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Roma, lugares, detalhes

Sempre que penso em voltar a Itália, já começo a pensar nos novos lugares que visitarei em Roma, esta cidade tem tantas maravilhas, que nem algumas incarnações me fariam conhecê-la toda. Cada viagem degusto alguns de seus detalhes e hoje reconto alguns bons momentos passados em seus cantos e encantos. A experiência vivenciada por mim aconteceu quando viajei para a Itália e decidi ficar em Roma por três dias antes de seguir viagem. Era a minha primeira viagem sozinha para fora do Brasil, claro que fiquei no velho conhecido pensionato na Piazza Madonna dei Monti, Casa Santa Sofia. Enfrentei os medos, pois, o que importava era que novamente eu poderia conhecer um pouquinho mais de Roma, com mapa na mão saía cedo do pensionato, passeava, passeava, às vezes sentia falta de companhia, mas quando eu parava para um café latte, ou uma água, puxava um dedo de prosa, que às vezes rendia, outras não. Nestes passeios procurei conhecer algumas igrejas com mosaicos bizantinos e outras tantas belezas romanas. Vou contar um pouquinho sobre a linda Basílica de Santa Prassede (em português, Santa Poliana) e outros lugares.

 Segundo a lenda, Prassede, junto coma irmã Pudenziana, à qual é dedicada a igreja vizinha e que tem o seu nome, era filha do senador cristão Pudente, ela junto com a irmã foi martirizada depois de ter recolhido com uma espuma e virado em um poço o sangue de cristãos mortos. O lugar de devoção a Santa Prassede tem origem muito antiga, perto deste local foi construída a basílica, Pelo Papa Pasquale I (817-824), ao seu lado foi construído um convento de rito grego. Foram transferidas para lá relíquias de dois mil mártires. A igreja sofreu restauração no sec. XII e também no sec. XVI, depois de 1870 o convento foi destruído e substituído por uma escola.Esta igreja tem diversas obras de arte, inclusive a primeira obra de Bernini, quando o mesmo tinha dezesseis anos, monumento ao bispo G.B.Santoni, mas vou me deter na capela de San Zeno. A capela é considerada o monumento mais importante de arte bizantina em Roma, ela foi erguida pelo Papa Pasquale I, como mausoléu para sua mãe Teodora. O acesso a capela se dá por um portal enquadrado por duas colunas de mármore negro, colunas sobre as quais se apóiam uma bela trave horizontal que sustenta uma urna do século III. Os batentes da porta são cuidadosamente trabalhados, acima da porta, em volta da janela existem lindos mosaicos onde figuram a Nossa Senhora com Jesus menino e Santos, na parte mais externa Cristo e os Apóstolos. O interior da capela é de grande sugestão, ainda que de dimensão limitada, é sustentada por quatro colunas de granito, em volta dos quais elegantes anjos sustentam um escudo redondo com Cristo que abençoa. Nas lunetas e em um pequeno vão, outros mosaicos com Santos Mártires e também um com Teodora mãe do Papa Pasquale I. Nesta capela também se conserva a coluna da flagelação, fragmento de uma coluna que pertencia ao pretório de Pilatos, na qual Jesus Cristo foi flagelado, foi trazido de Jerusalém em 1223. Esta capela é de tirar o fôlego, meus olhos foram passeando pelos mosaicos, tentando reter as cores e as figuras. Dentro desta igreja confirmei que para conhecer obra de arte, não importa se está sozinha, as obras nos fazem companhia, viajamos vários séculos através delas. A igreja tem uma fachada simples, numa Roma onde a opulência barroca fala alto, ela quase passa despercebida, mas retrata o período da sua construção, ela é uma Igreja Medieval. Existem outras igrejas em Roma com mosaicos maravilhosos, na Basílica de Santa Pudenziana ao lado da de Santa Prassede, na Basílica de Santa Maria Maggiore, na Basílica de San Giovanni in Laterano, na Basílica de São Pedro e outras. A Basílica de Santa Prassede está localizada na via di Santa Prassede- 9 a. Horário de visita- 07h30min as 12h00min e de 16h00min as 18h00min. A entrada é pela lateral e gratuita. As três igrejas, Santa Prassede, Santa Pudenziana e Santa Maria Maggiore, ficam na região do centro histórico e são bem perto uma da outra. É um passeio que vale a pena fazer.

O viajante pode gostar de se sentir livre e andar sem muito destino, querendo sentir o clima da cidade e das pessoas que vivem ali. Sugiro um passeio pela região de Campo dei Fiori, onde diariamente acontece uma feira livre pela manhã, com frutas, verduras, flores, dá para sentir o pulsar do cotidiano romano. Bem pertinho dali está o belíssimo Palazzo Farnese (sede da embaixada francesa), o projeto arquitetônico e o seu acervo de obras de arte é muito reconhecido. Ele está aberto à visitação com marcação antecipada, compra-se o ingresso pela internet. Vá passeando que chegará a bela via Giulia, obra de Michelangelo, onde tem a Fontana del Mascherone, continue e chegará a região do Ghetto judeu. Vou falar um pouco dessa história A presença dos judeus em Roma remonta ao século II A.C, o Ghetto foi delimitado enquanto entidade histórico-urbanística, em 12 de julho de 1555, pelo Papa Paolo IV, a bula Cumnimis absurdum decretava os limites e o horário de fechamento. Em 1848 o Papa IX abriu definitivamente os portões deixando livre o movimento dos judeus. De fato pode-se sustentar que a separação de um núcleo de população não existe mais, do mesmo modo que não existe mais o verdadeiro Ghetto, que foi destruído a mais de cem anos numa operação urbanística, que teve também o significado de redenção de uma histórica constrição de um povo. Mas no conceito comum o Ghetto existe. A inserção nos limites topográficos daquele que foi o antigo Ghetto histórico de uma população judia limitada no número, mas nem por isso menos significativa, faz perpetuar uma tradição judaico-romana expressa tanto nas particularidades do dialeto como na gastronomia. O resíduo material do Ghetto faz referência à continuação de uma memória de um fato histórico de tal duração e consistência que conquistou a característica de uma peculiaridade da vida romana. Uma complexidade de comportamentos, atividades econômicas particulares e coerência de ideais que merecem a mais alta consideração e respeito. Está região de Roma é repleta de restos de monumentos clássicos e de evidentes traços medievais que o período barroco não cancelou, é fascinante andar pelas velhas ruazinhas a procura de sinais de tempos antigos. O mais celebre deles é o Portico d’Otavia, que fica na rua do mesmo nome e onde tem uma confeitaria renomada que se chama Boccioni. A Sinagoga, localizada no lungotevere Cenci(avenida ao longo do rio Tibre) é linda e abriga um museu muito significativo, com objetos litúrgicos judaicos e objetos dos judeus que foram para os campos de concentração na Segunda Guerra Mundial. O museu mexeu com as minhas emoções. Afoto abaixo é da Fonte das Tartarugas também na região do Ghetto.

Pois é amigos vá seguindo o Tevere, do outro lado está Trastevere que é a Roma mais popular e colorida, pare numa cantina, coma uma pasta, beba um vinho e agradeça a oportunidade de estar em Roma. Fico por aqui, arrivederci Roma.

Roseli Cordeiro Pereira




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