No regresso ao Estádio da Luz, o Benfica defronta a Real Sociedad nesta terça-feira, 24 de outubro, um duelo válido para a 3.ª jornada do Grupo D da Liga dos Campeões e que terá início às 20h00. Na antevisão ao encontro, Roger Schmidt mostrou-se confiante.

O treinador dos encarnados sente que a equipa está preparada para vencer e "reabrir as contas" do agrupamento.

Com o "apoio dos adeptos", haverá "motivação extra" para somar os três pontos diante de "uma boa equipa". "Também somos uma equipa muito boa. Acreditamos em nós e precisamos de uma exibição de topo. Acreditamos que vamos ganhar", referiu Roger Schmidt, em declarações à BTV, antes da conferência de Imprensa, no Benfica Campus.

A possibilidade de Bah, Kökcü e Di María entrarem nas opções para o jogo com os espanhóis mantém-se em aberto. A situação será gerida com os atletas e junto do departamento médico, segundo o técnico do campeão nacional.

As equipas partilham alguns conceitos de jogo. Tendo em conta esse cenário, o que pode marcar a diferença?

Quando analisamos a Real Sociedad, vemos uma equipa que joga um futebol intenso, com uma abordagem tática esclarecida na defesa e no ataque. São muito bons nos momentos de transição, especialmente quando ganham a bola. Têm jogadores que se esforçam muito para estarem disponíveis nos contra-ataques. Vejo uma equipa muito boa. Temos de jogar ao nosso Melhor nível, eles estão em boa forma. Fizeram uma ótima época, e, para se qualificarem para a Liga dos Campeões, têm de ser uma das melhores equipas em Espanha. Estão habituados uns aos outros, são uma equipa muito equilibrada. Isto quer dizer que vai ser um jogo difícil, mas jogamos em casa. Em casa, e também fora, sabemos que somos capazes de ganhar contra equipas numa boa sequência de resultados. Esse é o desafio para amanhã [terça-feira]. Não foi o começo perfeito na Liga dos Campeões para nós. Começou com dois penáltis e um cartão vermelho em casa nos primeiros 10 minutos [contra o Salzburgo], é sempre uma situação difícil. Ainda assim, mesmo nesse jogo, mostrámos que podemos lidar com situações complicadas, mas, no final, perdemos. Perdemos outra vez na casa do Inter, não é uma vergonha, mas significa que, agora que só sobram quatro jogos, se queremos ser uma das duas equipas qualificadas para a fase eliminatória, temos de mudar o ímpeto. Vai ser um jogo difícil até ao último minuto, mas contamos com o apoio dos nossos adeptos, e também com a nossa união e qualidade.

Considera que este é o jogo mais importante da época até agora?

Os jogos mais importantes do Benfica são sempre contra o FC Porto. Vencemos duas vezes, na Supertaça e na Liga, e amanhã [terça-feira] não é uma decisão final, mas eu entendo a questão. Claro que temos grandes ambições na Liga dos Campeões e queremos continuar nesta competição. Na temporada passada, fizemos um grande esforço para vencer a Liga e garantir a qualificação para a Champions. Queremos permanecer nesta grande competição, daí termos muita motivação e paixão para jogar a este nível. Por isso, tudo faremos para vencer e criar uma nova situação no grupo.

Disse que tem de mudar o ímpeto. Para tirar o melhor dos jogadores e superar toda a pressão, o trabalho tem de ser mental?

Esse é o desafio-chave. Há sempre a parte tática, de encontrar a melhor estratégia para o jogo, mas criar a atitude e a mentalidade certa para o jogo e estar pronto para diferentes fases do jogo são um dos meus maiores desafios. É algo que não começa amanhã. Falamos sempre destas coisas, mesmo na época passada. Nestes momentos, temos de olhar para trás e usar as experiências que já temos em mais de um ano para relembrar aos jogadores como podemos lidar com este tipo de situações e encontrar o melhor caminho para jogar ao nosso melhor nível. É a minha tarefa, estamos a falar disso e, com certeza, os jogadores vão estar prontos.

Houve a paragem para os jogos das seleções, o regresso na Taça de Portugal, contra uma equipa de escalão inferior, enquanto a Real Sociedad teve um jogo mais competitivo. Esta partida vem em má altura?

Percebo o que quer dizer, mas sinceramente não penso dessa forma. Por vezes é mais fácil quando se tem sempre a mesma equipa em campo, quando os jogadores estão sempre aptos, mas não é usual ser sempre assim. Faz parte ter de gerir situações difíceis, ou situações como a atual. Temos um plantel muito bom, os jogadores estão em boa forma e já vencemos muitos jogos nesta temporada. Perdemos o primeiro jogo na Liga, mas depois ganhámos todos os outros. Tivemos muito azar no primeiro jogo da Champions, e contra o Inter a segunda parte não foi a melhor, mas perder lá é um resultado possível. Já fizemos jogos muito bons, tal como na temporada passada. Estamos habituados a isto e a força da equipa passa por olhar para o futuro e encarar os próximos 90 minutos. O mais importante é aceitar e fazer o melhor em campo.

Quão otimistas e confiantes devem estar os adeptos do Benfica para este jogo?

Penso que estão sempre otimistas e positivos. Temos de mostrar, desde o início, que devem manter essa postura. Precisamos deles no seu melhor, e eles podem esperar que jogaremos no nosso melhor nível, em termos de atitude, intensidade, tudo o que possa influenciar em termos de mentalidade. Neste momento, nem tudo está a 100%, houve algumas alterações, mas para amanhã [terça-feira] precisamos de todos os jogadores, sejam titulares ou estejam no banco. Precisamos deles totalmente focados e têm de dar tudo. É isso que vejo nos treinos e há que colocar isso em prática, no campo.

Explicou que a titularidade de Juan Bernat contra o Inter se deveu à sua experiência. Esse pormenor também faz a diferença para o jogo com a Real Sociedad?

O Juan Bernat chegou um pouco mais tarde à nossa equipa. Veio com uma lesão, temos de o desenvolver, tem de ter minutos de jogo. Já jogou alguns jogos e também treinou muito, já está em muito melhor forma do que há algumas semanas. O David Jurásek está na mesma situação. Começou bem, lesionou-se contra o Boavista e esteve de fora durante umas semanas. Estão melhor a cada semana. Neste momento, não estão os dois a 100%, mas estão preparados para este tipo de jogos. Vamos ver qual será a minha decisão.

Di María está apto para jogar?

Em primeiro lugar, estou muito feliz por ter todos os jogadores disponíveis no treino de hoje [segunda-feira]. Ter Ángel [Di María], Alex Bah e Orkun [Kökcü]... são boas notícias. Agora, terei de ver com os jogadores e também com o departamento médico como gerimos a situação para amanhã [terça-feira]. Por um lado, não queremos correr riscos, mas é um jogo muito importante, e mesmo amanhã [terça-feira] teremos de continuar a trabalhar para que possa haver uma pequena chance de tê-los de início, ou no banco. Neste momento, não tenho garantias a 100% de que os jogadores estarão aptos, mas continuamos a trabalhar nesse sentido.