Oi gente!

Aff, to tentando escrever sobre isso há vários dias, mas ta impossível haha, ta acontecendo tudo, se adaptando com a rotina do bebê, Marcelo voltou ao trabalho, ele tinha tirado férias pra me ajudar com as duas, aqui na Alemanha o pai ganha apenas o dia que o bebê nasce de folga (ele pode tirar licença paternidade que pode ser bem extensa, mas o assunto é super longo e se vocês quiserem eu posso fazer uma outra publicação explicando como funciona, as condições etc etc), continuando… no meio disso a Luiza ficou doente, teve uma crise de sinusite pesada, a última tinha sido lá no Brasil ainda, mas ela já melhorou (ufa) e também estamos em uma correria louca pra escolher e conhecer as opções de escolas primárias (grundschule) pra Luiza começar em agosto/2019, pois aqui o registro na escola é feito quase um ano antes, e a época de conhecer as escolas é bem agora, então não está fácil hahahaha, também vou falar sobre como isso acontece em outra publicação se um dia eu conseguir ter tempo outra vez kkk.

Do inicio – Minha escolha de Parto (Sim, cada mulher deve poder escolher o parto que ela achar mais conveniente, sem julgamentos)

Desde que eu e o Marcelo decidimos que iriamos procurar um meio de mudar de país, isso lá atras, no começo do blog, eu sabia que se eu tivesse outro bebê ele não nasceria no Brasil, e eu tb sabia que nos outros países a cesariana não era tão praticada quanto no Brasil, principalmente nos países em que o sistema de saúde é igual para todos, como Canadá, Alemanha e etc, então isso sempre me deixou um pouco amedrontada, pois eu nunca tive vontade de passar por um Parto Normal, na real morria de medo de ter que faze-lo.

Na gravidez da Luiza eu li muito sobre ambas as opções de parto, e a cesárea foi o que menos me deixava em pânico, tanto é que a Luiza nasceu de cesariana (não foi cesárea agendada, pois eu entrei em trabalho de parto com 35 semanas, e no Hospital eu não tive nada de dilatação durante um bom tempo e eu decidi ir logo pra cesárea, (mesmo sendo prematura por sorte ela não precisou ir pra UTI neonatal e nem nada, já foi logo ficar comigo) e não tenho nenhum arrependimento, correu tudo bem, minha recuperação foi ótima, quem acompanha o blog sabe que eu e o Marcelo morávamos longe da nossa família em SJC no Brasil, e mesmo com cesariana eu cuidei da Luiza sozinha desde o primeiro dia, pois na época o Marcelo não conseguiu tirar férias. Então, quando eu pensava que meu segundo parto poderia ser normal, eu ficava em choque hahaha, eu sou super pequena, já imaginava que eu ia sofrer pra caramba e no fim não conseguir e ter que ir pra uma cesárea de emergência, ou que eu teria lacerações ou ter que fazer uma episiotomia pro bebê sair (um corte que pelos relatos tem uma recuperação muito mais dolorosa do que de uma cesárea), enfim, morria de medo.

Quando soubemos que viríamos pra Alemanha já começamos a planejar o bebê do Brasil, eu que usava DIU na época fui até minha ginecologista, retirei, e fiz todos os exames pra começar a tentar engravidar (só não pensávamos que seria tão rápido hahaha), mudamos em outubro pra cá, e em dezembro eu engravidei, eai começou meu desespero, pqp vão me obrigar a ter um parto normal, não vai ter jeito, eu li muitos relatos dizendo que aqui cesariana somente em casos de emergência, várias mães que não queriam passar por um parto normal mas que não conseguiram fazer uma cesárea etc etc,  e isso me apavorou.

***(Vou falar sobre o pré natal em outra publicação pois é muito extenso o relato, mas adianto que não dava pra tirar muitas dúvidas com a minha médica, então eu comecei realmente a abrir minha cabeça pra um parto normal, pensando que, se eu tiver que passar por isso preciso me sentir menos insegura).

Quando eu estava com 28 semanas eu participei de um curso de parto com uma hebamme (parteira ou doula no Brasil) que falava português, e nesse curso eu tive várias informações importantes sobre como funcionavam os hospitais aqui, os procedimentos etc etc, e claro sobre como seria o parto normal, por mais que eu já tivesse lido muito esse curso foi muito importante pra minha saúde mental, pois além do parto normal ser algo que me assustava ele ser em outro país com outro idioma me deixava pior ainda, então tendo as informações sobre como isso aconteceria por aqui pude me sentir mais tranquila, eu tive ctz que eles não me obrigariam a fazer um parto normal se eu não tivesse claras condições e fiquei mais confiante de que eu conseguiria passar por isso!

