O governo de Andrés Manuel López Obrador, acusado por seus opositores de introduzir ideais comunistas nos livros escolares, está enfrentando críticas relacionadas aos novos materiais educativos no México. Os textos estão sob escrutínio devido a erros embaraçosos e conteúdos com conotações anticapitalistas. 

Javier Alatorre, um apresentador, afirmou que esses livros parecem conter uma tentativa de propagar ideias comunistas entre as crianças, uma visão compartilhada por alguns críticos. A polarização resultante desse debate gerou comparações extremas, com partidários de López Obrador comparando seus detratores a Hitler, após um líder da oposição sugerir a destruição de certos livros.

A controvérsia se intensificou ao ponto de o presidente mexicano instruir seus funcionários a explicarem o conteúdo dos livros em coletivas de imprensa. Enquanto a discussão se concentra em implicações ideológicas, especialistas observam que os textos realmente introduzem um novo método de ensino, um feito inédito no México. Antes, os governos atualizavam o conteúdo, mas os tópicos fundamentais permaneciam essencialmente os mesmos.

Os novos livros adotam uma abordagem experiencial e participativa, misturando matérias como matemática, literatura e ciências sociais em histórias ou projetos multitemáticos. No entanto, alguns erros constrangedores estão presentes, como uma data de nascimento incorreta para Benito Juárez e a sugestão de que Marte está mais próximo do Sol do que a Terra.

Além disso, o conteúdo dos livros apresenta conotações fortemente anticapitalistas. Referências ao capitalismo como "mau" são notadas em diferentes pontos dos livros, despertando críticas de pais e especialistas. Uma série de aspectos ideológicos do governo López Obrador também são incorporados, como a alteração das datas da "Guerra Suja" no México, que alguns historiadores consideram uma revisão da história com motivações políticas.

Enquanto o debate se concentra nas implicações políticas e ideológicas dos livros, especialistas destacam que o problema principal reside em sua produção apressada, em meio à aproximação do fim do mandato de López Obrador em setembro de 2024. O caráter acelerado da produção sugere um timing estratégico e levanta questões sobre a motivação por trás dessa abordagem.

Andrés Manuel López Obrador é associado a uma estreita relação com o regime comunista de Cuba, inclusive adquirindo doses da vacina Abdala. Seus comentários públicos demonstraram apoio e admiração por figuras comunistas como Fidel Castro e Ernesto Guevara, contribuindo para a percepção de inclinações comunistas em seu governo.