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Artigo

SÍNDROME DO CORDÃO AXILAR/

AXILLARY WEB SYNDROME

Camila Zanoni, Iara Rodrigues



Este texto faz parte do artigo, Síndrome do cordão axilar após estadiamento axilar na linfodenectomia e após linfonodo sentinela, realizado com as pacientes que passaram por procedimento cirúrgico acompanhadas na CliniOnco entre o ano de 2009.

A cirurgia de câncer de mama tem por objetivo promover o controle local, com a remoção mecânica de todas as células malignas presentes junto ao câncer primário. O estadiamento cirúrgico da axila é importante para avaliação do prognóstico, no que se refere à recidiva local e à distância, e orienta a terapêutica complementar1. Esta abordagem cirúrgica tem se modificado ao longo dos anos para poder oferecer a mínima intervenção que garanta o controle da doença, tomando o cuidado de sempre limitar as morbidades e preservar a qualidade de vida.

Entre as morbidades do membro superior que podem aparecer pós cirurgia do câncer de mama está a Axillary Web Syndrome/ Síndrome do Cordão Axilar (SCA), que se enquadra dentro das complicações para a recuperação das mulheres que enfrentam o processo reabilitação, sendo ainda uma incógnita o seu surgimento e seu diagnóstico preciso.

A Síndrome do Cordão Axilar (SCA) é uma complicação ainda pouco conhecida, podendo aparecer entre a segunda e a terceira semana pós-operatória1. É considerada uma variante da Síndrome de Mondor, que se caracteriza por uma tromboflebite das veias superficiais da parede torácica2. Por se localizar na axila recebe o nome de Síndrome do Cordão Axilar, freqüentemente encontrado após os dois tipos de estadiamento axilar, a Linfodectomia Total e também após a Biópsia do Linfonodo Sentinela3.

Leidenius4 comparou em sua pesquisa as duas formas de estadiamento axilar e o aparecimento da Síndrome do Cordão Axilar. Encontrou uma incidência de 20% entre as 49 pacientes que se submeteram ao linfonodo sentinela e uma de incidência de 72% entre os 36 pacientes que se submeteram a esvaziamento axilar.

Silva1 relata que o posicionamento da paciente durante a axilectomia e a retração tecidual causada na cirurgia são as possíveis causas da formação de coágulos de fibrina nas veias superficiais e capilares linfáticos, que compõem esta rede. Já Moskovitz5, supõe que a SCA resulta da ruptura de vasos linfáticos superficiais e vasos durante a cirurgia axilar.

Segundo Leidenius4, o critério para o diagnóstico da SCA é a presença de cordões palpáveis na pele visíveis na axila com o ombro em abdução máxima associada ou não a dor ou restrição de movimento.

Mesmo com relatos na literatura3,4,5,6 que esta morbidade regride em 3 ou 4 meses, são meses que a paciente passa com imobilidade da articulação do ombro podendo ocasionar outras complicações mais específicas, como, uma retração da capsula articular, que pode causar uma limitação do arco de movimento passivo do ombro associado à dor, por exemplo7.

A fisioterapia tem como objetivo combater as retrações dolorosas dos vasos8, com técnicas manuais e com o auxílio medicamentoso via oral9. Em um estudo realizado por Fourie10, não foi encontrado resultado na administração de drogas não esteroidais anti-inflamatórias. Já a utilização de exercícios ativos de amplitude de movimento, técnicas de alongamento dos tecidos moles e descolamento miofascial dos tecidos, foram benéficos para a regressão dos cordões axilares. Como relata o mesmo autor o tratamento para a SCA está ainda fragmentado e insuficiente de informações, sem uma explicação clara da sua fisiopatologia, só se pode especular sobre sua causa e seu possível tratamento10.



REFERÊNCIAS

1. SILVA, M. P.; SIMONI, F. C.; OLIVEIRA, R. R. Comparação das morbidades pós-operatórias em mulheres submetidas à linfadenectomia axilar e biópsia do linfonodo sentinela por câncer de mama – Revisão de literatura. Rev. Bras. Cancerologia 2008; 54(2): 185-192

2. FAUCZ, R. A.; HIDALGO, R. T.; FAUCZ, R. S. Doença de mondor: achados mamográficos e ultra-sonográficos. Radiol. Bras. 2005; 38(2):153-155

3. CRAYTHORNE, E.; BENTOM, E. MACFARLANE. S. Axillary Web Syndrome or cording, a variant of mondor disease, following axillary surgery. Arch. Dermatol/vol 145 (no.10). Oct. 2009

4. LEIDENIUS, M.; LEPPÄNEN, E.; KROGERUS, L. Motion restriction and axillary web syndrome after sentinel node biopsy and axillary clearance in breast cancer. The American Journal of Surgery 185 (2003) 127-130

5. MOSKOVITZ, A. H.; ANDERSON, B. O.; YEUNG, R. S. Axillary web syndrome after axillary dissection. The American Journal of surgery 181 (2001) 434-439

6. TILLEY, A.; MACLEAN, R.; KWAN W.; Lymphatic cording or axillary web syndrome after breast cancer surgery. Can J Surg, Vol. 52, No. 4, August 2009.

7. SILVA, I. R.O impacto das orientações ergonômicas e o tratamento fisioterapêutico das mulheres pós-cirúrgicas de câncer de mama que retornam ao trabalho. 2003. 126f Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Engenharia) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. [2003].

8. CAMARGO, M.C.; MARX, A.G. Reabilitação física no câncer de mama. São Paulo: Ed Roca, 2000.

9. CHEVILLE, A.; TCHOU J. Barriers to rehabilitation following surgery for primary breast cancer. Journal of surgical oncology 2007;95:409-418

10. FOURIE, W.J.; ROBB, K.A. Physiotherapy management of axillary web syndrome following breast cancer treatment: Discussing the use of soft tissue techniques. Physiotherapy 95 (2009) 314-320.


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