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Jazz: o estilo que revolucionou a música

Gênero musical marcado pelos improvisos e virtuosismo dos instrumentistas, o Jazz surgiu nos Estados Unidos, mas logo conquistou o mundo.

Trata-se de um estilo que, de tão rico e diverso, não é fácil de ser conceituado. Afinal, o jazz se desdobrou em muitos subgêneros, cada um com sonoridades bastante peculiares. E também influenciou a criação de Outros estilos.

Apesar disso, há características em comum em todo esse mosaico jazzístico.

E é isso que iremos desvendar nesse artigo, trazendo à tona os principais elementos históricos que marcaram essa vertente musical.

Blue note

A cidade de Nova Orleans, no Estado de Louisiana, nos Estados Unidos, é o berço do jazz. Sua raiz remonta às canções produzidas pelos escravos negros trazidos da África, que tinham na música uma válvula de escape diante do sofrimento oriundo da situação de escravidão.

Os cânticos eram entoados durante os trabalhos forçados nas plantações, muitas vezes seguindo um padrão de “pergunta e resposta”.

Inclusive, a chamada blue note, presente tanto no jazz quanto no blues, originou-se a partir dessa proposta musical e rítmica de matriz africana.

É interessante notar que a blue note não integra uma escala diatônica comum. Traz uma afinação diferenciada, podendo estar no terceiro, quinto ou sétimo grau da escala.

Quando tocada, transmite uma sensação de lamento e melancolia.

O blues, principalmente, sempre teve essa característica de forma emblemática, mas logo o jazz também incorporou essa vertente em suas peças musicais.

Ragtime

A música entoada e composta no período da escravidão, que trazia a influência africana, logo se misturou às vertentes culturais americana e europeia.

Essa miscelânea resultou no florescimento de diversos ritmos, principalmente após a abolição da escravatura, ocorrida em 1863.

Destaque para o ragtime, surgido no final do século XIX e que está diretamente ligado à origem do jazz.

Desenvolvido por comunidades afro-americanas, o ragtime rapidamente popularizou-se em bailes.

Seu precursor foi William Krell, com a composição “Mississippi Rag”, mas foi o pianista Scott Joplin quem realmente consagrou o estilo.

Ele é autor de obras famosas mundialmente nesse gênero, como “Maple Leaf Rag”, de 1899, e “The Entertainer”, de 1902.

Na época, Joplin ensinava que o segredo para se tocar bem o ragtime no piano era pegar o “swing”. Esse termo virou posteriormente o primeiro subgênero do jazz, dominando o cenário musical americano nos anos 30 e 40.

Swing e big bands

Devido à influência do ragtime, o swing também tinha a característica de ser uma música dançante. Era normalmente executada por big bands, com espaço para muito improviso.

Esse estilo foi fundamental para a revelação de grandes talentos da história da música norte-americana.

Vamos conhecer alguns deles? Confira:

Louis Armstrong: o célebre cantor de “What a Wonderful World” iniciou sua carreira como trompetista, mas também tocava corneta e saxofone.

Assim como vários outros músicos de sua época, teve uma infância pobre e encontrou oportunidade de superação por meio da música. Fez parceria com o pianista Earl Hines, em Chicago, e também integrou diversas bandas, além de ter estrelado mais de 30 filmes.

Earl Hines:

Um dos mais notórios pianistas do jazz, Earl Hines iniciou sua carreira em Pittsburgh, onde nasceu. Posteriormente, na década de 1920, mudou-se para Chicago, considerada, na época, a “capital do jazz”.

Foi lá que conheceu Louis Armstrong e com quem gravou uma das principais peças jazzísticas da história, “Weather Bird”. Em 1928 ele montou sua própria banda, The Earl Hines Orchestra, por onde passaram grandes ícones, como Nat King Cole, Charlie Parker e Dizzy Gillespie, entre outros.

Count Basie:

à frente de sua big band, a Count Basie Orchestra, o compositor, pianista e regente foi um dos mais importantes nomes da chamada “era do swing”.

E ainda se tornou o primeiro negro a conquistar um Grammy Award, no ano de 1958. Basie faleceu em 1984, mas sua big band continuou a fazer concertos mundo afora, sendo a única da era de ouro do jazz a se manter em atividade. Atualmente o grupo é comandado por Scotty Barnhart.

Duke Ellington:

Edward Kennedy “Duke” Ellington, ou, simplesmente, Duke Ellington, é considerado o maior compositor norte-americano de jazz na história.

Fez parcerias com Irving Mills e, principalmente, Billy Strayhorn, compondo clássicos como “Mood Indigo”, “It Don’t Mean a Thing (If It Ain’t Got that Swing)” e “Sophisticated Lady”, entre outros. Sua carreira passou a ter grande visibilidade quando passou a tocar no prestigiado Cotton Club, em Nova Iorque.

