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40 anos de Clube da Esquina

Por Brunner Macedo

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Em 2012, um dos álbuns mais importantes da música brasileira completa 40 anos. Trata-se do vanguardista Clube da Esquina, fruto da união de esforços e odisséias particulares de jovens mineiros que queriam mudar o mundo. Um Disco absolutamente necessário da música nacional.

Encabeçado por Milton Nascimento, Lô Borges, Márcio Borges, Tavinho Moura, Beto Guedes, Fernando Brant e Flávio Venturini, o “Clube da Esquina” brotou do chão das Gerais e revolucionou o cenário musical brasileiro com uma miscelânea de sons jamais ouvida até então na nossa música. Influenciados pela música dos Beatles, pelo jazz, pelo folclore mineiro e por harmonias pop, os mineiros produziram um som exuberante, em melodias e variações de vozes. O disco traz, ao longo de 21 canções, arranjos mesclados com muita percussão e conjuntos de cordas. Apesar das inovações, é interessante notar que não há um conceito, um estilo que perpasse todas as faixas do disco, cada uma preserva sua singularidade, o que torna o álbum incontínuo e surpreendente.

A influência do rock, especialmente dos Beatles, Pode Ser Ouvida no “Clube da Esquina” de forma diferente de outros estilos nacionais também influenciados pelos garotos de Liverpool, como a Jovem Guarda, uma reprodução nacional do iê-iê-iê estrangeiro. Milton, Lô Borges e cia, associaram o melodioso som do fab four com regionalismos da música mineira, brasileira e latina. É inevitável comparar, por exemplo, “Um girassol da cor do seu cabelo” à música do quarteto inglês, e inclusive localiza-la frente aos diferentes momentos de Paul, John, George e Ringo. “Um girassol…” possui a riqueza melódica e lírica das canções do disco Abbey Road, somada a uma indiscutível inspiração orquestral em “A Day in the Life”, canção que fecha o disco “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”.

Da música regional brasileira, o maior expoente no disco é, provavelmente, a viola caipira presente em “Nuvem Cigana”, tocada por Beto Guedes. Já a religiosidade mineira Pode Ser observada em “San Vicente” e “Paisagem da Janela”, além da presença de um órgão, tocado por Wagner Tiso, em “Cais” e “Ao que vai nascer”. A influência da música latina, por sua vez, pode ser ouvida na regravação de “Dos Cruces” e na percussão e atuação vocal de Milton em “Lilia”.

Há, ainda, no disco, a presença de elementos jazzísticos, que podem ser ouvidos com clareza em “Trem Azul” e na superposição de instrumentos em diversas faixas do álbum. A capa de “Clube da Esquina” é uma das mais emblemáticas da música popular brasileira, traz dois meninos sentados, um branco e um negro.

O movimento Clube da Esquina não se limita ao álbum. A sequência é a própria carreira individual de cada músico envolvido na produção deste primeiro álbum e muitos outros músicos influenciados por eles. Muitas vezes, Milton, Lô Borges e todos os outros, voltaram a se encontrar em novas parcerias, como na produção de um segundo disco com o nome “Clube da Esquina” ainda na década de 70, álbum da ilustre canção “Maria, Maria”.




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