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Lábios




Lábios
 

Então os lábios se fecharam
Ocuparam-se um do Outro em instantes silenciosos
E os perfumes e corpos se misturaram
Fez-se medo e encanto nos corações ociosos

Andaram com dedos entrelaçados
Deitaram-se com os pés enlaçados
Sob a lua que oculta os corpos dos amantes

Perderam-se um no outro já sem resistir
Vez por outra se soltaram e voltaram a se encontrar
Com a ironia de quem ama com medo de sentir
Como a dança dos calejados que já não sabem dançar

Em suas faces fez-se a sombra da tempestade
E os olhos se Fecharam para não enxergar
Que temor e amor se misturam na maldade
E negligentes, porém, seguiram sem cuidar

Enfim buscaram a cumplicidade
Na promessa íntima de ao menos tentar
Entregaram um ao outro a própria vaidade
Fizeram-se responsáveis pelo risco de falhar              

Mas ela carregava ainda a incerteza
E certo era o desejo que apertava seu peito
Sem conhecer outro caminho se não a ardileza
Deixou a ele a escolha de buscar outro leito  

Então os lábios se abriram
Como os olhos secos de quem se recusa a mostrar
Que era pequena a cólera que se estampou naquela mesa
Diante da tristeza de vê-la o derrotar


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