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Desconstruindo a utopia da monarquia católica no Brasil


Tem tanta gente louca sobrando neste país que toda hora surge uma loucura nova. A mais nova moda agora é apoiar a volta da monarquia, isso mesmo que você ouviu, eles querem acabar com a república a voltar a colocar um rei (Dom Pedro III?) no Brasil. Era só o que faltava. Como não podia ser diferente, a maioria esmagadora dos que apoiam esse “projeto” para o país consiste em fanáticos católicos sustentando que o Brasil monárquico católico (que tinha a religião católica como oficial e proibia outras formas de culto público) era melhor do que o Brasil republicano do Estado laico (esse mesmo que permite os protestantes malvados influenciarem a sociedade outrora católica).

O argumento é simples: quando o Estado era uma Monarquia católica, do jeito que os papistas fanáticos totalitários adoram, era tudo uma maravilha, o Brasil era uma superpotência e tudo corria bem, e então foi só o Estado laico republicano malvadão entrar em cena que tudo se arruinou completamente. É um conto de fadas bem típico e apropriado para quem tem uma verdadeira preguiça de pensar, e um prato cheio para a apologética católica brasileira.

Eu diria que esses monarquistas modernos usam argumentos juvenis de quinta série, mas na verdade creio que dificilmente alguém da quinta série usaria argumentos tão infantis. Aqui não cabe refutar um a um, o que levaria muito mais tempo e tornaria esse artigo gigante, por isso selecionei uma imagem conhecida que circula as redes sociais onde monarquistas resumem alguns de seus principais “argumentos”, e no final abordarei um último que é o mais usado por eles, mas que não consta na imagem abaixo:


Comentarei brevemente cada um deles.


Bandeira mais bonita

Concordo, mas é irrelevante.


O imperador falava 23 línguas

Não há nenhuma fonte independente que prove essa afirmação, apenas as fontes oficiais (ou seja, o próprio governo). De forma geral, embora Dom Pedro II fosse muito superior a outros monarcas (como seu antecessor, Dom Pedro I), ele é muito sobrestimado. Ele era um homem honesto e pacífico, mas não era todo esse intelectual que os monarquistas pintam por aí. A historiadora Mary del Piore escreveu um livro chamado “O Castelo de Papel”, onde entre outras coisas conta um pouco sobre este aspecto não tão sublime do imperador do Brasil. Um resumo pode ser visto aqui, e abaixo segue alguns tópicos ali abordados:

• De acordo com a correspondência pertencente ao IHGB (Instituto Histórico e Geográfico), na qual a Condessa de Barral descreve em detalhes a primeira viagem do imperador à Europa, fica-se informado sobre sua falta de modos à mesa, sua insistência em falar um péssimo inglês, suas unhas sujas, entre outros comportamentos que contrariavam as regras de civilidade entre a aristocracia europeia. A preocupação da Condessa ao lhe escrever sobre tais questões era de poupar-lhe críticas e, segundo ela, até “a risada dos criados”.

• Sua correspondência com intelectuais da época é diminuta – contrariamente, por exemplo, a uma sua contemporânea, a Rainha Maria Amélia de Bourbon, que escrevia mil cartas por mês, recolhidas aos Arquivos Reais da Bélgica.

• Em sua biblioteca não constavam os grandes nomes da literatura europeia do período.

• Ele não participou dos debates em curso na Inglaterra e França sobre formas de governo, republicanismo, saneamento urbano e higienização das cidades, enfim, ignorou a lista de assuntos que apaixonava as classes letradas.

• Seu genro Gastão de Orléans o desenha como alguém profundamente egoísta, cioso de manter o casal de futuros regentes afastado da política, e autor de gestos obscuros e serpentinos. Nenhuma referência à sua propalada “sabedoria”.

• Seu ministro e amigo Cotegipe dizia que o imperador não tinha mais que uma cultura superficial e suficiente para impressionar seus interlocutores, com perguntas. Nunca, respostas.

Em suma, Dom Pedro II é sobrestimado pelos defensores da monarquia – e estamos falando de alguém imensamente superior a um devasso como Dom Pedro I (veja aqui), ou um assassino louco (veja vários deles neste livro). Para ser honesto, o que mais tinha eram reis tirânicos, imorais e assassinos, basta um curso básico de história para notar isso. Reis que entravam em guerras insanas e totalmente desnecessárias, reis que assassinavam qualquer um que se colocasse no seu caminho, reis que tinham um “harém” de prostitutas ao seu dispor (além de mulheres casadas), reis que não precisavam praticar corrupção porque já tinham toda a fortuna que quisessem, na hora que quisessem.

