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Cartoon: Quando o Vingador Caiu


O que diferencia um herói de um anti-herói ou até mesmo de um vilão?

O herói tem princípios, limites que ele se dispôs a não ultrapassar. Por exemplo, o Batman não mata, Mcgyver não usa armas de fogo e assim por diante.

Mas, e quando a frustração e o sentimento de derrota toma conta da mente do herói? O herói se sente tentado a ceder a sentimentos de vingança e surge o desejo de ir à desforra.



Esse é o tema de um dos melhores episódios da série Caverna do Dragão (Dungeons and Dragons), exibida originalmente na TV Globo, nos anos 80. É difícil encontrar, hoje em dia, quem não viu essa série, seja na época, ou nas várias ocasiões que a Globo, ou algum outro canal a cabo a reprisou.

O episódio em questão é O Cemitério dos Dragões, vigésimo segundo episódio da primeira temporada. A história começa como vários outros terminam. O Vingador impede, mais uma vez, no ultimo instante, que o grupo de adolescentes liderados pelo arqueiro Hank volte para casa.


Logo depois de escapar da armadilha do Inimigo, o sentimento de revolta toma conta do grupo. Frustrados, desiludidos e com um companheiro gravemente ferido, eles chegam a conclusão de que, só conseguirão ir para casa, se liquidarem com o Vingador.

Com a ideia em mente eles fazem com que aquele que vem lhes prestando ajuda e orientação desde o inicio, o Mestre dos Magos, deixe de lado seus costumeiros rodeios e enigmas e lhes diga claramente como vencer o Vingador de uma vez por todas.

Contrariado e desapontado com a atitude de seus pupilos, o ancião diz que só poderiam vencer o inimigo no Cemitério dos Dragões, o local de origem de suas armas, onde elas se tornariam ainda mais poderosas. O problema era que, para chegar lá, teria que pedir a ajuda de seu morador, Thiamat, o Dragão. Inimigo do Vingador, mas não aliado do Mestre do Magos e seus pupilos, depois de um primeiro ataque, ouve a proposta das crianças e decide ajudar. Leva o grupo até o cemitério e parte para trazer o Vingador.

Este quando chega, parece desconhecer o fato de as armas dos jovens estarem mais poderosas e os ataca. Rapidamente ele se vê encurralado pelos cinco e sob a mira do arco de energia de Hank.


Este tem a tarefa de decidir qual caminho seguir. Se tornar alguém semelhante a seu rival e deixar a ira e frustração reinar e desferir o golpe de misericórdia ou ouvir seus princípios e se manter no caminho do bem. Hank dispara a flecha, mas essa, ao invés de matar o inimigo, o liberta. O vencedor mostra que não quer ser igual a o de
rrotado. Mas afirma que da próxima vez o resultado poderá ser diferente.

Aqui temos um momento chave para a série. Os jovens mostram um certo amadurecimento, e mostrando que aprenderam alguma coisa boa desde sua chegada ao Reino. Temos, també um avanço na trama da série quando o  Mestre dos Magos aparece e ampara o Vingador com a frase "Levante-se, meu filho", é a primeira vez que se dá a ideia de um laço mais íntimo entre o ancião e seu inimigo. Infelizmente, o assunto não foi muito aprofundado na segunda temporada, ainda mais depois que o episódio onde tudo seria esclarecido não  chegou sequer a ser produzido. Seu roteiro só ficou conhecido há alguns anos, quando ele foi publicado na internet.

Recentemente um grupo de fãs brasileiros produziu uma webcomic adaptando a história, fechando assim, uma lacuna que durou décadas na mente dos fãs que ansiavam por um encerramento adequado da saga dos garotos presos num mundo de calabouços e dragões.

O AUTOR


Esse episódio se mostra acima da média pois, temos um aprofundamento das personagens, saindo do tratamento superficial tão comum nas séries animadas da época. O que me levou a perguntar:

"Quem é Michael Reaves?"

Uma pesquisa na rede revelou que ele era figurinha fácil nas equipes criativas de várias produções da época. O roteirista trabalhou em outras produções que marcaram época nos anos 80 e 90 como He-Man, Gargoyles e The Real Ghostbusters, só para citar os mais conhecidos.

Michael também é um prolífico escritor de livros de fantasia e ficção, incluindo trabalhos para o universo expandido de Star Wars.

Nos anos 90 escreveu roteiros para a fantástica série Batman the Animated Series e Batman Beyond (Batman do Futuro). Participou junto com Paul Dini e outros autores na elaboração da história do longa A Máscara do Fantasma e foi o responsável pelo roteiro de Batman e o Segredo da Mulher Morcego, outro longa baseado na clássica série do homem morcego.

Além de tudo isso, o famoso episódio não produzido, que enceraria a saga dos personagens de A Caverna do Dragão, intitulado Réquiem, também é dele.

Conhecendo melhor o autor não é de se surpreender a qualidade do roteiro de O Cemitério dos Dragões.


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