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Revisitando: Is This It - The Strokes


Renato Crozatti

O hype pode ser prejudicial para muitas bandas que estão começando. Sempre que surge um grupo ou artista que revoluciona o cenário musical, há um certo preconceito por parte de muitos.  Alguns torcem o nariz quando algo é muito comentado na mídia ou nas rodas de amigos. Até hoje ouço pessoas falarem mal de The Beatles, Pink Floyd ou Nirvana sem conhecer a sonoridade, simplesmente pelo fato de o hype em cima dessas bandas ser muito grande. Sem querer comparar a importância dessas três gigantes,  no começo dos anos 2000 foi lançado Is This It, o debut do quinteto The Strokes, álbum esse que entraria para a história do rock contemporâneo.

Quando o desconhecido grupo  nova-iorquino The Strokes surgiu, no final dos anos 90, o hype foi tanto que eles foram considerados os “salvadores do rock mundial” pela crítica especializada. Buscando influências em bandas como The Velvet Underground e grupos de pós-punk dos anos 70-80, o grupo, liderados pelo vocalista Julian Casablancas, despontou como uma das principais bandas da cena indie rock da década passada com o álbum Is This It.

A banda surgiu inicialmente em 1998 na cidade de Nova York, EUA, quando Julian Casablancas (vocal), o brasileiro Fabrizio Moretti (bateria) e Nick Valensi (guitarra) se conheceram em uma escola preparatória. No ano seguinte eles se juntaram a Albert Hammond Jr. (guitarra) e Nikolai Fraiture (baixo), formando o que conhecemos hoje como The Strokes.

Is This It une uma sonoridade simples e sem muitos efeitos de estúdio. Os cinco jovens conseguiram criar canções que unem melodias nada complexas, linhas de baixo simples e riffs de guitarras cativantes em um álbum extremamente conciso e atual, que se sobressai ainda mais graças ao vocal único de Julian Casablancas. Como principal compositor, Casablancas escreveu sobre suas experiências pessoais, e suas letras abordam temas que, ora críticas, ora irônicas, falam sobre a chegada a fase adulta, sexo e a vida em Nova York. A principal influência de Casablancas foi Loud Reed, vocalista da banda setentista The Velvet Underground. “O jeito que Lou Reed escrevia e cantava sobre sexo e drogas, sobre as pessoas em volta dele – era tão genuíno”, afirmou em uma entrevista para a revista Rolling Stone. “Reed conseguia ser romantico no jeito em que ele retratava essas situações absurdas, mas era tudo tão real. Era poesia e jornalismo.”

O disco começa com a música homônima,  Is This It. Essa é a canção menos animada do álbum e fala sobre os desgastes de um relacionamento. The Modern Age aborda as complicações e consequências da vida moderna, com uma bateria mais pesada e num ritmo constante que lembra muito bandas de pós-punk. O álbum segue pela crítica Soma, e Casablancas discute sobre como as pessoas usam drogas para se encaixar nos grupos considerados cool. Outros destaques do álbum vão para as canções Barely Legal, Alone, Together, Hard to Explain e o hit mais conhecido da banda, Last Nite, tocada até hoje em bares e baladas mundo afora.

Acreditar que The Strokes seria o salvador do rock, ou até mesmo que o estilo precisaria ser salvo, é um enorme exagero. Mas não podemos negar a importância que o grupo teve, afinal eles foram os responsáveis pela popularização do estilo indie rock e foram a principal influência de diversas outras bandas que abalariam o cenário mundial, tais como Arctic Monkeys e The Kooks

Hoje, infelizmente, a banda se perdeu. Após lançarem mais dois ótimos álbuns (Room on Fire, 2003 e First Impressions of the Earth, 2006), a banda decaiu em qualidade com Angles, de 2011, até chegarem ao fundo do poço com Comedown Machine, de 2014, com músicas que remetem ao mais puro tecno-brega brasileiro.




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