Esse é um dos males da monarquia tradicional: nunca se sabe se um rei será um homem culto e bom gestor, ou se será um crápula maquiavélico cheio de ideias nocivas para o país. Os monarquistas, por infantilidade ou ingenuidade, pensam que um novo monarca só poderia ser necessariamente um gênio brilhante, quando nada garante isso. Alguém como Dilma pode ser deposto(a) na república por meio de um impeachment, mas na monarquia iria reinar de modo absoluto até morrer ou até que alguém matasse – o que geralmente se tentava fazer com os mais maus, mas nem sempre funcionava. Ou seja: era imensuravelmente mais difícil tirar um crápula do poder, restando suportá-lo por décadas e décadas até a morte e torcer (torcer muito) para que seu sucessor seja diferente – e você não podia votar em nenhum deles, é claro.


O Reino Unido pediu desculpas para evitar uma guerra

Em tese é verdade, mas quando um defensor da monarquia alega isso ele o faz na intenção de dizer muito mais do que isso. O que ele realmente quer dizer é que o Reino Unido tinha medo do Brasil porque o Brasil era superior, é isso o que os fanáticos têm em mente quando dizem isso. Neste sentido, a tese não apenas é falsa, mas também é ridícula. Basta notar que por volta daquela mesma época ocorreu a Guerra do Paraguai (entre 1864 e 1870, sendo que essa “quase guerra” com o Reino Unido se deu no início dos anos 1860), ocasião na qual o Paraguai sozinho encarou Brasil, Argentina e Uruguai juntos. Quer dizer: o Paraguai não tinha medo de lutar sozinho contra o Brasil e mais dois, mas o Reino Unido, “apenas” o Reino Unido, morria de medo do Brasil sozinho! É rir pra não chorar. Os monarquistas conseguiram inventar o imprevisível: uma superpotência que consegue tocar o terror no Reino Unido, mas não consegue amedrontar o Paraguai...

E por mais que se alegue que o Brasil venceu a guerra, qualquer estudioso da Guerra do Paraguai consegue facilmente notar que o Brasil não era essa coisa toda que os monarquistas pintam. Primeiro que se fosse, não precisaria da ajuda de outros dois países, porque em tese já seria muito superior ao Paraguai. Segundo que, mesmo com uma Tríplice Aliança, ainda assim foram necessárias várias expedições e muitos anos para finalmente derrotar o Paraguai. Mesmo no 3x1 a disputa foi acirrada, não havia essa superioridade toda. E terceiro que no mesmo século o Brasil perdeu a Guerra da Cisplatina, ocasião na qual o Uruguai conseguiu se tornar independente do Brasil. Quer dizer: perde pro Uruguai e precisa de mais dois pra ganhar do Paraguai (depois de muito tempo), e ainda querem dizer que tocou o terror no Reino Unido? Sério?

A razão pela qual o Reino Unido se recusou a lutar com o Brasil é simples: ele não ganharia NADA com isso. Não estava em jogo conquistas territoriais, rivalidades históricas, razões morais, luta pelo ouro ou por posses terrenas preciosas, nem tampouco fatores econômicos diversos. Nada disso. Tudo não passava de um ridículo problema diplomático por causa de dois incidentes insignificantes que levaram o cônsul britânico idiota a arrumar confusão de graça. É óbvio que o Reino Unido, que já tinha tanta coisa pra se preocupar – inclusive guerras mais sérias – não iria se envolver em mais essa, sem nada a ganhar. O “pedido de desculpas” foi uma decisão puramente estratégica, e não “medo” de um suposto império todo-poderoso do Brasil (que só existiu na cabeça dos monarquistas).


