Nos teus olhos paira o vazio da solidão
Que, por vontade tua, assim o permitiste.
Fugi para longe de tudo o que existe
Sem que nada tenha ficado na tua mão.
Sou alguém que em ti ousou ancorar
Sem medo dos mares nem de marés.
Mas quiseste tornar-te mais do que és
E nesse porto não volto a atracar.
Marinheiro de um só barco e leme
Percorro o mundo, sem voltar a ti.
Nessas águas há muito me perdi
E da perdição todo o homem teme.
Resta-me navegar ao sabor do vento
E ver que rumo este me diz.
Aqui, ao leme, sou aprendiz
Aqui, ao leme, onde me sento.
Por: Nuno Barradas