Get Even More Visitors To Your Blog, Upgrade To A Business Listing >>

Rota dos Direitos Civis nos EUA: o sul muito além da música

Tags:

Viajar pelo sul dos Estados Unidos vai muito além daquela já conhecida Rota da Música. E apesar do peso do nome – Rota dos Direitos Civis dos Negros – e de todas as perseguições e violências que aconteceram na região, essa rota necessária é ao mesmo tempo leve. Percorri os passos de Martin Luther King Jr., de carro e junto de duas amigas. O caminho é envolvido por memoriais e museus interativos que só os Estados Unidos sabem fazer, mas também por restaurantes e hotéis sofisticados, mirantes em arranha-céus, comida típica sulista e a música que, claro, está sempre rondando essa região e essa road trip.

Aqui você encontra tudo sobre a Rota dos Direitos Civis no Estados Estados Unidos: quais são as atrações, os restaurantes, os hotéis, as comidas e tudo o que você precisa ver em cinco cidades em que a população fez a sua parte para exigir o básico: respeito e igualdade.

***

Meu corpo nunca se viu tão arrepiado tão frequentemente. E não é no sentido figurado, não. Meus pêlos se arrepiavam a cada placa explicativa ou a cada história que os guias contavam ao relembrarem quando a família sentiu na pele (literalmente, e mais uma vez nada do sentido figurado) os horrores da segregação. Para se envolver nessa história, faz sentido começar pelo começo: em Atlanta, onde nasceu Martin Luther King Jr., o pastor que lutou contra a discriminação e segregação, chegando a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964.

Atlanta: O que fazer

Se você costuma ir para os Estados Unidos, é bem provável que já tenha passado por Atlanta, ao menos no aeroporto. É considerado o aeroporto mais movimentado do país, e quem vê o sem-fim de conexões ali não imagina que a Geórgia já foi o estado com a maior segregação racial dos Estados Unidos. Hoje Atlanta é das cidades mais procuradas por quem quer qualidade de vida. É cheia de áreas verdes, arte por todo lado e áreas bem gostosas com um restaurante do lado do outro.

Martin Luther King, Jr., National Historic Site

Faz o maior sentido começar o seu roteiro pelo Martin Luther King Jr. National Historic Site. Não é só um memorial: é todo um complexo dedicado ao pastor. Foi fundado pela Coretta, mulher dele, só dois meses e meio depois da morte do líder,  como o memorial oficial pla vida, trabalho e legado de Martin Luther King Jr. O lugar mais disputado é a casa de 1895 onde ele nasceu, e para visitá-la,  só com um tour, gratuito, que acontece de hora em hora a partir das 10h. Chegue cedo ao Visitor Center e aproveite que a partir das 9h já é possível se registrar para o tour. Depois disso, você fica livre para visitar todo o quarteirão com o memorial.

O ponto mais imponente é o memorial em si: O King Center. Atrás da grande frase pintada no chão “Non Violence or Non Existence”, estão os restos mortais de Martin Luther King. E na área fechada do memorial está uma exposição com objetos de Martin Luther King (a camisa que ele usou, caixa de joias e até capas de passaporte ) e objetos que remetem a outro líder importante: Mahatma Gandhi.

Depois, você nem precisa atravessar a rua. O prédio vizinho ao monumento é a igreja Ebenezer Baptist Church, onde Martin Luther King Jr. foi batizado. Foi ali também onde ele trabalhou como co-pastor de 1960 até ser assassinado em 1968. Como uma despedida do líder, o funeral também aconteceu nessa igreja.

Também no mesmo complexo, não passe reto pela Fire Station No 6, estação do Corpo de Bombeiros que, muito mais do que um prédio histórico de 1894, ganhou fama mesmo por ter sido o primeiro departamento de bombeiros a contratar bombeiros negros, em 1963, em meio a toda a segregação que acontecia nos Estados Unidos.

Mais coisas para fazer em Atlanta

World of Coca-Cola

Na cidade que é sede da Coca-Cola e no país que sabe fazer museu de tudo quanto é coisa, só poderia nascer dessas duas características um museu da Coca-Cola. Ele é bem central: fica no Centennial Park, o parque bem no meio da cidade que é um complexo de museus. Primeiro, você vai entrar em uma sala cheia de objetos históricos da produção da Coca-Cola no Estados Unidos e tudo explicado por uma animadora.

