Uma das culturas mais complexas e fascinantes, mesmo para um agrónomo enciclopédico, é a da Figueira (Ficus sp.) e das suas centenas de espécies.
Botanicamente o figo não é um fruto, mas sim uma infrutescência que possui múltiplos frutos quando as flores são fecundadas devido à ação de um agente polinizador. Existem figueiras baforeiras (servem como polinizadoras, os frutos não são comestíveis) e figueiras domésticas.
Quanto ao seu desenvolvimento fisiológico, temos os figos lampos, que se desenvolvem no ano anterior e são sempre partenocárpicos, ou seja, não precisam de um agente polinizador nem de nenhum processo reprodutivo para que se forme o fruto.
Temos também os figos vindimos, que surgem inseridos nos ramos do ano, na axila das folhas e podem ou não ser partenocárpicos. Caso não o sejam, é essencial a polinização, que ocorre graças a uma relação simbiótica, estabelecida com uma pequenina vespa, que dura há milhares de anos e se designa por caprificação.
Só por si, este processo é de uma complexidade tal, que a sua descrição ficará para quando for mais velho e maduro! Estas vespas acabam por morrer no seu interior e são digeridas pelo fruto, graças à presença de uma enzima (ficina), o que leva algumas pessoas a ponderar o seu consumo!
Será a figueira uma planta carnívora?!
Para finalizar, partilho uma curiosidade, que bem poderá ser uma revelação mundial, uma vez que após intensa investigação, não encontrei informação similar.
Muita gente saberá que cair de uma figueira, porque os seus ramos de madeira mole se partem facilmente, foi durante muito tempo causa de morte em todo o mundo rural. Um dos mais antigos e reputados viveiristas portugueses, produziu durante anos figueiras com um marketing extraordinário.
Eram as únicas que não se partiam, perante a necessidade de se trepar a árvore de forma a alcançar os frutos. O "segredo" foi muito bem guardado, durante décadas.
A propagação das cultivares era assegurada por estacaria. Ao contrário da maioria das espécies, as estacas de figueira conseguem enraizar se forem inseridas no substrato... ao contrário! É VERDADE!
Ao enraizar, a nova planta lança ramos que formam junto ao tronco principal um U, saindo essa zona da árvore reforçada, aguentando melhor o peso de quem trepa, reduzindo o número de acidentes nas figueiras.
Segredo revelado! Os figos e as figueiras são extraordinários!
Vale muito a pena passar horas a aprender mais sobre esta fascinante e deliciosa cultura, que em Portugal merecia ter muito mais área cultivada e agricultores profissionais dedicados.
Botanicamente o figo não é um fruto, mas sim uma infrutescência que possui múltiplos frutos quando as flores são fecundadas devido à ação de um agente polinizador. Existem figueiras baforeiras (servem como polinizadoras, os frutos não são comestíveis) e figueiras domésticas.
Quanto ao seu desenvolvimento fisiológico, temos os figos lampos, que se desenvolvem no ano anterior e são sempre partenocárpicos, ou seja, não precisam de um agente polinizador nem de nenhum processo reprodutivo para que se forme o fruto.
Temos também os figos vindimos, que surgem inseridos nos ramos do ano, na axila das folhas e podem ou não ser partenocárpicos. Caso não o sejam, é essencial a polinização, que ocorre graças a uma relação simbiótica, estabelecida com uma pequenina vespa, que dura há milhares de anos e se designa por caprificação.
Só por si, este processo é de uma complexidade tal, que a sua descrição ficará para quando for mais velho e maduro! Estas vespas acabam por morrer no seu interior e são digeridas pelo fruto, graças à presença de uma enzima (ficina), o que leva algumas pessoas a ponderar o seu consumo!
Será a figueira uma planta carnívora?!
Para finalizar, partilho uma curiosidade, que bem poderá ser uma revelação mundial, uma vez que após intensa investigação, não encontrei informação similar.
Muita gente saberá que cair de uma figueira, porque os seus ramos de madeira mole se partem facilmente, foi durante muito tempo causa de morte em todo o mundo rural. Um dos mais antigos e reputados viveiristas portugueses, produziu durante anos figueiras com um marketing extraordinário.
Eram as únicas que não se partiam, perante a necessidade de se trepar a árvore de forma a alcançar os frutos. O "segredo" foi muito bem guardado, durante décadas.
A propagação das cultivares era assegurada por estacaria. Ao contrário da maioria das espécies, as estacas de figueira conseguem enraizar se forem inseridas no substrato... ao contrário! É VERDADE!
Ao enraizar, a nova planta lança ramos que formam junto ao tronco principal um U, saindo essa zona da árvore reforçada, aguentando melhor o peso de quem trepa, reduzindo o número de acidentes nas figueiras.
Segredo revelado! Os figos e as figueiras são extraordinários!
Vale muito a pena passar horas a aprender mais sobre esta fascinante e deliciosa cultura, que em Portugal merecia ter muito mais área cultivada e agricultores profissionais dedicados.
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