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Breve dissertação sobre semáforos, traseiradas, animais e um aselha (eu)

Queria aqui lançar um apelo aos incautos leitores que lêm, totalmente grátis, este fantástico blog que eu criei e que hoje é lido por milhares e milhares de pessoas e animais.

Quem souber da localização de um wormhole, mande-me um e-mail.

Um wormhole, para quem não sabe, é uma tal de passagem entre dois pontos distintos do espaço e do tempo.

Pelo menos era um tal de Einstein que o dizia. Esse e o Stephen Hawking, só que este último é tetraplégico e demorava mais tempo a chegar às conferências de imprensa, de maneiras que o tal de Einstein açambarcou-lhe o protagonismo todo.

E isto porquê, hã, Luís, isto porquê, de levantar esta lebre do wormhole?

Porque eu, no sábado, escavaquei a frente do meu bólide cinza contra a traseira de uma carroça, de marca fiat e modelo punto.

De maneiras que me dava um certo jeito poder voltar 3 dias atrás no tempo, para aquele preciso instante, desviar o meu carro, e levantar o pirete na direcção das trombas do indivíduo, enquanto ria maquiavelicamente e, provavelmente, me escaqueirava contra uma árvore.

Mas aí não havia problema, porque já tinha o wormhole comigo, guardado no bolso das calças.

E a culpa, foi tua, ó Fangio? - pergunta alguém, algures, em dado momento.

É redutor afirmar que sim. É, também,estúpido afirmar que não.

O fulano ia na vida dele, a atravessar a ponte de Santa Clara, no sentido do largo da Portagem.

Eu ia na minha vida, a alternar entre pensamentos do género "que terei comido eu no dia 12 de Março de 1997 que me provocou aquela crise de vesícula" e "JAZUSE DO CÉU MAS QUE GAJA TÃO BOA É AQUELA??".

Eu pensei: este gajo é mesmo lento. Mas como eu estou sem pressa nenhuma, vou passar a tarde a ler um livro de 1979 sobre solo-cimento*, está tudo bem, ele até é amigo porque me reduz um bocadinho a seca.

Nisto, o semáforo fica vermelho.

Ele pára. Eu também.

Nisto, o semáforo fica verde. Ele não arranca.

Educadamente, faço-lhe um "psst, acorda ó cabrão", com uma ligeira pressão no apito.

Nada.

O senhor que estava atrás de mim, chamemos-lhe educadamente estupor de um cabrão sem civismo nenhum, desata a apitar como se não houvesse amanhã.

Eu, por solidariedade, apito mais uma ou trinta vezes.

Nisto o indivíduo que me precedia utiliza o desfibrilhador nele próprio, acorda, e arranca.

Eu também.

O senhor que estava atrás de mim, chamemos-lhe educadamente de grande filho de uma meretriz com tuberculose e chatos, cola-se à minha traseira e ultrapassa-me, com o carro a fazer um ronco medonho.

E é aqui que eu perco 150 euros da minha vida. Em 2 segundos.

Olho para o meu lado esquerdo, curioso em saber se o indivíduo que me ultrapassava, chamemos-lhe educadamente de cavalo tinhoso com dentes podres, padecia de síndroma de Down ou se era de Asperger.

E bato.

E era isto que vos queria contar.

Obrigado e adeus.

*- Lê-se solo-cimento, e não soló-cimento, o que pode levar a que algumas pessoas pensem que, ou é solo, ou é cimento. :)



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