No início dos anos 30 já era uma celebridade e começou a viajar em turnê pelo mundo com sua banda. Aberto a novas sonoridades e improvisos, Duke já gravou com outros célebres nomes do jazz, como Charles Mingus e John Coltrane.

Glenn Miller:

a Glenn Miller Orchestra foi uma das mais populares big bands dos Estados Unidos. Por esta razão, o trombonista Glenn Miller marcou seu nome na história do jazz, apesar de alguns críticos não considerarem que ele tenha efetivamente contribuído para a evolução desse gênero musical.

Polêmicas à parte, o fato é que Glenn compôs diversas peças que foram sucesso no mundo inteiro, como “Moonlight Serenade”, “In the Mood”, “Chatanooga Choo-Choo” e “A String of Pearls”.

Benny Goodman:

conhecido como o “Rei do Swing”, o clarinetista Benny Goodman é autor de sucessos como “Stompin’ at the Savoy” e ainda ajudou a transformar num hit uma composição de Louis Prima, “Sing, Sing, Sing”.

Considerado ousado para sua época, Goodman foi o primeiro músico norte-americano a montar uma banda com integrantes brancos e negros. Seu trabalho influenciou outros band leaders, como Glenn Miller, Tommy Dorsey e Harry James.

Tommy Dorsey:

“O Cavalheiro Sentimental do Swing”, como era chamado o trombonista Tommy Dorsey, foi simplesmente o regente de big band mais popular de sua época.

Seus discos, lançados pela gravadora RCA Victor Records, eram campeões de vendas.

Além disso, Dorsey se destacava por conseguir reunir um time de músicos famosos em sua banda, como os instrumentistas Pee Wee Erwin e Buddy Rich, e o cantor Frank Sinatra.

Outros subgêneros do jazz

No final dos anos 40, as big bands já não tinham mais tanto apelo popular. O jazz seguiu caminhos bastante diversificados, trazendo outros subgêneros.

Porém, características tipicamente jazzistas permaneceram, como o improviso, o virtuosismo dos músicos e a liberdade de interpretação.

E esses três aspectos foram ainda mais explorados no período pós-swing, com ritmos e sonoridades cada vez mais imprevisíveis e menos lineares.

O bebop, que tem Charlie Parker e Dizzy Gillespie como alguns de seus principais representantes, é um exemplo disso.

O nome do estilo deriva de uma onomatopeia, referente ao som da batida de martelos no metal durante a construção de ferrovias.

As melodias no bebop são compostas de muitas notas, executadas com bastante rapidez, exigindo muita habilidade do instrumentista.

Em seu streaming de música preferido, experimente escutar “Donna Lee”, um dos maiores clássicos do estilo.

Na gravação original está o próprio Charlie Parker no sax alto, acompanhado de Miles Davis no trompete, Bud Powell no piano, Tommy Potter no baixo e Max Roach na bateria.

Após o bebop, o cool jazz passou a despontar no cenário musical, trazendo uma proposta mais leve e romântica.

O genial Miles Davis também participou dessa fase. Um de seus álbuns mais populares, “Birth of the Cool”, é bastante representativo do estilo.

Já a partir do final dos anos 50 o jazz assumiu uma vertente bastante experimental.

Uma prova disso é o free jazz, que elevou à máxima potência a liberdade de interpretação dos músicos.

John Coltrane e Rashied Ali estão entre os criadores desse movimento jazzístico.

Podemos citar, ainda, entre os subgêneros, o jazz fusion que, como o próprio nome diz, propõe uma fusão do jazz com outros gêneros musicais, como o rock e o funk.

O jazz latino está entre os precursores dessa tendência, pois apresenta uma mistura bem ajambrada com estilos como salsa e merengue.

O jazz brasileiro

O Brasil também bebeu da fonte jazzística norte-americana e tornou-se palco de um verdadeiro caldeirão cultural de mistura de ritmos e sonoridades.

Desta forma, surgiram tanto subgêneros, como o samba jazz, quanto um gênero musical próprio, a bossa nova, com clara influência jazzística, mas com “personalidade” 100% brasileira.

Nesse rico mosaico cultural do jazz feito no Brasil, podemos destacar vários nomes: João Gilberto, Zimbo Trio, Tamba Trio, Egberto Gismonti, Hermeto Pascoal, Sergio Mendes, J.T. Meirelles, Hélio Delmiro, Márcio Montarroyos e muito… muito mais!

E se você não conhece o trabalho de alguns deles, chegou a hora de navegar pelo som desses extraordinários músicos brasileiros.

Fica a dica! Afinal, aqui também se faz jazz de muita qualidade. 



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