Na última terça-feira (3), telespectadores do Jornal Nacional foram surpreendidos, não por uma manchete chocante, mas pelo desmesurado investimento da Petrobras em um espaço publicitário de dois minutos no horário nobre. Em tempos em que muitos questionam gastos excessivos e clamam por mais transparência nas contas públicas, a decisão da estatal de gastar quase R$ 4 milhões em um simples comercial levanta sobrancelhas e gera debates.

A peça publicitária, que comemorava os 70 anos da empresa, não apenas rompeu com a duração padrão dos comerciais, mas também estabeleceu um novo patamar de investimento em publicidade televisiva. Batizado como “golden break duplo”, esse intervalo exclusivo de dois minutos custou à Petrobras o dobro do preço de um “golden break” padrão, que normalmente tem uma duração de 30 segundos a um minuto.

Dados do site comercial da Globo indicam que um golden break no Jornal Nacional tem o preço tabelado de cerca de R$ 1,9 milhão. Portanto, com a Petrobras optando por um espaço que durasse o dobro do tempo, o investimento disparou para um montante de aproximadamente R$ 3,8 milhões.

Intitulado “A Energia do Amanhã”, o comercial, produzido pela agência Ogilvy, retratou sete décadas de trajetória da Petrobras. Contudo, para muitos, a narrativa emotiva e inspiradora foi ofuscada pelo custo exorbitante associado à sua veiculação.

A questão que permanece é se tamanha despesa em um intervalo comercial, mesmo em um programa de alta audiência como o Jornal Nacional, justifica-se em tempos de contínuas pressões econômicas e demandas por investimentos mais criteriosos e justificados. Esta decisão da Petrobras certamente será um tópico de debate e discussão nos próximos dias, à medida que o público e os acionistas buscam compreender as razões e a lógica por trás de um investimento tão audacioso.

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