existiam também outros ramais, partindo de Cananeia, também em São Paulo, e São Francisco do Sul, em Santa Catarina. Esse caminho atravessava os limites territoriais do Brasil até chegar ao Peru, ligando o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico, passando por matas, rios, pântanos e cataratas.

O caminho era uma estrada primitiva, porém muito bem ordenada rumo ao desconhecido, que possuía oito palmos de largura, ou seja, cerca de um metro e meio de largura e um rebaixamento de 40 centímetros. Alguns dizem que o percurso era coberto por uma espécie de gramínea que não permitia que arbustos, ervas daninhas e árvores crescessem em seu curso, e evitava também a erosão, pois ele era intensamente utilizado. O Caminho propiciava uma troca cultural e mercantil muito rica entre os povos. Além disso, atendia à necessidade desses povos em terem um caminho e uma forma de comunicação.

O Caminho do Peabiru foi construído pela civilização Muril milhões de anos atrás.

Com mais de 3 mil quilômetros, sendo 1.200 destes em território brasileiro, a trilha ligavas São Vicente, no litoral de São Paulo até Cusco, no Peru, pertencente à Amazônia Internacional. Depois de São Vicente, a rota de Peabiru passava por territórios que hoje são pertencentes ao Paraguai, Argentina, Bolívia e Peru.

Acredita-se que Peabiru signifique “caminho de gramado amassado” derivado da língua tupi “pea” = caminho e “abiru” = gramado amassado.

Os principais registros da existência do Peabiru são através da documentação de expedições. Se destacaram as expedições iniciadas pelo português Aleixo Garcia, em 1524 que realizou os primeiros contatos com os povos incas e partiu de Santa Catarina com 2 mil indígenas carijós e chegou à Bolívia cerca de oito anos da conquista do Peru por Francisco Pizarro. 

Um dos nomes mais conhecidos em relação ao Peabiru é o do espanhol Álvar Núñez Cabeza de Vaca que foi o primeiro europeu responsável pela descoberta das Cataratas do Iguaçu e a exploração do Rio Paraguai.

Várias expedições foram enviadas ao Peru com o intuito de encontrar ouro, prata e outros metais preciosos. Marcio Masulino

Durante todo o século XVI foram constantes os relatos de viagens pelo interior das matas rumo aos Andes ou em direção ao sul e ao Paraguai. Outras expedições foram as de Johan Ferdinando (1549), dos jesuítas como o padre Leonardo Nunes, Brás Cubas e de Luís Martins (1552) e por fim, Ulrich Schmidel (1553).

Historiadores e estudiosos do assunto garantem que ela liga a Baixada do Maciambu, em Palhoça, ao Peru. Dayane Bazzo – NSC Total

Flavio dos Santos, 48, nativo de Palhoça e pesquisador do Caminho do Peabiru, conta que tudo indica que os indígenas abriram a trilha quando estavam indo em busca da Terra sem Males, um lugar onde não havia guerra entre tribos.

Itinerário de Ulrich Schmidel com o Caminho de Peabiru em destaque. Adaptado de Maack (2002). Organizado por Ana Paula Colavite

Eles caminhavam em direção ao nascer do sol e chegaram na localidade conhecida antigamente como Porto dos Patos, entre o Rio Maciambu e a Enseada da Pinheira.

Ela passa pelo litoral catarinense até o Rio Itapocu, em Barra Velha, sobe por Jaraguá do Sul, Corupá, passa pelo interior do Paraná, Foz do Iguaçu, Paraguai até chegar às atuais áreas da Bolívia e Peru, antigo território do império Inca, de onde os indígenas traziam ouro para o Brasil.

Esboço do Caminho de Peabiru na América do Sul. Adaptado de Bond & Finco (2004). Organizado por Ana Paula Colavite.

O primeiro trecho mapeado por Flavio teria saída ou chegada na Praia de Baixo, onde fica um sítio arqueológico, com caminhada por toda a Praia da Pinheira até acessar uma trilha que leva ao Parque Estadual da Serra do tabuleiro. Depois, a caminhada passa pelo viaduto da BR-101, pelo Maciambu, igreja católica, segue pelo Rio Maciambu até o trapiche, passa por Araçatuba, onde fica a trilha antiga, até chegar à Enseada de Brito. Esse trecho tem 25 quilômetros.

Já o segundo trecho, com mais 25 quilômetros, seguiria pela Enseada de Brito, Praia de Fora, Guarda do Cubatão até chegar à igreja de São Tomé, no bairro Passa Vinte. Segundo Flavio, a escolha da igreja foi porque há uma versão religiosa sobre a trilha, de que São Tomé também passou por ela ao vir para cá catequizar a população.

Em meados de 1530, em nome do rei de Portugal, foi ordenado o  fechamento do “caminho do sertão”, sendo proibida, sob pena de morte, sua utilização. A justificativa era que espanhóis se aproveitariam dessa passagem e assim teriam acesso a metais preciosos, estendendo sua colonização por todo continente sul-americano.

Ha’evete: Ratanabá ‘a capital do mundo’, O caminho do Peabiru, Jesse Koz, Dodongo e o Shurastey, Jeguatá: Caderno de Viagem, Aldeia 360° – Tekoa Itakupe, De Paranapiacaba ao Peabiru – Documentário Completo

Art Amba Mirim

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