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Sobre a ONU e a situação de Lula



Sobre a liminar da ONU que determina ao Estado Brasileiro que não impeça Lula de concorrer e de fazer campanha nas eleições presidenciais de outubro, algumas considerações:

Tenho visto muita gente, supostamente bem informada, vomitando pelos dedos ao escrever aqui, nesse hospício azul (apud Edu Goldenberg), que a ONU é controlada Pelo "comunismo internacional" e que, portanto, não teria autoridade para opinar sobre a condição vivida pelo ex-presidente.

Não me lembro de período tão crítico para quem lida com fatos no Brasil. Chega a ser desesperador ter que perder tempo explicando o óbvio para adultos que, diante da exposição de fatos e argumentos incontestáveis, insistem em negar a realidade numa patética demonstração de birra infantil.

O fato é que NÃO IMPORTA o que eu, você ou a torcida do Flamengo pensamos sobre o Lula. O que importa é que o Brasil é signatário de um tratado internacional - o Pacto de Direitos Civis e Políticos - e descumpri-lo transformará o país numa espécie de pária, além de prolongar a crise política e institucional, uma vez que as eleições estarão sob suspeita e o próximo presidente dificilmente será reconhecido como legítimo pela comunidade internacional.

Se um país assina um tratado perante a ONU ele assume o compromisso de obedecê-lo. Tratados como este impedem, por exemplo, que governos autoritários se sintam à vontade para perseguir e prender opositores. Isso vale para todos os governos, à esquerda e à direita. É por isso que países como Coreia do Norte e Arábia Saudita se recusam a assinar esse tipo de acordo.

O conselho da ONU não pediu que as autoridades brasileiras libertem Lula e sim que ele não seja impedido de disputar as eleições e de fazer campanha como qualquer candidato, pelo menos até que estejam esgotados todos os recursos a que o ex-presidente tem direito nos tribunais. É assim que funciona o mundo democrático.

Na batalha pela narrativa do golpe, trata-se da maior derrota sofrida pelos golpistas até agora. O conselho - formado por especialistas idôneos, independentes e extremamente capacitados para ocupar esta função na ONU - simplesmente corroborou o que o mundo já sabia e reconheceu, agora oficialmente, que Lula é um preso político (ou prisioneiro de consciência, para usar o termo utilizado pelo órgão).

Cabe ao Brasil cumprir a liminar, deixando que Lula concorra em pé de igualdade com os demais candidatos, ou admitir, de uma vez por todas, que foi GOLPE sim.

BRUNO RIBEIRO

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