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"Qualquer lixo que se candidatasse": A farsa do "preenchimento a jato" das vagas deixadas pelos médicos cubanos expulsos do Brasil por Bolsonaro

Há alguns dias, afirmei aqui que a notícia de que mais de 10 mil médicos brasileiros teriam se apresentado para substituir os médicos Cubanos até mesmo nos lugares mais isolados e em aldeias indígenas era uma grande farsa. 
Alguns leitores do artigo publicado na mimha coluna no Brasil 247, a "Carta aberta a um amigo que odeia Cuba", chegaram a escrever aqui que não havia mais dúvidas de que todas as vagas haviam sido preenchidas pelos médicos brasileiros.
Para quem conhece duas realidades tão diferentes como a medicina humana que se pratica em Cuba e o mercantilismo que domina há alguns anos a medicina no Brasil , a tristeza é enorme, e confirma o que eu suspeitava.
Leiam o que descobriu meu amigo Mauro Donato.
"Uma mensagem de áudio num grupo de Whatsapp do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) expôs toda a malandragem e o desespero daqueles que estiveram fortemente empenhados em demonstrar que a saída dos médicos cubanos do programa Mais Médicos não surtiria grandes solavancos.
A idéia de fazer crer que os médicos brasileiros não se furtariam ao dever de substituir os cubanos e que em uma semana tudo estaria resolvido, no entanto, acaba de ser desmascarada.
Uma funcionária (que o Conselho Federal de Medicina não quer revelar a identidade) escancarou a farsa da ‘imensa’ procura e ‘rápido preenchimento’ das vagas. Segundo ela, “Essa semana foi uma loucura, o ministério da Saúde está querendo dizer que resolveu tudo, não importa como”.
A inquietação com o “não importa como” se deu pois, ainda segundo a funcionária, as vagas estavam sendo preenchidas por “qualquer lixo” que se candidatasse.
“Médicos com problemas, problemas legais, médicas de oito, nove meses de gestação se apresentando, médicos idosos, uma série de situações que não são favoráveis para o gestor municipal. Então, não vou admitir um médico que tem 12 processos na Justiça, outro que é assaltante, a médica que já vai sair para dar à luz, o médico que tá já na reta… enfim”, disse ela.
O programa nasceu exatamente pela carência tripla: a dos habitantes de locais remotos; a de médicos com conhecimento em atendimento básico; a disposição dos médicos em atuar nos rincões pobres do país. Portanto não seria em duas ou três semanas que esse quadro mudaria.
Mesmo com a presença dos cubanos sempre houve um déficit de aproximadamente 2 mil médicos e brasileiros nunca se interessaram. Desde o início do programa que a postura é exatamente a mesma a cada novo edital que era aberto: médicos brasileiros se candidatavam, menos da metade aparecia para trabalhar e, dos que exerciam a função, mais de 30% abandonavam seus postos em menos de um ano.
O problema está mantido e os hábitos repetidos. Na nova leva de ‘patriotas’ que correu para desmentir os ‘comunistas’, a imensa maioria só quer trabalhar em capitais e grandes centros. Os médicos descartam até mesmo periferia das grandes cidades e dão prioridade até para bairros ricos. Em São Paulo, nenhuma UBS de Cidade Tiradentes ou Itaim Paulista, ambas no extremo da Zona Leste, foi escolhida pelos candidatos.
Nenhuma! Se é assim até em centros urbanos, alguém realmente acredita que Melgaço, no Pará, terá reposição das médicas cubanas que lá atuavam? Para variar, os desassistidos e desprezados irão continuar sofrendo graças a um governante arrogante e a serviço das camadas privilegiadas(...)".

LUCIA HELENA ISSA, no Facebook

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