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Uma Formação Adequada no Mar das Significações: Reflexões Sobre a Infância

Language: Portuguese





Os seres humanos pertencemos a uma cultura cujos códigos significantes estão interligados uns com outros gerando de esta maneira cadeias de significados e, nessa medida, aqueles códigos não existem por si mesmos e em isolamento (Marin: 2007). Da mesma forma, é necessário adicionar que, em tais cadeias de sentido também circulam emoções, afetos, essa dimensão da vida que respeita a o que Guattari chamou no seu momento "um nível molecula"r, que é o âmbito dos sentimentos. Assim, a preocupação pelas crianças torna-se na preocupação por a sua formação em um universo de significantes cujas cadeias interligadas estão cheias de discursos, ideologias, e, em geral,de  um vasto e complexo oceano de crenças (Derrida, 1995). É bem conhecido que deve se ensinar Valores, e isso é fundamental. Mas os valores são eles mesmos significações, discursos diversos. Por isso a atenção Deve Ser Dada aos próprios valores e a sua configuração significante. Deve ser dada atenção, da mesma forma, e com muito cuidado, aos sentimentos, emoções e mensagens que estão entrelaçados aos significantes que diariamente eles e elas (é dizer, a infância), acham. Como mencionamos algumas linhas atrás, os significantes armam cadeias de sentido, por essa razão não é incomum, no pior dos casos, é claro, que possa existir uma formação das crianças pela quail eles internalizem discursos de ódio e desprezo pela dignidade humana. Isto, claro, intercalado nas mensagens diárias, na televisão, nos comentários mais negativos dos adultos, nas amostras de desprezo, vaidade e inveja que eles e elas vêem em algumas pessoas maiores.

Com menos experiência nas cadeias de significação, as crianças também captam as emoções e sentimentos que vêm dentro dos mesmos sentidos da linguagem humana. Se são emoções de rejeição para com os outros, surge o problema de que as crianças internalizem aquela gama de emoções como algo natural.

O compromisso com a infância, portanto, nos Estados atuais de lei nos quais encontramos o suposto de que predomina a lei e os direitos humanos, eé o compromisso por uma educação voltada para o aspecto ético. A ética da outridade. A ética que sob nenhuma circunstância deve gerar um discurso de desumanização para com outras pessoas, porque são os outros com quem vivemos, são os outros os que nos reconhecem, são os outros os que permitem construirnos como alguém que rejeita ou alguém que aceita as diferenças (Rorty, 1995). De acordo com Fátima Fernández Christlieb e Marta Rizo García, "A comunicação primeira é a base do edifício humano, individual e social; permite o intercâmbio dos indivíduos entre si, como um estreitamento dos laços humanos como construção da comunidade” (Fernández y Rizo: 36).

Além disso, além de proporcionar às crianças cadeias de ódio, na maioria das vezes sem perceber essa situação, em parte porque a moral é confundida com areligião ou com outras dimensões discursivas do humano, a verdade é que às vezes propagamos essas formas de colonialidade interna do poder e a hegemonia sistêmica através dos próprios valores (Sousa, 2008). O mesma colonialidade interna que passa despercebida e por a qual o mundo está cheio de desigualdades. A educação em valores de competitividade, para ser o melhor, e não em valores de apoio e reconhecimento da alteridade, ea cooperação, são valores que  levam sem dúvida à inveja. A inveja, podemos dizer, não se limita a desejar objetos, ou a revestir tais objetos de energia libidinal, a inveja é também o desejo de ensinar aos outros o que você tem, porque a inveja às vezes é a felicidade dos outros, e que melhor que mostrar as coisas própias para abater essa felicidade. Isto, é claro, pouco ajuda para um mundo que precisa de estabelecer fortes laços de comunicação. Vivemos em um mundo onde fluem sentidos e emoções como nunca antes. Não só na mídia, mas nos mesmos discursos das pessoas que são supostamente para orientar as crianças. Nós vivemos, consequentemente, em uma época em que a orientação em valores éticos de pleno reconhecimento, é uma tarefa essencial. Vivemos na era em que temos que educar e saber educar para evitar o mais trágico e covarde que podemos construir: a desumanização dos outros.

Bibliografia:

Derrida J. (1967), De la. Gramatologia. Siglo veintiuno editores. MÉXICO. ESPAÑA.
Rizo García, M. (2009). La comunicación y lo humano. En: Fernández Christlieb, F. (Cord). Nosotros y los otros: la comunicación humana como fundamento de la vida social. Editoras los miércoles. México.
Rorty, R. (1995). Derechos humanos racionalidad y sentimentalismo. Tomado de The Yale Review, volúmen 81, número 4, octubre de 1993, p. 1-20. Traducción: Anthony Sampson. Publicado originalmente en Praxis Filosófica Etica y Política, número 5 de octubre de 1995. Departamento de Filosofía, Universidad del Valle, Cali.

Sousa, B. (2008). Reinventar la democracia. Reinventar el Estado. Sequitur: Buenos Aires, México, Madrid.

Autor: Miguel Ángel Guerrero

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