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Pinhão: o coração do Douro

Dada a sua localização, o Pinhão é o local ideal como ponto de partida para conhecer algumas das quintas mais emblemáticas do Douro.


Um passeio pelo Douro era algo há muito desejado e há demasiado tempo adiado. Começo por fazer a EN 222 bem devagar, que liga a Régua ao Pinhão, considerada a melhor estrada do mundo para conduzir. Há o rio, as encostas de vinhedos que mais parecem jardins e o tempo que deve ser consumido como o vinho: com moderação. Ao chegar à ponte sobre o rio Douro faço uma paragem: mesmo em frente está o The Vintage House Douro, local onde fico alojada e do qual trago as melhores memórias.


Os dias começam e terminam sempre da mesma forma: com um passeio na marginal. É daqui que saem os barcos que fazem passeios no rio e onde atracam os barcos hotel durante a noite. Não me parece que sejam estes os turistas que trazem alguma mais valia para o Pinhão. Chegam ao fim do dia, jantam no barco e poucos saem. Preferem ficar a disfrutar da animação no interior do que fazerem um pequeno passeio.
Diariamente chegam pequenos grupos à estação ferroviário do Pinhão. Apanham um táxi que é o meio de transporte preferencial para quem quer visitar as quintas. Alguns taxistas não falam inglês mas isso não é problema. Escreve-se o nome numa folha, colocam-se as malas na bagageira e em caso de dúvida chama-se alguém que por ali esteja para dar uma ajuda. O importante é chegar ao destino.


Tal como eu, dão uma volta à estação para verem os bonitos painéis de azulejos provenientes da fábrica Aleluia, de Aveiro. São retratos da vida no Douro, desde paisagens, aos costumes, sem esquecer o que torna a região célebre: as vinhas. Não faltam as imagens de mulheres a vindimar, dos homens a carregarem os cestos e dos barcos rabelos que transportavam os vinho para Vila Nova de Gaia.


Percorro as quatro lojas de vinho existentes no Pinhão à procura de um espumante que bebi ao jantar no restaurante Rabelo. A resposta é igual em todas: não temos. Não há qualquer sugestão de uma alternativa ou preocupação em mostrar a loja. Os preços também não são convidativos se comparados com a Wine Academy do hotel.
Quem procura algum vinho em específico o melhor mesmo é ir ao produtor. Quintas não faltam para visitar. Eu segui o seguinte critério: ter uma experiência numa quinta mais direcionada para grandes grupos e outra com um serviço mais individualizado. Começo por visitar a Quinta do Seixo, bem no topo de uma encosta de vinhedos. A visita é o que espero: um percurso predefinido onde não há muito que ver e um discurso ensaiado e repetido várias vezes por dia. A visita vale pelo conforto e bom gosto da sala de provas e pela vista, seguramente, uma das melhores.



Já a experiência na Quinta do Bomfim é completamente distinta. Apesar de na altura ainda estar em soft opening, o objetivo não é receber um turismo de massas mas pequenos grupos que permitam um acompanhamento mais personalizado.
Experimento também alguns dos restaurantes no Pinhão. O Rabelo é o melhor da vila, com um serviço onde não há nada a apontar mas algumas expectativas saíram goradas. O Veladouro oferece uma seleção de grelhados, com doses generosas e preços inflacionados. O LBV 79 é mais agradável, com um terraço com vista para o Douro.  A carta tem mais opções mas o serviço é mais demorado. A melhor relação preço-qualidade é no restaurante Ponto Grande. Após um vinho do Porto servido à chegada, a escolha recai sobre uma feijoca com aquele toque de comida caseira. No fim, há sempre espaço para uma fatia de bolo borrachão.


Um pouco mais longe mas a valer cada quilómetro (e cada euro) está o DOC. Uma verdadeira maratona gastronómica, numa sucessão de pratos que levam o palato ao êxtase. Para começar, um hambúrguer de leitão e uma degustação de azeite de Foz Côa com vários tipos de pão. Para entrada, um foie gras com tosta de frutos secos, com direito a explicação pormenorizada do modo de preparação. Seguiu-se um peixe galo, uma explosão de frutos vermelhos como ante-sobremesa e para finalizar, uma tarte de chocolate e café. Para acompanhar o café, um conjunto de mignardises: chocolate de azeite, torrão de amêndoa, bolo de côco e macaron de maçã.


Pela sua localização, o Pinhão é o lugar ideal para ficar alojado e conhecer as quintas no Douro. Apesar da beleza da paisagem, é um local descaracterizado, onde ainda há muito trabalho a desenvolver no que respeita ao enoturismo.


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