MIB: Homens de Preto Internacional chega com a difícil missão de renovar uma consagrada franquia do cinema. Ou seja, além de conquistar um novo público, o longa ainda precisava agradar os fãs do material original. Mas será que filme conseguiu?
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Confira o trailer e logo em seguida a resenha!
Enredo
O longa conta a história de Molly, uma jovem menina que desde pequena possui um fascínio por seres de outros mundos e a lógica do universo. Quando surge uma oportunidade, ela se infiltra em um prédio secreto do governo, onde há uma agência responsável por lidar com alienígenas, e acaba integrando a equipe.
A premissa é simples e o desenvolvimento segue a mesma linha. O filme possuía potencial para construir novos caminhos e criar uma identidade bem própria, mesclando ação e humor de forma equilibrada. Uma possível boa referência para essa nova fase de MIB poderia ser, por exemplo, a série de filmes de Missão Impossível. Porém, mesmo com todo esse potencial, o filme escolhe a obviedade e um humor bem quinta série, o que acaba por esvaziar as principais temáticas.
Elenco e Personagens
A química do elenco e a troca entre eles é onde o filme mais brilha. Com grandes nomes da cultura POP, o filme sobe com quem está lidando e dá o papel certo para cada um.
Molly (Tessa Thompson) é uma jovem inteligente e sagaz, que está disposta a tudo por seus sonhos e objetivos, porém tem um lado desastrado e pouca experiência de vida. Ela funciona como uma boa “orelha” para o filme, já que tudo que aprendemos sobre esse universo nos é explicado sob a justificativa que ela está aprendendo também.
Agente H (Chris Hemsworth) é um dos alívios cômicos. Cheio de tiradas engraçadinhas e uma personalidade despojada de quem aparentemente não está nem aí para nada, o personagem é divertido e carismático, servindo também como uma ponte para vários outros nomes desse universo. O Agente H conhece tudo e todos, passeando do mais alto nível da sociedade até o mais baixo.
Agente T (Liam Neeson) é o clássico chefe de corporação. Sério, centrado, aparentemente frio e muito dedicado a empresa. Não existem muitos caminhos a serem seguidos com essa personalidade tão engessada e clichê, mas acaba que ele cumpre seu papel na trama e não desagrada.
Direção e Fotografia
A direção é de F. Gary Gray, que não vem de nenhum outro projeto tão expressivo. E aqui ele até consegue reestabelecer esse universo de MIB, principalmente se aproveitando da mudança constante de país/cenário. Além disso é muito boa a valorização que a direção dá para os recursos da agência, como as armas e os apetrechos tecnológicos, inclusive muitas vezes homenageando os filmes clássicos, através de pequenas referências.
No tom do filme é onde ele passeia um pouco e não sabe onde quer chegar. O humor é tão recorrente e mal dosado que em momentos de tensão, onde o clímax do filme está em seu ápice, existem respiros desnecessários e piadinhas deslocadas. Falta sendo de risco e, fundamentalmente, escala da ameaça. Os personagens estão lidando com um problema que põe em risco todo o mundo e isso não é refletido em suas ações. Tudo parece trivial, mesmo quando não é.
A fotografia, realizada por Stuart Dryburgh, sabe usar muito bem os ambientes para construção de suas cenas, mas tem dificuldade de retratar a ação, que na maioria das vezes é reduzida a perseguições sem inspiração e alguns tiros de arma laser sendo disparados para o nada. Sim esse também é um problema da direção, mas como diretor de fotografia Stuart Dryburgh deveria ter se imposto mais, afinal ele tem bons trabalhos e não é um iniciante (Em A Vida Secreta de Walter Mitty, por exemplo, ele brilha).
Cenografia e Figurinos
Como já citado esse é um filme que varia muito de cenário, já que existe uma gama de países e ambientes sendo explorados. A trama vai desde o centro de Paris, com a torre Eiffel, até um remoto deserto. E existe um bom equilíbrio nisso tudo, tanto com relação a naturalidade/artificialidade, como também na identidade visual e como tudo aquilo dialoga com a proposta do filme.
Além disso, sobre os figurinos, não há muito o que acrescentar. Nos funcionários da agencia o clássico terno preto aparece, dando continuidade a tradição dos filmes anteriores, mas nos aliens é onde o departamento brilha, dando identidades únicas para eles através de suas roupas. Vungus (Kayvan Novak), por exemplo, tem um visual totalmente despojado e casual, já Riza Stavros (Rebecca Ferguson) traz uma exuberância faraónica, que reflete todo o poder que ela possui.
MIB: Homens de Preto Internacional resgata conceitos do original, atualiza certas temáticas e dá caras novas para que a franquia cresça ainda mais no futuro. Os fãs mais puristas podem se decepcionar, mas para quem buscar uma diversão casual… funciona.
Me conta aí sua opinião! Curtiu o filme?
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