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Amor de papel


Destaquei pelo picotado esse coração de papel
Ao ver-te assim embrulhada em tanta cautela.
Frágil e quente, guardei-o nas minhas mãos,
Dobrado, delicadamente, em pequenas lembranças
Daqueles dias em que o teu sorriso venceu.

Não sei que parte de mim fez-te sonhar
Ou que gesto meu te fez despertar para este mundo
Onde sem palavras, tudo se acaba por descobrir.
Perdem-se medos, recuperam-se as vontades,
E aos nossos corpos, entrega-se o desejo.

Ficamos à mercê da fome e da sede,
Mas por debaixo das mantas somos apenas um.
O tempo acelera o passo, o dia cessa e escurece
E nós, aninhados e escondidos
Adormecemos em sonhos atrevidamente inocentes.

Renascemos com o nascer do dia
Ainda o sol madruga, envergonhado, atrás das colinas.
Muitas noites de prazer se avizinham
Onde vou, sem qualquer malícia, acabar por me perder
Sabendo que no fim, me encontrei resguardado nos teus braços.




Por: Nuno Barradas


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Amor de papel

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