Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

A política Externa de Bolsonaro. Artigo de Jasson de Oliveira Andrade


         

Toda vez que Bolsonaro abre a boca para falar sobre política externa o Brasil sai perdendo. É o que constatou Eliane Cantanhede, no texto “Brincando com fogo”: “Quem brinca com fogo pode se queimar, mas quem está saindo chamuscado das propostas do presidente eleito Jair Bolsonaro não é ele, mas o Brasil. O duro artigo do governo da China e o duríssimo cancelamento de uma visita oficial do chanceler brasileiro ao Egito devem acender o sinal amarelo no QG de Bolsonaro, que tem uma grande vantagem: sabe recuar. Pois é hora de recuar. (...) Política externa é “de Estado”, não “de governo”, mas é obvio que novos presidentes têm o direito de fazer ajustes, calibrar o tom e deixar a sua marca nas relações com o mundo. Só não podem dar cavalo de pau, porque política externa se faz com credibilidade, para não atrair retaliações imediatas ou perda de imagem do País a médio prazo. (...) Entre as bombas acionadas pelas falas de Bolsonaro na área internacional destaca-se a transferência da embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém, rompendo décadas de neutralidade do Brasil no Oriente Médio, a favor de Israel e contra os Países Arabes, que têm fortes laços comerciais e culturais aqui. (...) O Egito – um dos árabes mais moderados (sic) – já chutou o pau da barraca, cancelando o convite para o chanceler Aloysio Nunes Ferreira ir ao país nesta semana com dezenas de empresários que, inclusive, já estavam no Cairo. E tudo por um voluntarismo de Bolsonaro. Mudar embaixada para Jerusalém não muda absolutamente nada a favor do Brasil. Muito ônus para zero bônus. (...) Outra bomba (sic) de Bolsonaro é acenar para Taiwan e dizer que “A China pode comprar do Brasil”. Em texto pouco usual no Daily News, seu porta-voz extraoficial, o governo chinês ameaçou retaliar e lembrou que a China é o nosso principal parceiro comercial, com um superávit mais do que favorável ao Brasil, e os dois países não competem entre eles, ao contrário, têm economias e interesses complementares. (...) Fora isso, Bolsonaro está causando tanto ruído, à toa, por três motivos: desconhecimento (sic) de política externa, aliança com os evangélicos e um alinhamento, mais do que político, quase psicológico, a Trump. Vale dizer que, afora pequenos hiatos, o Brasil jamais teve alinhamento automático com nenhum parceiro, nem com a grande potência. (...) “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, diz o bordão de Bolsonaro. Em política externa, é “o interesse do Brasil acima de tudo e de todos”, inclusive das ideologias que, assim como vêm, também vão”.

A Folha, no Editorial “Embaixada polêmica”, noticiou: “Nesta terça (6/11), Bolsonaro irritou-se ao ser questionado sobre a atitude egípcia de suspender a visita da delegação brasileira. Cobrado pelos jornalistas, deu-lhes as costas. Mais tarde, disse que o assunto ainda não fora decidido”. Ao se irritar, Bolsonaro praticamente reconheceu que está errado, tanto assim que afirmou que o assunto não estava decidido!

Bolsonaro faria um bem para o Brasil se não opinasse sobre a política Externa!

JASSON DE OLIVEIRA ANDRADE é jornalista em Mogi Guaçu

.


.


This post first appeared on O CORREIO DA ELITE, please read the originial post: here

Share the post

A política Externa de Bolsonaro. Artigo de Jasson de Oliveira Andrade

×

Subscribe to O Correio Da Elite

Get updates delivered right to your inbox!

Thank you for your subscription

×