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Boneca Russa - 2ª temporada

Lembro de afirmar na crítica da primeira Temporada que um segundo ano de Boneca Russa seria desnecessário. O final da primeira temporada encerrava a história de forma precisa e inteligente. Felizmente, só por que uma coisa não é necessária, não significa que não possa existir, e ser excelente! É assim, que a segunda temporada da série estrelada por Natasha Lyonne chega, surpreendendo quem já estava mais que satisfeito com o primeiro ano.
 
Passaram-se quatro anos desde o loop temporal em que Nadia (Lyonne) e Alan (Charlie Barnett) ficaram presos. Desta vez, é um buraco de minhoca no metrô que leva os personagens para outras épocas, para viver experiências de seus antepassados. 

Contar mais do que isso, seria estragar a maratona, já que a surpresa e a confusão fazem parte da experiência que é assistir Boneca Russa. Trocando o loop temporal, por viagem no tempo propriamente dita. O roteiro funciona quase como uma antologia, com um desafio distinto para cada temporada, mantendo em comum os personagens, e o conceito de "bagunca no continuo tempo espaço". 

Sim, bagunça!  Não sabemos porquê estes fenômenos acontecem com estas pessoas particularmente (e nem nos importamos com isso). As regras dos eventos são levemente variáveis, e as consequências inesperadas. Tudo agravado pelas personalidades, bagagens e atitudes dos viajantes envolvidos. 

Nadia se vê determinada à alterar a história de sua família, enquanto Alan está apenas curtindo viver outra vida. Ambos fugindo da realidade no presente, onde ele não tem sorte no amor. E ela está perdendo sua mentora/mãe substituta Ruth (Elizabeth Ashley). Se na primeira jornada o tema era a aceitação e enfrentamento de si mesmo e sua realidade. Agora, é a aceitação do passado imutável, com suas escolhas boas e ruins de nossos antepassados, que firmaram nossas origens e nos transformam em quem somos. História, culturas distintas e relação familiar são analisadas e reparadas ao longo dos sete episódios.

 
Desta vez, Nadia e Alan tem jornadas distintas, ainda que com algumas semelhanças temáticas. O rapaz ganha tem uma história menor, ainda que não mais simples ou impactante. Entregando o protagonismo totalmente à Lyonne, que repete a excelente atuação, resultante da compreensão plena de quem é sua personagem. Sim, a personagem e a forma inusitada com que ela lida com os fenômenos temporais, é o que a série tem de melhor. 
 
À Nadia, acrescenta-se ainda, a observação da vida pelos olhos da mãe mentalmente instável, e da avó rígida. A compreensão de suas dificuldades, e consequentemente o perdão pelos erros que marcaram a infância da protagonista. Temas abordados levemente na temporada anterior. 
 
Já no lado da ficção científica, saem as rimas e repetições do loop temporal, e entram as referências, ciclos e outros paradoxos de viagem no tempo. Em especial, a imutabilidade do passado, e realidades alternativas que no excelentemente confuso episódio final.  Tudo bem temperado com o humor sarcástico e inteligente costumeiro da série.
 
 
A produção capricha ao deixar a Nova York atual, e reconstruir a metrópole em diferentes épocas. Bem como visitar outros países em momentos bem distintos da história da humanidade. Sim, diferentes países e épocas, é quão longe vai esta temporada de Boneca Russa.

E por falar no título, apesar da mudança de perspectiva, as metáforas que ele traz se mantém. Se antes as matrioskas (aquelas bonecas russas, guardadas umas dentro das outras), faziam alusão às muitas camadas e possibilidades de um indivíduo. Agora fala sobre as muitas camadas externas que nos constrói, formando quem somos.

Boneca Russa é uma série que te confunde, de propósito e no melhor dos sentidos! Sem medo de explorar todas as possibilidades, ou mudar quando necessário. Este segundo ano, muda seu formato e surpreende trazendo uma nova jornada igualmente coerente, inteligente, cheia de conteúdo e que novamente se encerra em si mesma. Fico feliz em dizer que estava errada, Boneca Russa merece quantas temporadas suas criadoras acharem que precisam. Desde que continuem trazendo ideias tão boas e bem desenvolvidas.
 

A segunda temporada de Boneca Russa tem sete episódios com cerca de meia hora cada, o primeiro ano tem oito. Todos já estão disponíveis na Netflix. Natasha Lyonne, criadora da série ao lado de Amy Poehler e Leslye Headland, afirma ter planos para temporadas futuras, mas nada fora confirmado ainda. 

Leia a crítica da primeira temporada.



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