O avião espacial Virgin Galactic SpaceShipTwo Unity e a nave-mãe se separam enquanto voam sobre o Spaceport America no Novo México em 11 de julho de 2021 – Copyright POOL/AFP Jade GAO

Issam AHMED

A Virgin Galactic está programada para quinta-feira para finalmente iniciar voos espaciais comerciais, um marco importante para a empresa fundada em 2004 pelo bilionário britânico Richard Branson.

Seus primeiros clientes pagantes são uma tripulação de três membros da Força Aérea Italiana e do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália, com um quarto assento ocupado por um instrutor astronauta da Virgin Galactic.

Apelidada de Galactic 01, a missão de 90 minutos decolará do Spaceport America, Novo México, e inclui vários experimentos científicos suborbitais, informou a empresa em comunicado.

Uma transmissão ao vivo começa às 9:00 am Mountain Time (1500 GMT) no site da Virgin Galactic.

Acontece quase dois anos depois que Branson chegou à fronteira final em um voo de teste destinado a inaugurar uma nova era de lucrativo turismo espacial.

Mas a empresa posteriormente enfrentou contratempos, incluindo um breve aterramento da Administração Federal de Aviação (FAA), que descobriu que o voo de Branson se desviou de seu espaço aéreo atribuído e a Virgin Galactic não comunicou o “acidente” conforme exigido.

Mais tarde, testes de laboratório revelaram que certos materiais usados ​​em seus veículos caíram abaixo das margens de resistência exigidas, necessitando de atualizações para a frota.

A empresa encerrou sua pausa no voo espacial com um teste bem-sucedido em maio, abrindo caminho para a missão de quinta-feira.

A Virgin Galactic usa uma aeronave “nave-mãe” com dois pilotos que decola de uma pista, ganha grande altitude e lança um avião movido a foguete que voa para o espaço a quase Mach 3 antes de planar de volta à Terra.

Os passageiros na cabine do avião espacial experimentam alguns minutos de ausência de peso e vislumbram a curvatura do planeta a mais de 80 quilômetros acima do nível do mar.

O voo de quinta-feira inclui o coronel Walter Villadei e o tenente-coronel Angelo Landolf da Força Aérea Italiana, Pantaleone Carlucci do Conselho Nacional de Pesquisa da Itália e Colin Bennett da Virgin Galactic.

Há também dois pilotos no avião espacial e dois na nave-mãe.

A tripulação realizará 13 experimentos supervisionados e autônomos e coletará dados sobre seus trajes e sensores na cabine.

Os experimentos incluem a medição dos níveis de radiação na mesosfera pouco estudada e como certos líquidos e sólidos se misturam na microgravidade.

A Virgin Galactic vendeu cerca de 800 passagens para voos comerciais futuros – 600 entre 2005 e 2014 por US$ 200.000 a US$ 250.000, e 200 desde então por US$ 450.000 cada.

Estrelas de cinema e celebridades estavam entre os primeiros a conseguir assentos, mas o programa da empresa sofreu um desastre em 2014, quando um avião espacial em um voo de teste se partiu no ar, matando o copiloto e ferindo gravemente o piloto.

Concorre no setor de turismo espacial “suborbital” com a empresa do bilionário Jeff Bezos, a Blue Origin, que já enviou 32 pessoas ao espaço.

Mas desde um acidente em setembro de 2022 durante um voo não tripulado, o foguete da Blue Origin foi aterrado. A empresa prometeu em março retomar os voos espaciais em breve.