O Estado era católico

Essa aí já mostra o quanto a defesa da monarquia está eivada de fanatismo católico: o próprio fato de o Estado ser católico já é tomado a priori como um “fator positivo”, claro, porque quem fez essa tirinha foi um zumbi tridentino que acha que o cenário ideal de mundo era aquele onde ninguém tinha liberdade real para escolher que religião seguir, mas todos eram obrigados a serem católicos, querendo ou não. O mundo do sonho dos tridentinos é aquele onde a Inquisição perseguia, inquiria, prendia, torturava, confiscava os bens, açoitava, escravizava e queimava vivo aqueles que ousavam ter outra religião em território católico; é aquele onde cruzados católicos estupravam mulheres bizantinas e muçulmanas por igual, assassinavam recém-nascidos e crianças de colo, praticavam canibalismo e matavam judeus mesmo depois de prometer-lhes salvo-conduto.

É aquele onde os papas expressamente se pronunciavam contra a liberdade de pensamento, como mostrei neste artigo. Esse é o mundo perfeito na cabeça de um zumbi tridentino. Um mundo que, como consequência, gerou atraso por onde passou, porque “coincidentemente”, dos sete países com maior IDH do planeta, sete são de tradição protestante (veja aqui) – aqueles mesmos rebelados malditos que ousaram se posicionar contra todas essas atrocidades.

Vale acrescentar, para quem ainda não sabe: na monarquia católica de Dom Pedro I e de Dom Pedro II, o catolicismo era a religião oficial do país, o que resultava que os evangélicos e membros de outras religiões eram proibidos de prestar culto público (tinham que se reunir discretamente em casas, tal como os primeiros cristãos nos tempos bíblicos). Os negros de religiões africanas tiveram que mascarar suas crenças tradicionais com o catolicismo, e daí resultou o que conhecemos hoje como umbanda e candomblé (uma mistura dessas religiões afro com o catolicismo brasileiro, já que a lei proibia aquelas religiões). E apenas o casamento realizado por um padre numa igreja católica era considerado válido, o que significava que os não-católicos não eram considerados “casados”, apenas “ajuntados”.

Assombroso? Não, apenas o mundo ideal na cabeça dos zumbis tridentinos que sonham com a volta desses tempos imemoriais (mas que detestam quando 1% disso é empregado contra eles em algum outro lugar).


Durante todo o Império, a inflação não passou de 1%

Essa é a mais cômica de todas: os caras querem realmente comparar uma época em que a mão-de-obra era fundamentalmente agrícola e escravista, com uma época industrializada e com mão-de-obra livre tal como nos séculos XX e XXI! Impressionante! Com milhões e milhões de escravos (mão-de-obra gratuita) fica fácil controlar qualquer inflação, mas a custa de que? Do sofrimento de pessoas humanas, com sentimentos e personalidade própria, criados à imagem e semelhança de Deus. Vale ressaltar que todo o período monárquico foi uma era escravocrata. O Brasil foi o último país da América a abolir a escravidão, só foi abolir muito mais tarde depois que todo mundo já havia abolido. Isso ocorreu em 1888, e logo no ano seguinte foi a proclamação da república. Ou seja, durante praticamente todo o período, escravidão e monarquia estiveram de mãos dadas.

Até o final do século XIX, estima-se que 12 a 20 milhões de escravos africanos foram obrigados a embarcar em navios e chegaram ao Novo Mundo, dos quais 4,5 milhões foram para o Brasil[1]. Mas o número estimado de escravos que morreram nestes navios é bem maior, rondando os 100 milhões[2]. Apenas nos vinte anos entre 1835 e 1855, considerados o ápice do tráfico transatlântico de escravos, 500 mil africanos foram contrabandeados para o Brasil, no que é considerada a “maior emigração forçada da história”[3]. Antes mesmo disso, em 1820, a população escrava no Brasil girava em torno de dois milhões, o que correspondia a dois terços da população total do país, superando em larga escala a antiga e cruel escravidão romana[4].

Essa também é uma das razões pelas quais a China socialista cresce tanto, apesar de historicamente o socialismo esteja sempre atrelado a atraso econômico inigualável. Com centenas de milhões de escravos chineses trabalhando até 16h por dia em regime de semiescravidão para conseguir sobreviver, consegue-se gerar “progresso” onde quiser. Isso não significa que o progresso seja real, pois não há verdadeiro progresso onde a moralidade é jogada no lixo e o bem-estar humano é desprezado em prol do lucro de uma minoria.

