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Breve dissertação sobre a coisa mais estimulante da vida, o vulgo mestrado.

Há momentos da nossa vida que definem o resto da mesma.


Quando, há uns meses atrás, decidi inscrever-me num mestrado, pensei: isto, meu rico rapaz, é para um dia seres alguém a ganhares muito carcanhol.


Era uma linha de pensamento bem intencionada, é um facto, mas não estava isenta de erros.


Porquê?


Bem, porque eu nunca imaginei que o mestrado me fosse estimular tanto.


É verdade, eu jamais, em toda a minha vidinha me senti tão estimulado como agora.


Agora, quando me começo a sentir um nadinha enfastiado de ver televisão, penso logo: e se agora fosse escrever um capítulo da minha rica tese, hã, e se fosse agorinha mesmo escrevinhar que nem um doido?



E o fastio passa-me logo, na hora, e sinto-me com energia para passar mais um tempinho, vá, mais 5 ou 6 horitas defronte da caixa que mudou o mundo, isto no século passado.


Da mesma maneira, quando passeio com a minha namorada em lojas de roupa feminina e dou por mim a pensar se sentiria o corte no pulso esquerdo com um bisturi, lembro-me de ficar com formigueiro nos pés, isto ao fim de apenas 2 horitas, e murmurar, muitas vezes:


- Luís, Luís, Luís, é verdade que estás perdido no meio da mulherada histérica a atirarem-se umas por cima das outras e a gritar: IIIIIIHHHHHH, Ó PRAQUELE VESTIDO CINTADO, AHHHHHHHHHHHHHHH, E AQUELE CINTO ROSA CHOQUE EM PELE DE VISON, OHHHHHHHHHH E AQUELA BOINA VERDE LINDÉRRIMA?????????


- Mas podias muito bem estar em frente do portátil a fazer gráficos tensão/módulo de deformabilidade, ou mesmo a pesar centenas e centenas de cápsulas e a colocá-las na estufa.


E é nesse preciso instante que eu reparo no quão maravilhosas são todas as lojas de roupa interior feminina, e como até estão mais ou menos bem decoradas. E apetece-me ficar lá dentro até que o gorila do segurança consiga arrastar-me para fora da loja, primeiro, e do centro comercial, depois, só porque, alega o estúpido, a loja e o centro comerial têm que fechar à meia noite.


Assim, tenho que concluir que tirar um mestrado me faz muito, muito bem. Consegue estimular-me a fazer tudo o que antes não despertava o menor interesse em mim.


Aconselho vivamente.



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