Depois, a visita no Museu da Coca-Cola é por conta própria: tem salas sobre o marketing da empresa, um cofre que dizem ter o segredo da fórmula da Coca-Cola, antigas geladeiras e algumas atividaces interativas (em se tratando de Coca-Cola e dos Estados Unidos, poderiam ter muito mais). Mas a parte que mais atrai a galera é a o segundo andar, onde você pode provar bebidas da Coca realmente do mundo todo. E à vontade. Elas ficam em máquinas de refrigerante e tem, por exemplo, Sprite da Romênia, o nosso guaraná, chá da Venezuela, Fanta da Grécia… você pode ficar lá provando o tempo que quiser. É um open bar de Coca-Cola.

Organize a sua viagem:

  • Garanta a sua entrada no Museu da Coca-Cola sem fila e com cancelamento gratuito

Museus do Centennial Olympic Park

O parque onde está o museu da Coca-Cola foi todo criado pelo Comitê de Atlanta para os Jogos Olímpicos para as Olimpíadas de 1996 que aconteceram na cidade. É ali que você vai ter aquela vista clássica de Atlanta, com o gramado verde e os arranha-céus de fundo que você já deve ter visto por aí. É no Centennial Park o georgia Aquarium , que já foi o maior aquário do mundo, o The Chldren’s Museum of Atlanta, o National Center for Civil and Human Rights, com 13.000 artefatos de Martin Luther King Jr. e o College Football Hall of Fame.

Skyview ATL

Trata-se da roda-gigante bem em frente ao Centennial Park, com vista para o parque e o Downtown. Não é essencial, mas se você gosta de roda-gigantes pode ter uma boa visão da cidade antes de explorar Atlanta. A roda-gigante tem a altura de um prédio de 20 andares e 42 cabines confortáveis. Elas não são daquelas em que dá para ficar em pé, como a roda-gigante de Londres ou mesmo de São Paulo, mas rene um momento gostoso conversando entre amigos.

Mercados de Atlanta

A cidade dos estudantes fez surgir em Atlanta vários mercados de comida e de roupas bem moderninhos. O Krog Street Market, mais focado em comida, tem de tudo: de comida japonesa a italiana. Já o Ponce City Market é bem maior e está em um prédio de tijolinhos de uma antiga fábrica: é para passar algumas horas, já que está cheio de restaurantes, mas também de lojas bem locais. É obvio que você não vai levar móveris para a casa, mas dê uma espiada na Williams Donoma, que tem objetos de decoração bem próprios. Na “praça de alimentação”entre as antigas paredes de tijolos e encanamentos, o difícil /e escolher um restaurante: tem cafeteria, o típico grango frito sulista no Hop’s Chicken, restaurante mexicano e a loja de bolos linda Cake Culture, com invenções como mil folhas de morango e bolo de matchá.

O Krog Street Market

Organize a sua viagem:

  • Oferta de hotéis em Atlanta

Primeira etapa da Road Trip: de Atlanta a Nashville

Quatro horas e meia de carro separam Atlanta, a capital da Georgia, de Nashville, a capital do Tennessee, que é uma das capitais mais animadas dos Estados Unidos.

Nashville parece ter reunido só as melhores características: os museus são impressionantes e dos maias interativos, a cidade é andável (se estiver hospedado longe do centro você só precisará encontrar um estacionamento para parar o carro), os arranha-céus são daqueles espelhados com o que existe de mais moderno em design, e apesar de reunir um pouco de vários outros lugares dos Estados Unidos, Nashville tem alma própria: é a cidade do country – e detalhe, naturalmente, sem que seja forçada para isso. As garotas usam botas country nas ruas, os homens, os chapéus, e dos bares, um ao lado do outro na agitadíssima avenida Broadway, emanam músicas country que todos sabem cantar e dançar – independentemente da idade.

National Museum of African American Music

Vou dar um spoiler: o National Museum of African American Music foi o melhor museu de toda a rota. Entendo que o spoiler pode estragar a surpresa, mas é para te convencer a não deixar de lado esse museu aberto em 2021. E já que se trata da Rota dos Direitos Civis nos Estados Unidos, faz o maior sentido ir logo a esse museu e priorizá-lo. Reserve um bom tempo porque a vontade é de passar o dia ali: você vai entender toda a influência dos negros na música norte-americana e na música mundial, tudo com muita interatividade. Quem montou, aliás, mereceria dar aulas de montagem de museus e exposições.

Assim que você comprar o seu tíquete, vai ganhar uma pulseirinha. Isso porque você pode salvar as músicas que ouvir durante a visita e gostar: é só encostar a pulseira na tela para ir salvando a sua playlist: depois ela pode ser enviada para você por email. A visita começa com um filme de cerca de 20 minutos apresentados em um teatro de 200 lugares que vai o fazer conectar tudo o que ja viu na viagem: a chegada dos negros aos Estados Unidos, a escravidão, a Guerra Civil e a influência disso tudo na criação do blues, do gospel, do jazz, soul, rap..