A maravilhosa monarquia adorada pelos fanáticos papistas deixou este país dependente da escravidão para continuar crescendo, e essa é a razão pela qual fomos os últimos a aboli-la no mundo de então. O Império só a aboliu depois de muita pressão e quando já não tinha mais jeito. Mas isso não veio sem deixar um impacto na economia, antes tão dependente dos escravos e agora sem mais nenhum escravo – era óbvio que um rombo seria deixado no lugar. Rombo este causado pela monarquia escravista, e não pelos republicanos, que apenas herdaram o pepino. Tão ou mais ridículo do que culpar o Temer pela crise deixada antes dele pelo PT, é culpar a república por uma crise econômica decorrente da péssima administração da monarquia, obsoleta ao ponto de favorecer o escravismo em detrimento da industrialização, e consequentemente deixar uma “herança maldita” para os que vieram depois do fim da escravidão, que neste país coincidiu com o início da república.

Até o Paraguai (de antes da guerra) era industrializado, mas o Brasil não. Industrialização mesmo só viemos a ter ao longo do século XX, quando a Revolução Industrial é do século XVIII. Esse foi o legado da maldita monarquia católica no Brasil. Compare com os Estados Unidos, que já tinha um norte industrializado muito antes, em contraste com um sul escravista parecido com o Brasil. Quando o norte ganhou a Guerra de Secessão, todo o país foi obrigado a adotar a cultura do norte – uma cultura de liberdade, industrialização e progresso. Mas no Brasil nem mesmo havia um “norte” para se opor: o Brasil inteiro era e continuou sendo ao longo de todo o período monárquico uma terra agrícola baseada na escravidão.

É por isso que a inflação era tão baixa: com uma indústria tão incipiente e com tanta mão-de-obra escrava, era só o que podíamos esperar. Ou alguém realmente acredita que no mundo civilizado, industrializado e globalizado do século XXI, onde os governos mundiais dos países mais desenvolvidos encontram problemas enormes e profundamente complexos para resolver a questão da inflação, bastaria colocar um reizinho de “sangue puro” com uma coroa na cabeça e pronto – problema resolvido? Ridículo.


Era o país mais rico da América, competindo de igual com os EUA

Totalmente mito. Na verdade, o século XIX é considerado um “século perdido” para a economia brasileira, e em momento nenhum o Brasil chegou perto ou ultrapassou os Estados Unidos em termos de grandeza, riqueza, desenvolvimento, industrialização, expectativa de vida ou qualquer outro critério que se queira utilizar. Eu não preciso dissertar muito sobre isso porque já foram desenvolvidos excelentes trabalhos a este respeito, especialmente este artigo para download que aprofunda a questão (de forma mais resumida, um outro pode ser visto aqui). Os Estados Unidos já era rico e industrializado muito antes do Brasil começar a engatinhar nessa área.

Basta usar como exemplo os indicativos de expectativa de vida, que era uma forma global de avaliar a qualidade de vida das pessoas de cada época. Em geral, quanto mais tempo médio se vive, significa que há mais renda, acesso a serviços de saúde e saneamento, menos violência e criminalidade, e mais cultura e educação do que nos países em que a média é menor. É por isso que este critério é ainda hoje um dos mais importantes no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Pois bem: em 1920, ou seja, apenas trinta anos depois da monarquia, a média de vida do brasileiro beirava os 32 anos (veja aqui). Muito antes disso, em 1900, os Estados Unidos já tinham uma marca muito melhor: 49 anos.

Pegando a tão sonhada época da monarquia brasileira, em 1879, a média de idade de um escravo era de 19 anos, e de um homem livre era de apenas 27 anos. Muito antes disso, ainda em 1850, os Estados Unidos já tinham uma marca muito melhor: 35 anos para os escravos, e mais de 40 anos para a população livre (veja aqui). Ou seja: o escravo americano (o que estava mais exposto às piores condições de vida) tinha bem mais expectativa de vida do que o brasileiro livre na mesma época! Isso mostra claramente que essa disparidade atual entre Estados Unidos e Brasil no que se refere ao IDH não é um fenômeno moderno: ela vem desde a época em que EUA era sinônimo de protestantismo e Brasil era sinônimo de catolicismo.

