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“Há mão invisível interessada em desestabilizar a África”, denuncia PR

O Presidente da República, João Lourenço, discursou nesta quarta-feira na 78 sessão da Assembleia da Organização das Nações Unidas, durante o qua denunciou a “existência de uma mão invisível interessada na desestabilização do continente” africano.

De acordo com o presidente angolano, trata-se de grupos que estão preocupados com a expansão da sua influência e que escolheram o continente africano como zona de actuação.

O interesse desses grupos, continuou João Lourenço, não traz as “garantias necessárias para o desenvolvimento económico e social dos países africanos, por isso entende que devem ser desencorajados.

Defendeu a necessidade de um financiamento adequado, sustentável e previsível para fazer face aos esforços na luta contra o terrorismo no continente.

Considerou, por isso, oportuno renovar o apelo às Nações Unidas, particularmente ao Conselho de Segurança, para a utilização de contribuições fixas para operações de apoio à paz mandatadas pela União Africana.

“Até há relativamente pouco tempo, a região do Sahel era assolada apenas pela acção de grupos terroristas reforçados por mercenários a soldo, que tendo encontrado um vazio de poder na Líbia, ali se instalaram e se expandiram para os países vizinhos”, lembrou.

A acrescer a esta situação de si já perigosa, João Lourenço lamentou o facto de, mais ou menos na mesma região, surgir uma onda de mudanças inconstitucionais do poder protagonizadas por militares.

“Esses novos poderes não devem ser premiados com a possibilidade de partilharem connosco os mesmos palcos políticos, sob pena de estarmos a passar uma mensagem errada, contrária aos princípios que defendemos”, vincou.

Nos últimos anos, África enfrenta vários conflitos tribais, religiosos e militares, além de golpes de Estado que retardam o progresso do continente, com realce para os do Oeste do Sudão (Darfur), o Conflito entre o Ruanda e a República Democrática do Congo, do Mali e do Sudão do Sul.

Segundo o Estadista angolano, a Comunidade Internacional está preocupada não só com a situação nos países do SAHEL, no Corno de África, em Moçambique e na República Democrática do Congo, como também com o conflito do Sudão, que causa um elevado número de mortos e de feridos, além da destruição das infra-estruturas do país.

De acordo com o também Presidente em exercício da SADC, aquele conflito provocou um incontável número de deslocados internos e de refugiados, tendo se tornado já numa das maiores catástrofes humanitárias no mundo e de cujas consequências se ressentem os países vizinhos.

“O Mundo não se pode esquecer do sofrimento do povo palestino e, muito menos, ignorar a necessidade da resolução do conflito no Médio Oriente, com destaque para o israelo-palestino, cuja fórmula de dois Estados a conviver lado a lado de forma pacífica, já foi encontrada pelas Nações Unidas há anos sem que tivesse alguma evolução, carecendo apenas de ser implementada”, disse.

Do seu ponto de vista, a comunidade internacional corre o risco de ser acusada de estar a dar tratamento diferente, privilegiado ao conflito na Europa em detrimento de outros, por estarem no Médio Oriente ou em África.

Lembrou que o conflito no Sudão é tão mortífero e destruidor quanto o da Ucrânia, mas merece menos cobertura dos media internacionais e menor atenção dos centros de decisão sobre a paz e segurança mundial.

Noutro domínio do seu discurso, defendeu que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia deve merecer toda atenção e premência de se lhe pôr fim imediato, pelos níveis de destruição humana e material que aí se regista, pelo risco de uma escalada para um conflito de grandes proporções à escala global e pela incidência dos seus efeitos nocivos sobre a segurança energética e alimentar.

“Todas as evidências indicam-nos ser improvável que haja no campo de batalha vencedores e vencidos, pelo que se deve encorajar as partes envolvidas a privilegiar tão cedo quanto possível a via do diálogo e da diplomacia, estabelecer-se o cessar-fogo e negociar-se a paz duradoura não só para os países beligerantes, mas que garanta a segurança da Europa e contribua para a paz e segurança mundial, rematou o Presidente angolano.

O Debate Geral deste ano decorre sob o tema “Reconstruir a Confiança e Renovar a Solidariedade Global através de Acções para Acelerar a Implementação dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 para Alcançar a Paz, a Prosperidade, Progresso e Sustentabilidade para Todos”.

O evento discute questões globais como as alterações climáticas, o alívio da dívida soberana e formas de auxílio aos países para o alcance das metas globais, além da questão dos conflitos, incluindo o da Rússia e a Ucrânia.

A iniciativa está a ser presidida pelo Embaixador Dennis Francis, da República de Trindade e Tobago, eleito para este cargo rotativo a 01 de Junho 2023, em representação do Grupo dos Estados da América Latina e Caraíbas (GRULAC). In CK



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