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O Sucesso de A Sutil Arte De Ligar O Foda-Se


MANSON, Mark. A Sutil Arte De Ligar O Foda-Se. 1º. ed. São Paulo: Intrinseca, 2017. 224 p.


No mundo moderno lidamos com a absorção de milhares de informações diariamente e somos constantemente colocados a prova de nossas próprias crenças e expostos a estilos de vida divergentes ao nosso. Através dessa observação do mundo pela lente midiática, podemos cair na armadilha de crer que o que é exposto a nós representa a realidade e se não vivemos desta forma estamos errando como ser humano. É comum entre adolescentes e até mesmo adultos a frustração por não estar a “altura” daqueles que seguimos nas redes sociais, esses vivem, como Eliane Brum descreve, “a primeira geração formada a partir de “likes” e “blocks”, carinhas sorridentes e carinhas furiosas” (BRUM, 2018). Quanto mais “likes” mais bem sucedida e realizada é a pessoal.

É nesse contexto social que o financeiro Mark Manson desvia de sua área de formação e escreve o Livro A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, uma obra de autoajuda que conforme o autor não é de autoajuda. A obra tem por intuito trazer uma nova abordagem a esse universo literário que ele mesmo nega pertencer, fugindo do extremamente positivista para uma, segundo ele, visão mais realista. Em linhas gerais Manson traz a necessidade de compreender e aceitar as falhas pessoais a fim de aprender com as mesmas e viver uma vida com mais paz.

Brum em 2018 comentou sobre a transição da criança para adolescência dizendo que “nossas crianças crescem numa bolha de proteção que rompe na adolescência […] descobrem a dureza do mundo, a violência, a exigência desmedida […] Sentem-se traídos pelo mundo de conto de fadas que receberam”. Para Mark Manson essa ilusão parte da construção social e das redes sociais, pontos também defendidos pela Eliane Brum como causadores da frustração. A grande questão que se forma é como evitar que as pessoas caiam em depressão.

A resposta a essa questão é trazida por Manson como a aceitação das falhas e a arte de conviver com elas. Para trabalhar isso o autor traz uma coletânea de histórias pessoais, de amigos e de personalidades de destaque através de uma linguagem popular e muitas vezes com palavras de baixo calão. Muitos trechos dão a ideia da utilização de uma psicologia reversa ao debater um realismo quase deprimente. O livro tem a tendência de ser mais negativo frente a vida a fim de baixar as expectativas infladas do leitor, uma ideia de que com menores expectativas, menores são as decepções.

O livro se divide em nove capítulos cujos títulos descrevem o tema principal de cada um. Manson trabalha a problemática da felicidade, o egoísmo e arrogância, as escolhas da vida, fracassos, entre outros. Por fim o autor trabalha a morte trazendo na primeira parte uma narrativa em forma de metáfora.

Ao falar sobre a arrogância humana, Mark Manson utiliza uma linguagem vulgar (se olharmos pela norma culta da linguagem mais comum na literatura) descrevendo que “pessoas arrogantes acabam gastando a maior parte do tempo pensando no próprio umbigo (pois) […] não é simples se convencer de que seu peido não fede, ainda mais se você é um grande bosta” (MANSON, 2017).

Essa linguagem mais ríspida e direta de Manson já era conhecida de parte dos brasileiros desde fevereiro de 2016 quando ele escreveu uma carta aberta para o Brasil, país que viveu por quatro anos e hoje é casado com uma brasileira. No texto nós somos definidos como extremamente egoístas e que nos consideramos altruístas quando prejudicamos outro cidadão a fim de ajudarmos um familiar. Isso não significa que Manson nascido nos EUA defenda o mesmo, mas sua visão sobre o Brasil, por mais que traga um realismo que deve ser discutido, foi bastante criticada.

Isso não afetou a venda de seu livro, que liderou o ranking dos dez livros mais vendidos no Brasil com um total de 240 mil cópias. Isso apenas reforça a necessidade deste tipo de conteúdo literário, mesmo em tempo de crise nas editoras, o livro rompeu uma barreira, tornando-se um sucesso.

É sair do egocentrismo o principal ponto do livro alinhado a necessidade de aceitação dos problemas. Precisasse conviver com aqueles insolúveis e escolher os que serão ignorados (o “ligar o foda-se”) e com quais serão lidados.

Por fim não é possível resumir o livro ou cada um de seus capítulos, pois a leitura adequada exigi que o leitor leia a obra como um todo, visto que sua finalidade só se dá a partir das reflexões de quem lê cada um dos capítulos. São as vivências daquele que percorre com os olhos cada uma das linhas do livro que enriquece a leitura e dá um sentido a mesma. Este é um livro para todos os públicos, toda e qualquer pessoa necessita refletir sobre sua vida e sobre como lidar com as dificuldades da mesma. Não há contra indicações e os benefícios dessa leitura são garantidos no dia a dia.



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