Os miseráveis falam de amor segurando suas migalhas com as duas mãos, atrasados para embarcar em seu voo cujo o destino é uma estupidez qualquer entre o trago e o gole de uma bebida barata.
Procuram o equilíbrio escorados em um poste, ridicularizam sua condição em promessas ausentes de fundamento, desconstruídos em um monólogo ao qual o tema é o que lhes resta no peito.
O gelo queima tal como o fogo, o corpo insiste em seguir desorganizando os passos, o gosto amargo manifesta o estado frágil que antecede o ápice de um enjoo.
O ranger da porta oferece segurança, o casaco logo encontra o chão e passa a ser parte da decoração enquanto caminha para a cama.
O teu repouso inicia ao passo que o mundo ousa despertar.