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Leitor faz relato sobre aluguel de um Audi Q3

Já relatei aqui no NA a experiência de alugar Audi A3 e BMW 320i GP. Depois de ter provado o gostinho dos premium, como previsto, acabei vendendo o meu cross up! TSI e, enquanto estou à procura do meu próximo carro (premium?), fui à locação de novo.

Minha ideia era alugar um Jetta TSI ou Audi A3, pois depois de conhecer carros turbo, fica difícil voltar para os aspirados, pelo menos para mim. Fiz reserva na Localiza, locadora que já estou acostumado com os paranauês do relato anterior (caução de R$ 1.900 no cartão, seguro não obrigatório de R$ 39 por dia, reserva rápida pela internet/aplicativo, etc) para o grupo dos carros acima.

Porém, ao chegar na loja me deram um Jetta, mas o ar não estava gelando nada. Voltei e, ao tentar cancelar a reserva (não havia nenhum outro Jetta e nem A3 disponíveis), o atendente – diante da minha visível frustração – me indagou se, em substituição, “um Audi Q3 me atenderia”, sem custos adicionais .

Quase não acreditei e prontamente aceitei a oferta de upgrade. A diária saiu para mim por R$ 157, que foi o preço que paguei no grupo do Audi A3/Jetta. O Q3 custa em média R$ 210/R$ 290 por dia, dependendo de antecedência custa ainda mais, e o seguro opcional de R$ 59. Ao chegar no pátio para pegar o carro, uma grata surpresa. O Q3 tinha míseros 12 km rodados, era de primeira locação!  A Localiza começou a disponibilizar o Q3 há pouco mais de uma semana e nenhum felizardo havia alugado essa unidade ainda.

Mais uma vez, como no A3 e BMW, minha intenção de aluguel era a de ir do Rio para Teresópolis, onde tenho uma choupana, e dessa vez também à Nova Friburgo, ambas cidades vizinhas à capital do estado, nas quais andar com um carro desse porte/preço não é tão “desconfortável” como no Rio, onde a sensação de insegurança estraga um pouco a brincadeira, conforme narrei no post anterior.

Peguei o carro na agência do Galeão e ao seguir pela Linha Vermelha, já deu para sentir que o motor 1.4 TFSI de 150 cv, o mesmo flex que empurra o A3 nacional, dá conta de carregar os quase 1.500 kg do SUV premium. Porém, notei mais o turbo lag nesse modelo do que no sedã.

A versão disponível para aluguel é a Attraction. O câmbio do Q3 é o automatizado S tronic (em lugar do automático Tiptronic do A3 nacional) e as trocas de marchas são rápidas e imperceptíveis, como todos já devem estar cansados de saber em se tratando dessa caixa de dupla embreagem.

Há borboletas, mas o câmbio trabalha com tanta perfeição que essas aletas viram meras figurantes: você se se esquece da presença delas, até mesmo em ultrapassagens, basta colocar o câmbio em modo S, que os robozinhos da dupla embreagem fazem a sua magia negra.

No asfalto, o comportamento desse filhote de mamute (mamutes seriam os Q5 e Q7?) é fenomenal. Até quem sempre olhou com desdém para SUVs, como eu, tem de dar o braço a torcer.  A direção é leve e a estabilidade é estupenda, as curvas são feitas de forma firme e há suspensão multilink na traseira.  A posição de dirigir é bem alta, o que agrada bastante as mulheres – a minha adorou.

Porém, ao diminuir o som para ouvir o ronquinho do motor (“let me play you the sound of my people”),  nota-se forte barulho de rolagem dos parrudos pneus 235/55 R17, que incomoda um pouco.

Itens de série

O Q3 Attraction é a versão de entrada. O que peguei tinha lindos bancos de couro (sintético) bege,  que exalavam aquele odor inebriante de carro novo. Há mimos como sensor de chuva e faróis automáticos,  freio de mão eletrônico, mídia com CD,  SD, bluetooth, USB e telinha, mas faltam piloto automático e GPS. Para estacionar, somente sensores, pois não há câmera. Apenas o banco do motorista tem regulagem elétrica.

