Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, terceiro capítulo da franquia derivada de Harry Potter, já está em cartaz nos cinemas. No Brasil, o novo filme teve sua estreia no dia 14 de abril de 2022, e o Entreter-se já conferiu o lançamento.

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Enredo

Como o nome já sugere, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore leva o público a uma viagem pelo passado do lendário diretor da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, ainda em seus dias como professor. Se nos filmes de Harry Potter vimos a Armada de Dumbledore em ação, em Animais Fantásticos percebemos como a lealdade a Alvo é de longa data, e que naquela época já tinha seguidores fieis, incluindo o protagonista bruxo Newt Scammander e o não-maj (vulgo trouxa) Jacob Kowalski.

No novo filme, os personagens precisam unir forças para enfrentar novamente Grindenwald, que está mais poderoso e é cada vez mais popular entre o povo bruxo com sua ambição de aniquilar o mundo não-bruxo. Candidato ao cargo de Chefe Supremo da Confederação Internacional dos Bruxos, uma vitória poderia colocar todos em risco, e isso deve ser evitado antes que seja tarde demais.

Animais Fantásticos continua sendo uma saga feita para os fãs de Harry Potter, sem grandes tentativas de conquistar novos espectadores, mas sendo extremamente ambicioso ao oferecer momentos nostálgicos àqueles que, assim como Harry, Ron e Hermione, cresceram.

Com seu tom mais adulto, mas ainda com espaço para algumas cenas divertidas, o filme entretém os Potterheads, traz a tona detalhes relevantes sobre personagens importantes, lida com temas delicados como o relacionamento abusivo de Grindenwald e Dumbledore de forma libertadora e, de quebra, ainda se recupera do roteiro falho de seu antecessor com grande êxito.

Elenco e Personagens

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore traz nomes já conhecidos do público ao seu elenco, com o retorno de Eddie Redmayne ao papel de Newt, Ezra Miller como Credence, Dan Fogler como Jacob e o incrível Jude Law como Dumbledore. A química entre os personagens que lutam ao lado de Dumbledore é gritante, criando uma verdadeira equipe que funciona muito bem tanto dentro do roteiro como fora dele, conquistando os espectadores com sua dinâmica.

O destaque, mais uma vez, fica para o carisma natural de Dan, que interpreta o trouxa mais bruxo que o Mundo Mágico já viu. Suas cenas são engraçadas sem grande esforço, e os espectadores podem facilmente se identificar com sua personalidade. Ele é a representação perfeita de como qualquer fã de Harry Potter se sentiria se pudesse estar tão próximo assim da magia.

Tina (Katherine Waterston) e Queenie (Alison) perdem protagonismo nesse filme, mas Bunty (Victoria Yeates) ganha destaque dentro da equipe, com um papel essencial para a execução do plano, e ao lado de Jessica Williams, como Eulalie Hicks, amenizam o elenco principal predominantemente masculino.

Mads Mikkelsen assume o papel de Grindenwald após a saída de Johnny Depp do elenco, mas as coisas não melhoraram muito. É um personagem caricato e pouco envolvente, e por mais maléfico que Mikkelsen o faça parecer, simplesmente não é convincente o suficiente.

O filme também marcou a estreia de Maria Fernanda Cândido no papel da bruxa brasileira Vicência Santos, mas é mínimo o seu destaque no filme, com poucas falas, apesar da importância de sua personagem para a história. Um desperdício de potencial.

Direção e Fotografia

Arrisco dizer que Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore é o filme mais bonito de toda a franquia Harry Potter, visualmente falando. Há várias cenas de tirar o fôlego, principalmente nos confrontos extremamente bem coreografados que, ainda, ganham pontos pelos efeitos visuais estupendos. As folhas de livros utilizadas para aparatar revelam uma conexão com os livros que deram origem a tudo, honrando toda a origem da franquia enquanto caminha para o futuro.

As cenas de perseguição também são extremamente bem dirigidas, usando cenários que se assemelham a um labirinto para construir toda a sua narrativa em cima de confusão, fuga e combate, mas também servindo uma diversão muito natural e sincera graças a toda a dinâmica dos personagens.

David Yates não poderia ter feito melhor. Ele entende bem o que é Harry Potter, por ter trabalhado de Ordem da Fênix a Relíquias da Morte – Parte 2. Talvez seu potencial estivesse limitado nos dois filmes iniciais de Animais Fantásticos, mas a nostalgia envolvente neste terceiro filme despertou o monstro, positivamente, e os fãs só tendem a ganhar com isso.

Cenografia e Figurinos

A nostalgia passa, ainda, pela cenografia. Estar de volta ao Salão Principal de Hogwarts e sobrevoar o campo de quadribol é um presente embrulhado com um laço de fita para os fãs de Harry Potter. Ainda unindo à fotografia, o quadro aberto a Hogwarts com a trilha sonora querida ao fundo é de arrepiar.

O filme também não erra feio na construção visual de seus novos ambientes, em especial as masmorras de Grindenwald que enfatizam o seu lado sombrio, como se representasse tudo o que há de macabro em sua mente. É um “ambiente de trabalho” condizente, embora inegavelmente clichê.

O filme se passa no ano de 1932, e tanto os cenários a la Cantando na Chuva quanto os figurinos conseguem trazer à tona a moda da época, com vestes essencialmente formais.

O destaque fica, sem dúvida, com a dualidade de Queenie Goldstein, que é forçada a se unir a Grindenwald e deixa de lado seu amor pelo rosa para dar espaço a vestes pretas tão tristes quanto a sua situação. Ela está presa, e não consegue ser ela mesma nem em suas roupas. Algo simples e até datado, mas que representa muito bem a sua condição.

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