São cinco áreas, cada uma dedicada a um gênero musical. E em cada uma você pode passar minutos e mais minutos e esquecer da vida em telas para você consultar quase como uma árvore genealógica, quais artistas influenciaram e quais foram inflienciados dentro de cada gênero musical, ouvindo uma coletânea de músicas de cada um. Outras telas demonstram o momento histórico vivido durante a ascenção de cada gênero musical e mais algumas revelam documentários de artistas e gêneros musicais. Você ainda pode brincar em estúdios, cantando ou tocando instrumentos musicais.

Mais coisas para fazer em Nashville

Veja aqui tudo o que fazer em Nashville: os museus, restaurantes, os bares, studios.. 

Organize a sua viagem:

  • Oferta de hotéis em Nashville

A parte mais intensa da Rota dos Direitos Civis: rumo ao Alabama

O Alabama foi o palco dos acontecimentos mais marcantes do Movimento dos Direitos Civis. Foi em Montgomery que Rosa Parks se recusou a ceder o lugar a um branco em um ônibus dando início ao boicote dos ônibus. Em Selma, ocorreram as três marchas lideradas por Martin Luther King em direção ao Capitólio de Montgomery, a capital do Estado, pelos direitos básicos. E em Birmingham, a 16th Street Baptist Church, com uma congregação majoritariamente negra, foi bombardeada em 1963  em um atentado da Ku Klux Klan matando quatro meninas. Depois desse atentado, as atenções se voltaram aos direitos civis dos negros nos Estados Unidos.

Birmingham: o que fazer

Se você imagina o Alabama como um lugar ermo, pode ir mudando toda a sua concepção: a começar que de todo o caminho que percorri nos Estados Unidos é o Alabama o estado com as estradas mais bonitas: cheias de verde e pontuadas por casas com gramados impecáveis que devem dar trabalho para manter. E as cidades também não têm nada de pacatas. Birmingham, aliás, é o melhor exemplo disso.

Birmingham tem um quê de Washingon D.C. Faz parte da lista de cidades andáveis dos Estados Unidos, mas ainda assim é formada por viadutos e avenidas largas bem movimentadas. No século 19, os negros representavam 43% da população, mas eram permitidos (oi? o absurdo já começa aí) a viver em apenas 11 % da área residencial da cidade. O fim da Guerra Civil nos Estados Unidos, em 2 de junho de 1865, não significou o fim da discriminação com os negros. Em 6 de dezembro de 1865 foi aprovada pelo congresso americano a 13a Emenda à Constituição, que aboliu oficialmente a escravidão fazendo com que todos os estados aderissem à emenda.

No entanto, o governo do Alabama se amedrontou com o fato que os negros poderiam dividir o poder e, na prática, a discriminação continuava. Negros não podiam andar na mesma calçada que brancos nem mesmo olhar nos olhos de brancos: esse simples ato já seria motivo para que os negros fossem para a cadeia. Histórias assim, enfrentadas por negros pouco tempo atrás, foram contadas a mim por gente que viveu na pele as discriminações. O guia e professor Barry McNealy durante um almoço. Eu nunca havia almoçado arrepiada, com lágrimas nos olhos, envergonhada e enojada dos fatos que ouvia na mesa de um restaurante. Talvez por isso tenha perdido a fome e deixado a comida no prato.

Foi nesse contexto que surgiu o grupo supremacista branco Ku Klux Kan, organização terrorista fundada no Tennessee em 1865. E depois da pausa para essa história, faz ainda mais sentido visitar Birmingham e começar pela 16th Baptist Church.

*Viagem a convite da Travel South USA. O conteúdo é independente, baseado na opinião livre da autora.

Gostou do post que você leu sobre o que fazer em Estocolmo? Então planeje aqui a sua viagem

Você não paga a mais por isso, tem direito a descontos e ajuda o Porta de Embarque a produzir ainda mais conteúdo

Seguro viagem com o melhor preço. Compare o preço de todos os seguros viagem, escolha o seu e ainda ganhe 5% de desconto Reserve seu hotel no Booking.com. Você encontra ofertas de hospedagem e ainda pode cancelar quando quiser Alugue seu carro comparando o preço em mais de 100 locadoras. E o que é melhor: sem IOF e com parcelas de até 12 vezes sem juros. O Meu Chip. Tenha chip de internet no celular funcionando sempre bem e com desconto de 20%. É so digitar o cupom PORTADEEMBARQUE.

O post Rota dos Direitos Civis nos EUA: o sul muito além da música apareceu primeiro em Porta de Embarque.



This post first appeared on Porta De Embarque, please read the originial post: here

Share the post

Rota dos Direitos Civis nos EUA: o sul muito além da música

×