A palavra fé vem do latim fides, que significa confiança, crença, promessa, juramento. Sendo assim, a fé é a força poderosa que nos faz crer em Deus, na vida, no trabalho e em tudo aquilo que confiamos. A religiosidade é a ponte entre o sagrado e o terreno, é o canal comunicativo entre as pessoas e o ser supremo.
A fé é norteamento para a humanidade, é a busca de respostas que não encontramos, muitas vezes, na ciência, é a bússola principal para a vida em torno do caos.
Em Luís Gomes a fé, a religiosidade, a comunhão entre as pessoas trouxe uma sociedade para a marcha da paz e do progresso, como relatara Pe. Osvaldo. Em meio à escuridão, entre nuvens escuras, entre o devasso e o nefasto a sociedade não caminha, não tem liderança nem rumo.
A fé é justamente o elemento que fortalece o espírito e minimiza nossas fraquezas, medos e incertezas. Por isso apelamos para ela em momentos cruciais para nossas vidas. Porque o ser humano é um ser incrível, mas, contraditoriamente, tem suas limitações, principalmente num sistema em que reina um regime capitalista, egoísta, materialista e dromocrático.
A história religiosa de Luís Gomes não é muito precisa em relação à data de construção da primeira capela, do primeiro santuário de culto e adoração. Há indícios de que foi através do missionário Frei Victal que foi fundada a primeira capela (LIMA, 1990), em 1804. O Frei teve a valiosa ajuda Pe. Anacleto de Oliveira Lêdo que, por votos de ordenação à Senhora Santana, trouxe a primeira imagem para a capela inaugural dessas plagas, isso por volta de 1806. Depois de décadas vieram os melhoramentos, principalmente do capelão e depois Cônego Manoel Vieira da Costa (FIGUEIRÊDO, 1940). De maneira que em 1905, aproximadamente, foi erguida a Igreja que tinha três torres como característica mais acentuada.
Em 08 de dezembro de 1920, o bispo D. Antonio dos Santos Cabral criou a Paróquia de Luís Gomes. Só em 27 de fevereiro de 1921 houve a instalação da Paróquia de Senhora Santana.
Os padres de Luís Gomes, cada qual a sua maneira, contribuíram para o fortalecimento da fé, da solidariedade, da comunhão e da vida cristã. Apesar da importância espiritual, social e apostólica, a historiografia não se fez tão fértil. Mesmo assim, citamos alguns nomes. Primeiramente, o Pe. Benedito Basílio Alves, homem de grande persuasão, chegara a convencer cangaceiros a deixar a cidade de Apodi, anos depois de deixar a Paróquia de Luís Gomes. Pe. Omar Bezerra Cascudo que administrava a paróquia na passagem aterrorizante do bando de Baltazar Meireles em 30 de outubro de 1930. Pe. Miguel Guimarães Nunes foi quem abraçou a missão de construir a Casa Paroquial (as pessoas traziam madeira do Relo, nos ombros), promoveu as efervescentes Santas Missões religiosas e abençoou os expedicionários Félix e José Cipriano em 10 de dezembro de 1945 (FILHO, 1994), que chegavam ao fim da Segunda Guerra Mundial. Pe. Raimundo Caramuru de Barros, muito caridoso recolhia, inclusive, alimentos e distribua com os mais pobres. Gestos humanitários, benevolentes, fraternos, de tempos em que a honra e a força geravam situações de animosidade e infortúnio.
Pe. Osvaldo é um caso de amor. Uma história gloriosa, revolucionária. Respirou o ar puro de Luís Gomes pela primeira vez na manhã de 21 de fevereiro de 1960. Aqui estabelecido, trabalhou incansavelmente pela fé, pela partilha, pela paz e a pela perseverança entre os munícipes. Das suas principais conquistas, além da construção da atual Matriz de Senhora Santana, do Estádio Paroquial “Nia Torquato”, Maternidade Paroquial, Banda de Música Paroquial Dr. Vicente Fernandes Lopes, Cine Paroquial Xavier Fernandes, Casa das Irmãs Carmelitas e capelas, está o fortalecimento da fé, da caridade e da espiritualidade dos luís-gomenses.
01º | Pe. Gabriel Toscano Rocha | 1910 - 1911 |
02º | Pe. Benedito Basílio Alves | 1911 - 1912 |
03° | Pe. Elesbão Gurgel | 1912 - 1913 |
04º | Pe. José Mendes | 1913 - 1914 |
05º | Pe. José Soares | 1914 - 1915 |
06° | Pe. Antonio Vicente | 1915 - 1916 |
07° | Pe. Manoel Galvão | 1916 - 1919 |
08° | Pe. João Soares Bilro | 1919 - 1920 |
09° | Pe. Fortunato Arêa Leão | 1920 - 1926 |
10º | Pe. Vicente de Freitas | 1926 |
11º | Pe. Fortunato Arêa Leão | 1926 - 1929 |
12º | Pe. Benedito Basílio Alves | 1929 - 1933 |
13° | Pe. Omar Bezerra Cascudo | 1933 - 1936 |
14° | Pe. Militão Benedito de Mendonça | 1936 - 1940 |
15º | Pe. João Epifânio | 1940 - 1944 |
16° | Pe. Miguel Guimarães Nunes | 1944 - 1950 |
17° | Con. Antonio Anacleto | 1951 - 1952 |
18º | Mons. José Aires Neto | 1952 - 1954 |
19° | Pe. Miguel Nunes | 1954 - 1955 |
20° | Pe. Manoel Caminha Freire | 1955 |
21º | Pe. Raimundo Caramuru de Barros | 1955 - 1959 |
22° | Pe. Valdecio Lopes | 1959 - 1960 |
23° | Pe. Raimundo Osvaldo Rocha | 1960 - 1988 |
24° | Con. José Aires | 1976 |
25° | Pe. Pedro Lapo | 1988 - 1994 |
26° | Pe. Dário Torbolli | 1994 |
27° | Pe. Rierson Carlos | 1994 - 2003 |
28° | Pe. Francisco Tarcísio de Araújo | 2003 - 2005 |
29º | Pe. Raimundo Osvaldo Rocha | 2005 |
30º | Pe. Sandoval Matias da Silva | 2005 - 2007 |
31º | Pe. Dário Torbolli | 2007 |
32º | Pe. Francisco Claudênis Alves Ciríaco | 2007 - 2009 |
33º | Pe. Ivan dos Santos | 2009 - 2016 |
34º | Pe. Francisco Jorge Pascoal | 2016 - Atual. |
Dados: Contribuição da Paróquia de Senhora Santana, Luís Gomes/RN.
Por Antonio Roberto Fernandes do Nascimento.
Texto original do livro “Luís Gomes: a terra e o povo de Luís Gomes entre prosa e poesia”.
Texto original do livro “Luís Gomes: a terra e o povo de Luís Gomes entre prosa e poesia”.