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Entre bazófias e confidências


Quando as bazófias ou as confidências de um cirurgião privam-se de procurar histórias dentro de seu espaço glorioso, basta caminhar até uma livraria e sacar de um autor, que certamente um mosaico de trejeitos, cujo valor ninguém ignora, salta aos olhos e as linhas douradas desejadas vão vangloriar-se a sua frente.
As linhas passam a paginas douradas de uma boa leitura e te arrancam da rotima e te põe a gravitar entre o real e o imaginário como se fosse num filme de astronauta, em visão tridimensional e magnificada, a caminho de uma galáxia desconhecida. Antes que a Gente volte ao mundo real, caia e rale os cotovelos, dormitar neste momento anti-newtoniano e planar feito um personagem de Julio Verne, pode fazer de nossas hélices cerebrais uma drone pelo mundo futurista, pelo mundo presente ou mesmo a um passado, como o do renascentismo.
E conviver com isso é simplesmente sensacional.
Foi o que me aconteceu ao ler o Poeta Antonio Moura e alguns de seus poemas. Ele se debruça sobre uma linguagem sagaz ligando pensamentos a palavras que passam pela gente numa fração de segundos e nos proporciona uma delícia que permeia entre a gostosura do chocolate amargo da ilha do Combu e a realeza do açaí sem açúcar tirado direto do tacho.
Num desses sábados, andando por uma das livrarias da cidade, encontrei os livros do poeta. Ali permaneci, em pé, levitando. Abri um deles e enfiei o nariz naqueles versos, pois gostaria de sentir o buquê de sua poesia.
Segue Nosferatu
Quando a lua uiva
sobre sonos e sopra
o pó das sepulturas,
exalo meu perfume e
negro lume, escapo

A capa, asa de negrume
envolve teu corpo, ar
repiando o dorso, car
ícia de brasa gelada

E por fim deixo em tua
pele-página, orifícios,
dupla marca, ver
melho sangue: cravada
   
E não é que num piscar de olhos o poeta aparece bem a minha frente? Eu estava com o livro “A Outra Voz.” Ele queria autografar, mas não tínhamos caneta. Eu disse: não precisa, poeta. Ele retrucou: é que quando a gente encontra um leitor de poesia a gente acha um diamante.
Estava feita a dedicatória.

Labareda, pelas histórias de Corisco



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