Roger Schmidt fez a antevisão do jogo do Benfica com o Lusitânia, agendado para as 16h30 (15h30 nos Açores) de sexta-feira, 20 de outubro, no Estádio João Paulo II, referente à 3.ª eliminatória da Taça de Portugal. O técnico das águias espera um "jogo duro" e fala de uma "grande motivação para vencer a competição".

A ambição do grupo de trabalho é clara antes de iniciar a participação em mais uma competição na presente temporada 2023/24: vencer a Taça de Portugal. Isso mesmo fez questão de sublinhar Roger Schmidt, em conferência de Imprensa realizada no Benfica Campus. O treinador espera encontrar um rival "com muita ambição", pese o facto de este atuar no Campeonato de Portugal.

O técnico abordou ainda o "equilíbrio" que pretende obter na utilização dos jogadores, sobretudo os que estiveram ao serviço das seleções nacionais.

O Benfica tem pela frente uma nova competição, onde vai defrontar uma formação que irá dar tudo em campo. O que espera do encontro com o Lusitânia?

O primeiro jogo após a pausa para os jogos das seleções nacionais é sempre um pouco especial, mas, quando se joga um desafio de Taça numa sexta-feira à tarde, nos Açores, ainda é mais especial. É muito claro que Temos de estar bem preparados para este jogo, pois também temos muita ambição nesta competição. O nosso objetivo é vencer esta prova. É um jogo de Taça e, por vezes, na primeira eliminatória, joga-se frente a equipas de divisões inferiores. É sempre um desafio, porque estas equipas não têm nada a perder. Para estas equipas é uma grande motivação. Mas nós também temos uma grande motivação.

Treinou toda a semana sem vários jogadores que estiveram ao serviço das seleções nacionais. Podemos esperar um onze inicial muito diferente do habitual?

Temos de distinguir um pouco os casos. Alguns jogadores chegaram no início da semana, outros, como o Nico [Otamendi], o David [Neres] e o Trubin, chegaram hoje [quinta-feira, 19 de outubro]. Temos de os distinguir e encontrar o equilíbrio certo, para não os sobrecarregar e utilizarmos outros jogadores. Penso que temos uma equipa muito boa para o fazer, para mudar, está tudo equilibrado. Felizmente, o tempo está um pouco melhor nos Açores, diferente daquele que, de momento, está em Lisboa. Estamos preparados para um jogo duro de Taça.

Para este jogo, considera apostar em jogadores menos utilizados, ou vai apresentar uma equipa mais próxima da habitual?

Temos alguns jogadores lesionados como Kökcü, Bah e Di María. Eles não estão prontos para jogar amanhã [sexta-feira], mas esperamos que recuperem para o jogo de terça-feira [Real Sociedad]. É uma questão em aberto. Neres, Otamendi e Trubin chegaram hoje [quinta-feira] e não vão estar com a equipa amanhã [sexta-feira]. Posto isto, já temos de fazer algumas alterações no onze inicial. Vejo isto como uma grande oportunidade. Nas próximas três semanas, vamos disputar sete jogos para todas as competições e precisamos de todo o plantel. É uma boa altura para os jogadores menos utilizados poderem mostrar-se. Gosto desta situação e estou ansioso por disputar um bom jogo amanhã [sexta-feira].

Como se motiva os jogadores para um jogo como este?

Motivar jogadores para jogarem futebol é sempre uma questão especial, pois eles adoram jogar futebol e bom futebol. Claro que, nos jogos de Taça, quando se joga contra equipas de divisões inferiores, esperam que os jogadores possam subestimar o adversário. Talvez por isso, às vezes, haja surpresas nestes jogos. O que espero dos meus jogadores é que eles respeitem sempre o adversário e que deem sempre tudo em campo. Quando vestimos a camisola do Benfica, o nosso dever é jogar um futebol de topo e dar tudo para vencer o jogo. É algo que espero sempre, especialmente neste tipo de jogos.

Após a pausa competitiva para os jogos das seleções nacionais, prefere recomeçar com um jogo de Taça ou de Campeonato?

Nestas situações aceito sempre o que está definido, é o que é. É este o calendário. Como já disse, jogar na sexta-feira à tarde é especial, mas também era nosso desejo jogar mais cedo para viajar de volta logo na sexta-feira para estarmos preparados para terça-feira [jogo da Liga dos Campeões, frente à Real Sociedad]. É um desafio, mas não me queixo disso. Gosto dos jogos de Taça, quero mesmo ir à final com os meus jogadores, por isso há que aceitar este calendário e estes jogos. Seria mais fácil jogar em Lisboa com uma equipa de divisão inferior, mas isto faz parte da Taça. Há que mostrar uma boa mentalidade desde o início para alcançar algo de especial nesta competição.

Concorda com a avaliação feita por alguma Imprensa checa ao momento de forma de Jurásek? Juan Bernat pode mostrar-se mais?

Também analisamos os jogos dos nossos jogadores nas seleções nacionais. O David [Jurásek] vem de uma lesão difícil, são sempre precisos alguns jogos para voltar à melhor forma em termos físicos, de confiança e de ligação com os colegas, quer no Benfica, quer na seleção. É normal. Foi muito bom ter jogado os dois jogos na seleção, porque cada minuto ajuda-nos e ajuda-o a chegar à sua melhor forma. O Juan Bernat e o David [Jurásek] vêm ambos de lesão, precisam de jogar, e jogaram os últimos jogos aqui no Benfica. Amanhã [sexta-feira] vamos tomar uma decisão, mas precisamos dos dois jogadores na sua melhor forma e temos de os desenvolver. Nenhum dos dois está capaz de jogar ao ritmo de um jogo a cada três dias, precisamos dos dois e temos de os trabalhar.

Rafa tem sido um jogador-chave do Benfica e está no último ano de contrato. Está preocupado com a possibilidade de perder o jogador?

Em primeiro lugar, estou muito feliz por ele ter ficado nesta época. Foi uma decisão clara do Benfica e, agora, cabe ao jogador e às pessoas do Clube falarem sobre esse tópico. Conheço o Rafa. Ele tem as ideias claras e, caso queira fazer alguma coisa diferente no fim da carreira, tomará essa decisão. De momento, estou completamente focado nesta época e em apoiá-lo o melhor que posso para que ele faça uma temporada de topo. No final, tomará a sua decisão. Aqui, no Benfica, toda a gente gostava que ele ficasse, talvez até ao final da sua carreira, mas também temos de respeitar que um jogador com a sua idade e com a sua história no Clube pense no futuro. Falei com o Rafa no início da pré-temporada e ele sempre foi muito honesto comigo, mas também com ele próprio. Vamos ver o que acontece.