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Dono de um estilo de escrita único, José Saramago é um intelectual que faz muita falta

Dono de um estilo de escrita único, José Saramago é um intelectual que faz muita falta.

Há 98 anos nascia José Saramago, um dos maiores nomes da Literatura Portuguesa contemporânea.

O autor é um dos mais importantes nomes da Literatura Contemporânea e marcou a escrita do século XX através de seu olhar crítico e sua escrita fora do comum.

A publicação de hoje é sobre ele, com um resumo sobre sua vida, obra, polêmicas e algumas curiosidades a respeito de sua carreira e modo de pensar.

José Saramago nasceu numa família de camponeses em Azinhaga, ao sul de Portugal, em 1922.

Iniciou sua carreira de escritor em 1947, com o livro “Terra do Pecado”. Nos anos 1960, já atuando como crítico literário e jornalista, começa a escrever no jornal Diário de Notícias e a partir de 1975, passa a viver de Literatura, primeiro como tradutor, em seguida, como autor.

Faleceu em 2010, devido a uma leucemia crônica, aos 87 anos.

ESCRITA – Saramago criou um dos universos literários mais sólidos do século XX, unindo a escrita à crítica social, denunciando injustiças e se pronunciando sobre conflitos políticos de sua época.

Nesse aspecto, o ponto mais notável de Saramago é sua peculiar maneira de pontuar suas frases, com poucos pontos finais e uso constante de vírgulas. Os diálogos também raramente possuem travessão.

Além de ter desenvolvido um estilo único, reconhecido em todo o mundo, através da escrita ele cria uma cumplicidade com o leitor, confirmada pelo público e exaltada pela crítica.

Dentre os expressivos prêmios que recebeu, os principais foram o Prêmio Camões (1995) e o Prêmio Nobel de Literatura (1998).

O primeiro deles, Camões, é distinção máxima oferecida aos escritores de língua portuguesa. Em relação ao Nobel, foi o primeiro da Literatura concedido a um escritor de língua portuguesa.

Apesar da honra e do reconhecimento ao seu trabalho, as premiações não agradaram algumas instituições. Um exemplo é a Igreja Católica, que não concordava com a posição política de Saramago e suas críticas sociais. À época, foi publicado no diário do Vaticano (“Osservatore Romano”) o seguinte comentário: “Saramago é, ideologicamente, um comunista inveterado”.

Alguns fatos curiosos – e polêmicos – também fazem parte da história de Saramago. Veja alguns deles:

1) A obra mais polêmica é “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, pois trata a figura de Jesus de forma controversa. A obra originou diversas discussões morais e até políticas. Por causa ds repercussão, foi para o exílio em 1992, quando se mudou de Portugal para as Ilhas Canárias (Espanha), onde morou até o fim da vida.

2) Saramago, antes de emplacar na carreira de escritor, trabalhou como serralheiro mecânico durante muito tempo.

3) Seu primeiro livro foi publicado quanto tinha 25 anos.

4) Na década de 1960, ele quase emigrou para o Brasil.

5) Costumava falar bastante do tema “morte”, e dizia que não a temia, mas que lamentava o “não comparecimento no futuro”.

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PRINCIPAIS LIVROS

“O Evangelho segundo Jesus Cristo”: Menos interessado na onipotência do divino que na frágil mas tenaz resistência do humano, Saramago reconta de forma irônica e crítica uma das histórias mais conhecidas no ocidente, dotando- a de corpo, cheiro, sensações, ambiguidades e novos significados recônditos.

“Ensaio sobre a cegueira”: Uma terrível “treva branca” vai deixando cegos, um a um, os habitantes de uma cidade. Com essa fantasia aterradora, Saramago nos obriga fechar os olhos e ver. Recuperar a lucidez, resgatar o afeto: essas são as tarefas do escritor e de cada leitor, diante da pressão dos tempos e do que se perdeu.

Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma “treva branca” que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.

“A jangada de pedra”: Racham-se os Pirineus, a Península Ibérica se desgarra da Europa. Transformada em ilha – Jangada -, navega à deriva pelo oceano Atlântico. A esse espetacular acidente geológico somam-se outros insólitos que unem os quatro personagens principais do romance numa viagem apocalíptica e utópica pelos caminhos da linguagem e, por meio dela, pelos da arte e da cultura peninsulares. A ínsula ibérica vagueia ao acaso de um mar tecido de muitos mitos e história.

“A viagem do elefante”: Em 1551, o rei português dom João III, e sua mulher, Catarina d’Áustria, decidiram oferecer um presente inusitado ao arquiduque Maximiliano II, por seu casamento com a filha do imperador Carlos V: um elefante.

Aqui, a história real do mamífero que saiu de Goa, passou por Portugal, Espanha, Itália, atravessou os Alpes para enfim chegar na Áustria ganha ares de fábula nas mãos de José Saramago.

“As Intermitências da Morte”: Apesar da fatalidade, a morte também tem seus caprichos. Cansada de ser detestada pela humanidade, a ossuda resolve suspender suas atividades. De repente, num certo país fabuloso, as pessoas simplesmente param de morrer.

E o que no início provoca um verdadeiro clamor patriótico logo se revela um grave problema. Idosos e doentes agonizam em seus leitos sem poder “passar desta para melhor”. Os empresários do serviço funerário se veem brutalmente desprovidos da sua matéria-prima. Hospitais e asilos geriátricos enfrentam uma superlotação crônica, que não para de aumentar.

O negócio das companhias de seguros entra em crise. O primeiro-ministro não sabe o que fazer, enquanto o cardeal se desconsola, porque “sem morte não há ressurreição, e sem ressurreição não há igreja”.

Um por um, ficam expostos os vínculos que ligam o Estado, as religiões e o cotidiano à mortalidade comum de todos os cidadãos. Mas, na sua intermitência, a morte pode a qualquer momento retomar os afazeres de sempre. Então, o que vai ser da nação já habituada ao caos da vida eterna?

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