Não adianta chorar: os países católicos sempre foram sinônimo de atraso EM QUALQUER QUESITO que seja, quando em comparado com os países protestantes. A monarquia católica no Brasil não fica por menos. E não se admire se um sofista usar algum dado sem fonte, do tipo: “O Brasil na época da monarquia era a 4ª maior economia do mundo!!!”, quando há bem pouco tempo atrás (em 2012, mais de 120 anos depois do fim da monarquia) o Brasil ainda era o sexto colocado (veja aqui) e tem previsão para virar a quinta maior economia até 2023 (veja aqui– e ainda continua tendo a maior economia da América à exceção dos EUA. Isso significa que o Brasil é rico, próspero, desenvolvido e de primeiro mundo? É claro que não. Como também não significava nada na época da monarquia. Esses dados precisam ser contrastados com os aspectos negativos, como por exemplo a desigualdade social, pobreza, criminalidade, má condições de saúde, educação, moradia, etc. Não é citando dados que caem de paraquedas como se estivesse ganhando final de campeonato.


Mas afinal: a monarquia seria melhor hoje? Por que tantos países monárquicos são tão desenvolvidos?

Chegamos ao final dessa análise refutando os mitos católicos em torno da monarquia brasileira do século XIX, mas ainda resta uma dúvida cruel: será que a monarquia não seria melhor se fosse reimplantada no nosso país em pleno século XXI? Os proponentes desta tese defendem isso com o argumento da quinta série que eu me referi no início: trazem uma lista de países altamente desenvolvidos que são monárquicos (ex: Reino Unido, Japão, Suécia, etc), e então batem no peito e concluem: Monarquia >>> República!

Só tem um probleminha tão básico que faz parecer que os defensores da tese são desonestos ou simplesmente ignorantes demais, para não dizer burros: nesses países monárquicos desenvolvidos da atualidade, o monarca é meramente uma figura, ele não manda de fato em porcaria nenhuma. Veja por exemplo o caso da Rainha Elizabeth: ela faz exatamente o que? Nada. Ela tem relações diplomáticas amigáveis com esse ou aquele embaixador, toma chá pela manhã e joga vídeo-game com o príncipe William. E acabou. Até os ingleses sabem disso, mas apoiam mesmo assim, apenas para manter uma tradição histórica da qual eles tem muito orgulho, e também porque lucram com o turismo em torno da família real (veja aqui).

Ou seja, esses países mantém uma “monarquia”, não por pensarem que precisam disso para serem prósperos, mas porque a monarquia constitui um elemento primordial na cultura dos mesmos. É por um aspecto simbólico, não por algo de efeito real que possa mudar para melhor a situação deste ou daquele país. Nem mesmo esses países, por mais apegados que sejam às suas tradições, foram loucos o suficiente para continuarem dando poder ao monarca como ele detinha nos tempos antigos, por isso limitaram ao máximo a amplitude desse poder e quem “manda” de fato é o primeiro ministro. Se a monarquia do tipo onde o rei manda e desmanda é uma maravilha, então por que esses países não mantiveram os amplos poderes que o monarca detinha antes? A resposta é óbvia: porque até eles mesmos sabem que um sistema onde só um governa hereditariamente com poderes quase absolutos é algo obsoleto, ultrapassado e falido.

No Brasil a monarquia era do tipo parlamentarista, mas apenas em tese, porque o imperador possuía o poder moderador, que na prática lhe dava quase os mesmos poderes totalitários que os reis de monarquias absolutistas possuíam. Você não vai encontrar um único monarca de país desenvolvido exercendo tamanho poder nos dias de hoje. Mas vai sim encontrar países onde ainda há um rei que não é um mero fantoche, mas manda mesmo no pedaço tal como nos tempos antigos. Quer saber quais países maravilhosos e altamente desenvolvidos são esses? Aqui vai uma lista:

Antígua
Arábia Saudita
Bahrain
Barbados
Brunei
Butão
Catar
Camboja
Dominica
Emirados Árabes
Jordânia
Lesoto
Omã
Suazilândia
Tailândia
Tonga

Todos países de 5º mundo, verdadeiras maravilhas do mundo moderno, o sonho de consumo de todo fanático tradicionalista católico.

Monarquia? Não, obrigado.

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,
Lucas Banzoli (www.facebook.com/lucasbanzoli1)


-Meus livros:

A Lenda da Imortalidade da Alma

Em Defesa da Sola Scriptura

A História não contada de Pedro


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