Guillermo del Toro concedeu uma entrevista ao Den of Geek, onde revelou que nem tudo foi simples na gravação de “The Shape of Water”.

Se artisticamente correu tudo às mil maravilhas, o realizador mexicano revela que o mesmo não aconteceu em termos logísticos.

“Foi horrível de filmar. Logisticamente. Em termos artísticos foi excelente – os atores, o trabalho de câmara, os cenários, tudo lindo. Mas todos os dias não tínhamos tempo, não tínhamos dinheiro. Se tínhamos um cenário que não precisava mais do que duas paredes, eram duas paredes”, afirmou.

Tal deveu-se às restrições orçamentais que foram impostas na produção. O cineasta deu como exemplo o de rodar uma cena importante com um pavimento de apenas metro e meio ou a carrinha conduzida pela personagem de Richard Jenkins ser tão má que avariou.

“Só tínhamos o que precisávamos. Estávamos constantemente a maximizar, ao ponto de apenas termos um Cadillac. Normalmente temos dois que são idênticos para podermos estragar um, mas não podíamos. Dissemos ‘se vamos estragar o Cadillac, temos de filmar por ordem’ porque não tínhamos dinheiro para reparar”, referiu.

Restrições orçamentais não é algo novo para Del Toro

Del Toro revelou que passou pela mesma situação na gravação de “Crimson Peak: A Colina Vermelha”.

“Se pudesse voltar atrás com ‘Crimson Peak: A Colina Vermelha’ [2015], tê-lo-ia feito por 20 milhões de dólares. Porque assim coloco o estúdio numa posição melhor para o promover como um romance gótico. Apenas precisavam de fazer 60 milhões [para ter lucro], percebe?

Mas se o faço por 55 milhões, coloco o estúdio na posição impossível de ter de fazer 155 milhões e têm de o promover como um filme de terror. Portanto, a culpa não é deles – sou eu a criar uma situação que é impossível para eles.

A solução é, podemos fazer estes filmes por um valor que é razoável? 30 milhões, menos de 30, menos de 20.

É por isso que ‘The Shape of Water‘ tem aspeto de ter custado 60 milhões, mas foi feito por 19,5. Não é um filme de grande orçamento”, concluiu.

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