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Seriam “de uso exclusivo da Polícia Federal”?

A ser verdadeiro o conteúdo desta notícia – “Munição usada para matar Marielle é de lotes vendidos para a Polícia Federal” – e o que o título sugere (não vou sair acreditando no que diz a emissora só porque, nesta rara ocasião, parece fazer algum sentido), fico pensando no seguinte:

1) Só esta semana o telejornalismo da Rede Globo descobriu onde trabalham alguns dos criminosos que fornecem munições para criminosos? No mínimo, estavam mal informados.

2) A “descoberta” não irá modificar a cobertura cotidiana de crimes, assassinatos, violência etc.

3) Fica, no mínimo, ridículo o inacreditável ministro extraordinário da Segurança Pública (sic) do Mordomo de Filme de Terror oferecer ajuda da Polícia Federal nas investigações.

4) Um trecho da reportagem: “A munição desse mesmo lote foi usada na maior chacina de São Paulo, em 2015, quando 17 pessoas morreram, e nos assassinatos de cinco pessoas em guerras de facções de traficantes em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio. Na época da chacina paulista, foram apreendidas cápsulas de outros quatro lotes, que pertenciam, além da PF, à PM paulista e ao Exército.”

E ainda há Quem acredite nesta intervenção e quem ache que se combate o crime combatendo as favelas e os que nela moram, trabalham, vivem e transitam. Seria mais eficaz mirar batalhões, delegacias, quartéis, bases militares etc. – isto para não falar dos Palácios Guanabara e Tiradentes, já que o crime, aqui no RJ, é organizado a partir de cima.

5) Por falar nisso, tampouco adianda olhar apenas para as polícias, como argumenta Vinicius George: “É impensável você querer, setorialmente, querer resolver (…) Vou resolver, setorialmente, o problema da corrupção na polícia. E o governo [do estado do Rio] é um oceano de corrupções. O Executivo, o Legislativo e o Judiciário, incluindo o Ministério Público e o Tribunal de Contas, estão passeando nesse oceano. Como se resolve um setor? É impossível. (…)”

Quem fala é um delegado de polícia e ex-presidente do sindicato dos delegados – e TAMBÉM um militante de esquerda. Afinal, é óbvio que uma coisa não exclui a outra.

A longa conversa entre ele e o entrevistador tem trechos tão bons e esclarecedores quanto o que transcrevi acima. Esclarecedores para quem se dispõe a ouvir e raciocinar, evidentemente.

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