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Paredes



os olhos marejados. de chorar? não, da poeira envolvente que lhe afecta a vista já.
vagueia pelo campo. sonda o céu na busca de uma nuvem, que o vento acaba por arrastar para longe.

vê o penar do solo gretado, aberto em dor clamando por água.

olha em volta e o negro das árvores retorcidas no brazeiro da véspera, dói demais.

corre para o mar. pára no molhe ouvindo o bater de ondas que a enchem de salpicos salgados.

- um dia hás-de avançar, galgar o espaço terra dentro, e tu mar terra rios serão um só. tenho a certeza.

pudessa ela apenas não pensar e ficar a olhar, ouvindo ao longe o som de uma guitarra.

- até da guitarra o tocador partiu.
tantos amigos foram e eu, para que fiquei?

a terra morre, parte dia a dia. devagar. olhando o mar como ela hoje, no molhe.


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