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Invasão da Ucrânia pode ter acelerado a transição energética do planeta


No relatório anual de 2022 hoje divulgado, a Agência Internacional de Energia (AIE) esclarece que em consequência da invasão da Ucrânia pela Rússia, as emissões mundiais de gases do efeito estufa vinculadas à energia devem alcançar o pico já em 2025, após o aumento dos investimentos em energias renováveis provocado pela "profunda reorientação" dos mercados energéticos.

A oito dias do início da Conferência Mundial sobre o Clima COP27 no Egito, a agência, no entanto, adverte para "divisões" entre países ricos e pobres em termos de investimentos nas energias com baixa emissão de carbono e pede "maior esforço internacional para reduzir a preocupante diferença".

"As respostas dos governos de todo o mundo a esta crise de energia indicam um ponto de virada histórico", afirmou o diretor da AIE, Fatih Birol, numa entrevista coletiva na qual examinou o relatório anual da agência de 2022.

"Esta crise acelerou efetivamente a transição para a energia verde", acrescentou.

"Os mercados de energia e as políticas públicas mudaram desde a invasão russa da Ucrânia, não apenas para o presente, e sim para as próximas décadas", afirmou Birol no relatório.

Embora existam países que buscam aumentar ou diversificar o abastecimento de petróleo e gás - combustíveis fósseis que emitem muito CO2 -, muitos estudam acelerar mudanças estruturais na direção de energias limpas, aponta a agência, vinculada à Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económicos (OCDE).

O mundo aproxima -se do "fim da idade do ouro do gás" que já dura uma década, afirmou Birol. "A procura (de gás), especificamente nas economias desenvolvidas, está a diminuir".

"Ruptura" com a Rússia 
A "ruptura" da Europa com o gás russo aconteceu numa velocidade que "poucas pessoas consideravam possível" mesmo no ano passado, afirma a agência.

E a Rússia "não consegue" redirecionar para outros países os estoques de gás que antes eram enviados aos países do oeste da Europa.

Em nenhum dos três cenários examinados pela AIE os níveis de exportação de gás e petróleo russo retornam aos níveis de 2021. Numa das hipóteses, o peso no mercado mundial cai pela metade até 2030.

Destruição do mito mito de que o gás fóssil é um combustível de transição

Pela primeira vez, os três cenários da AIE identificam um pico ou plateau no consumo de cada um dos combustíveis fósseis (carvão, gás, petróleo) que provocam o aquecimento global.

No cenário central, que se baseia em compromissos governamentais já anunciados para investimentos climáticos ("Inflation Reduction Act" nos EUA, "Fit for 55" e "RePowerEu" na Europa, "Green Transformation" no Japão...), as emissões globais de dióxido de carbono (CO2) relacionadas com a energia atingiriam um pico de 37.000 milhões de toneladas em 2025, caindo depois para 32.000 milhões de toneladas em 2050.

Mas, apesar destes esforços, as temperaturas médias subiriam cerca de 2,5 graus até 2100, o que está "longe de ser suficiente para evitar consequências climáticas severas".

A agência destaca mais uma vez a necessidade de grandes investimentos em energias limpas ou com baixa emissão de carbono, como a nuclear, e a aceleração em alguns setores, como o das baterias elétricas (para automóveis) ou a energia fotovoltaica.

No cenário central, estes investimentos teriam de exceder 2.000 mil milhões de dólares até 2030, e teriam de subir para 4.000 mil milhões de dólares para satisfazer as condições do cenário com emissões líquidas zero em 2050.

"São necessários grandes esforços internacionais para colmatar o fosso preocupante no investimento em energia limpa entre economias avançadas e emergentes e em desenvolvimento", disse a AIE.





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