Ainda me lembro do dia em que criei este blog, no onze de Novembro de há cinco anos. Cheguei a casa de noite já serrada, apesar de ainda ser cedo, com um frio de rachar e com vontade de me embrulhar numa manta e ver filmes. Tinha dezoito anos e muitas opiniões - continuo a tê-las.

Quando liguei o portátil a primeira coisa que fiz não foi decidir que filme ia ver. Foi abrir a página do Blogger e fazer aquilo que já não fazia há muito tempo e que - mesmo não sabendo na altura - já tinha saudades: criar e ter um blog. O nome foi decidido em dois minutos e, se quiserem saber mais de como surgiu e do que tem significado ao longo dos anos podem ler tudo AQUI.

Fez dia onze cinco anos desde que escrevi - e publiquei - a minha primeira publicação deste sítio que se tornou tanto uma casa como um porto seguro. No início as publicações não eram regulares porque ainda tinha medo - agora acabo por fazer um throwback a essa época das publicações pouco regulares, não por medo, mas por falta de tempo e porque outras coisas que impõem -, mas já não tenho.


Quando carreguei pela primeira vez naquele botão de Publicar, senti que me tinha atirado de pés para a parte mais funda de uma piscina que não compreendia - ainda - a cem porcento. Lembro-me como se fosse hoje do medo palpável de me afogar nisto tudo.

Nos cinco anos entre a primeira publicação e esta, escrevi outras mil e oitenta e nove. Criei uma espécie de comunidade, vi nascer o Bloggers Camp e consegui criar o meu negócio. Aprendi a usar (mais ou menos) uma bicicleta e entrei na faculdade. Este blog acompanhou uma relação que me mudou profundamente - para melhor, agora consigo ver isso - e está a acompanhar outra que me faz ridiculamente feliz e que me mostra que quando a pessoa é a tampa da nossa panela...não há literalmente nada que possa alterar isso.

Escrevi muitas vezes às três e quatro da manhã porque chegava uma altura em que eu própria sentia que tinha de escrever para vocês. Escrevi durante aulas e em viagens de autocarro.


Ao longo dos últimos cinco anos senti algumas vezes que a minha vida não estava a tomar o caminho que eu queria e que por mais que eu lutasse contra isso estava a remar sozinha contra uma maré. Não estava. Nunca estive. Este blog acompanhou os meus (muito) altos e os meus (muito) baixos e em qualquer uma dessas situações serviu-me como purga e como auxiliar para pôr tudo em perspectiva.

Cinco anos ensinaram-me o que significa levar com os comentários maus como se fossem balas no coração e continuar a escrever. E os comentários bons como cirurgia de bypass e a tua linha vital...e continuar a escrever. Sempre continuar a escrever. Já fui a maníaca das estatísticas do blog e dos likes do Facebook, mas depois cheguei à conclusão que podia parar com isso...e parei. Continuei a cortar a minha franja a direito e, recentemente, tornei-me numa iPhone person.

Não acredito que já se passaram cinco anos desde que decidi criar um blog novamente. Passou a correr. Eu nunca - mas acreditem quando digo isto - imaginava que algum dia este blog seria visitado por tantas pessoas e que eu iria receber tanto carinho, palavras de incentivo e muito amor por aqui. Cada comentário, cada e-mail, cada mensagem que recebo deixam o dia mais bonito e o meu coração mais cheio. Muito, muito obrigada!