Pra quem sonha em ter um parto normal, a Alemanha é excelente, ela vai te incentivar de várias formas, os hospital são super preparados, você tem o acompanhamento de uma hebamme (parteira) a gravidez toda, tem casas de parto disponíveis, parto domiciliar, são várias opções, e os seguros cobrem quase tudo, no caso do domiciliar e do parto em casas de parto o seguro não cobre tudo, mas é muito mais acessível que no Brasil, e os hospitais são voltados para fazer o parto normal, cesáreas são exceções, então lá tem salas de parto com tudo que podem ajudar vocês a ter um parto tranquilo, como por exemplo banheira, camas especiais, e várias outras técnicas utilizadas para ajudar a mãe… é só pesquisar, mas são vários tipos de salas de parto, aqui nesse link você pode fazer um tour 360 pelo hospital que eu escolhi e ver algumas dessas opções: https://www.vivantes.de/fuer-sie-vor-ort/klinikum-im-friedrichshain-landsberger-allee/fachbereiche/kliniken/geburtsmedizin/unsere-klinik/360-grad-rundgang/

A escolha do Hospital

Bom, aqui na Alemanha é a gravida que escolhe o Hospital que o bebê vai nascer (ou no caso de parto em casa, ou casa de parto), então geralmente os hospitais por aqui tem alguns dias de “portas abertas” onde você conhece as instalações e tiram dúvidas, a escolha do hospital que a Sophie nasceu foi levado o seguinte em conta: Probabilidade de que eu conseguisse uma cesárea e a distância e modernidade do Hospital. Eu tinha lido que no Hospital Vivantes Klinikum im Friedrichshain (tem outros vivantes) era mais aberto a cesarianas, e como ele por coincidência é o hospital mais perto de onde eu moro, eu fui conhecer, achei ele super moderno e como fica em um bairro “central” a maioria das pessoas falam inglês (o que pra nós era primordial tb), enfim gostamos, e decidimos que eu faria o registro naquele hospital.

***(o Registro é um plano de parto que você faz com o Hospital de sua escolha antes do nascimento do bebê, nesse registro são discutidas todas as suas preferencias, histórico médico e são tiradas as dúvidas, pra que quando você chegue para o parto eles já tenham todas as infos discutidas previamente, coisas como tipo de anestesia, tipo parto etc etc, cada hospital tem um período pra esse registro, por exemplo, alguns são a partir das 32 semanas, e é preciso marcar um horário para realizar, e você tb pode fazer o registro em quantos hospitais quiser, já que mesmo você tendo feito o registro no hospital se no dia do seu trabalho de parto ele estiver lotado, você vai ter que ir pra outro).

Então, marcamos uma data para fazer o registro no Vivantes, e enquanto isso a minha médica me disse que eu poderia fazer uma cesárea sim se eu assim desejasse, e que eles teriam que aceitar, pq eu já tinha feito uma antes e já tinha uma cicatriz no útero, então isso me deixou com um pouco de esperança no caso em que eu me desesperasse ao enfrentar um parto normal. Enfim, chegou o dia do registro, fomos eu e o Marcelo pro Hospital e esperamos nossa vez, e nesse dia diferentemente do portas abertas não tivemos uma boa impressão, na vdd pegamos uma funcionária bem chata, que mal tirou nossas dúvidas, eu sai bem arrasada e com medo, mas como eu já tinha feito um parto por cesariana, ela disse que eu deveria marcar um horário pra falar com a equipe médica (nessa parte do registro você faz com as hebammes/parteiras), enfim, fiquei bem pra baixo, mas marcamos com a equipe médica, e eu disse ao Marcelo que se nesse segundo dia fosse ruim que eu faria o registro em outro hospital.

Quando chegou o dia da equipe médica eu já fui com baixas expectativas, e me surpreendi positivamente, todos foram excelentes, educados, simpáticos, totalmente outro ambiente do outro dia, fizemos ultrassom, (a Luiza estava conosco nesse dia e até ganhou um ursinho de pelúcia da médica) foi tudo muito tranquilo, conversei com ela, e decidi que faria uma cesárea agendada, ela então marcou a data e nos encaminhou pra equipe de anestesia, que também foram excelentes, nós saímos muito satisfeitos e felizes com nossa escolha.

Dia do parto – continua na próxima publicação =)