O acabamento é de boa qualidade e o painel tem tonalidade bege (para combinar com os bancos) e preto.  Tapetes e assoalho são pretos. Volante em couro com três raios em vez dos já datados quatro do A3. O forro do teto e colunas são todos em tecido bege em trama de excelente aspecto.

O som é bom, mas nada muito estupendo, o que decepciona um pouco. Ponto forte é a ergonomia, os controles (há também no volante) são muito intuitivos e não tive necessidade de recorrer à leitura do manual do carro. Só o bluetooth que deu alguns tilts e não emparelhou com o S6 Edge da minha esposa de jeito nenhum. Curiosamente, o meu celular, que é o mesmo modelo, emparelhou.

De série vem também o “olhar dos outros”.

SUVs são os carros da moda. O Q3 é inegavelmente bonito e, apesar de não ser muito exclusivo, não é só mais um, atraindo alguma atenção pelo porte e pelas argolinhas. Ao estacionar para ir à uma loja de vinhos, pude notar que até as mulheres dos outros me fitaram de relance. Sem película nos vidros, os bancos claros ficam reluzentes e atraem olhares, já que não é cor muito difundida ainda no Brasil, infelizmente.

Consumo

O carro é Flex, mas com certeza me deram abastecido com gasolina. Consegui média de 14,4 km/litro na estrada. Quando abasteci com etanol, caiu para 8,4 km/litro, o que é muito razoável para o tamanho do carro. Mesmo com pé na tábua, o consumo é bem civilizado. Médias sempre do computador de bordo.

Off Road. #SQN.

Minha casa de Teresópolis fica na zona rural, estrada de terra batida. Pude perceber que esse SUV filtra bem as imperfeições e buracos, sendo mais confortável que meu falecido cross up!, esse sim pseudo aventureiro natimorto. No domingo, eu tinha uma reserva para almoçar num lugar ermo em Nova Friburgo, aos pés da Pedra Aguda. A moça ao confirmar a reserva ainda perguntou:

– A estrada está meio ruim, seu carro é alto?

– Opa! é sim!

Chegando à Nova Friburgo, o terreno era muito, muito acidentado, tipo cratera lunar, aí o bicho pegou. Numa íngreme subida esburacada e de terra batida com pedrinhas, o carro com apenas dois passageiros negou fogo e não conseguiu subir. Patinou, o controle de tração atuou e o carro não desenvolveu, parando no meio da ladeira.

Ao contrário do que dita o senso comum, constatei que o controle de tração pode atrapalhar em situações como a descrita acima, em carros pesados.  Ele corta a força do motor e o carro não consegue concluir a subida, pois ao controlar o tracionamento, o motor perde fôlego e não suporta o peso do carro – paradoxalmente, em vez de ajudar, atrapalha.

Dei marcha à ré, desliguei o controle de tração, coloquei no modo S (que aumenta o giro) e consegui subir no embalo. Isso ocorreu mais duas vezes no trecho em direção ao restaurante. Com isso, pude constatar a (quase óbvia) impressão de que esse carro, que não é 4×4, não é indicado para peripécias off-road. Seu habitat natural são as estradas asfaltadas. Leve buracos (não em subidas) são transponíveis para ele, mas não dá para abusar.

Ainda durante o caminho, na pista de mão única, dei de cara com um Troller descendo. Alguém tinha de dar passagem e o motorista do Troller mostrou quem é quem no off road: jogou o carro dele em cima de um barranco, inclinando em quase 45 graus o carro, de lado, para me dar passagem e me olhou com um sorriso de mistura de desdém e prazer, com olhar blasé, como quem diz “isso aqui sim que é fora de estrada”.

No total, foram exatos 500 km de convivência com o carro, nos quais pude constatar qualidades e defeitos. Talvez mais qualidades. Ao disponibilizar carros desse nível para aluguel, a Localiza corrobora que a moda de SUVs deve demorar a passar. O aluguel de um carro desses é um prato cheio para entusiastas automotivos, já que manutenção, IPVA, seguro anual, depreciação, etc, ficam de lado. Para mim, serviu como quebra de paradigma de que SUVs seriam monótonos.

Agradecimentos ao Gustavo Guedes.

A notícia Leitor Faz Relato sobre aluguel de um Audi Q3 é um conteúdo original do site Notícias Automotivas.



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