Escrito por Wagner Azambuja

Mentha spicata (spearmint)

A Mentha spicata (spearmint), popularmente conhecida por “menta ou hortelã verde“, é uma planta herbácea, perene, rasteira, de folhas ásperas e muito aromáticas. É nativa da região do Mediterrâneo, popularizou-se por toda Europa e atualmente é bastante cultivada nos Estados Unidos e em Portugal. Propaga-se quase que inteiramente por via vegetativa e apresenta grande facilidade de adaptação ao clima subtropical, razão pela qual é uma das espécies de hortelã mais cultivadas no Brasil. Na Grécia antiga, era utilizada como perfume, como planta afrodisíaca e também como artigo de higiene bucal. Hoje, porém, mostra-se ainda mais versátil, pois, além da planta em si, seu óleo essencial vem sendo utilizado pelos mais diversos ramos da indústria, com destaque para a flavorização de alimentos, bebidas, medicamentos, produtos de higiene bucal, e fabricação de perfumes.

“A carvona também pode ser biossinteticamente produzida a partir de uma técnica criada no século dezenove que utiliza o limoneno como precursor, numa reação com cloreto de nitrosila.”

Óleo Essencial de Hortelã Verde (Mentha Spicata)

O óleo essencial de hortelã verde (Mentha spicata) é um líquido amarelo pálido, de odor mentolado, geralmente extraído por arraste de vapor em países como Estados Unidos, Índia e China. Seu rendimento, em óleo, varia de 0,3 a 0,5% sobre a matéria fresca e de 1 a 2,5% sobre a matéria seca, portanto, valores semelhantes à Mentha arvensis e piperita. Porém, ao contrário destes, que são ricos em mentol, o constituinte majoritário do óleo de spicata é a L-carvona, uma cetona terpênica de fragrância doce/refrescante que representa até 70% deste óleo. Além da L-carvona, obviamente, a ISO 3033-1:2005 ainda diz que o óleo contêm dihidrocarvona, cis-carveol, felandreno, limoneno, mentona, mentol e cineol; bem como densidade 20º C: 0,921 – 0,938 e índice de refração: 1,484 – 1,491.

De acordo com vários estudos, o óleo essencial de hortelã verde (Mentha spicata) apresenta valiosas propriedades terapêuticas, como: agente antiespasmódico, sendo capaz de suprimir a contração do tecido muscular liso, carminativo, atuando na redução de gases intestinais, agente facilitador do parto, fortificante, estimulante e anticonvulsivante. Aliás, seu efeito anticonvulsivante deve-se ao mecanismo de ação da L-carvona, que provavelmente atua bloqueando os canais de sódio voltagem-dependente. Falando nisso, estudos recentes também sugerem um potencial antimaníaco associado à L-carvona, afinal, fármacos como o valproato de sódio e carbamazepina, empregados como anticonvulsivantes – mas que apresentam efeito antimaníaco clinicamente, também agem bloqueando os canais de sódio voltagem-dependente. Em animais, a L-carvona já demonstrou efeito antimaníaco similar ao lítio, o que sugere um novo campo de aplicações para o óleo de M. spicata.

Ainda na clínica, o óleo de H. verde também mostra-se ativo contra um amplo espectro de bactérias e fungos; sendo capaz de inibir a ação de Candida albicans (causador da candidíase), Listeria monocytogenes (causadora da listeriose) e Campylobacter jejuni (causadora da gastroenterite). Também, trata-se de um ótimo repelente de insetos, capaz afugentar o temido Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do vírus Zika. Porém, é como agente flavorizante que o óleo essencial de Mentha spicata vem ganhando um número cada vez maior de mercados, afinal, o delicioso e refrescante sabor + odor proporcionado pela L-carvona tem enorme aceitação em alimentos, bebidas, medicamentos, produtos de higiene bucal (cremes dentais, enxaguantes, etc.), bem como na fabricação de fragrâncias e perfumes. Na perfumaria, por exemplo, confere notas frescas às colônias e aos eaux de toilette masculinos, como Lacoste Pour Homme (1984), de Lacoste, Polo Sport (1994), de Ralph Lauren, Antonio (2007), de Antonio Banderas, AQUA (2009), de Azzaro e Adidas Fresh Impact (2009), de Adidas entre outros.

Em inglês: Spearmint Oil

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