terça-feira, 19 de setembro, o duelo entre o Benfica e o Salzburgo, da 1.ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões. Sublinhando o estatuto especial da prova, o técnico garantiu que a equipa vai pensar jogo a jogo e trabalhar muito para marcar a diferença relativamente aos adversários do Grupo D.

Na conferência de Imprensa de antevisão no Benfica Campus e, antes, em declarações à BTV, o comandante das águias exaltou o bom momento que a sua equipa tem vivido nas últimas semanas, mas lembrou as dificuldades de enfrentar um adversário cuja abordagem ao jogo tem muitas semelhanças com a do Benfica. O plano, desvendou, passa por não cometer erros, ganhar e ficar numa boa situação no Grupo D.

Roger Schmidt também clarificou que Trubin é, neste momento, a primeira escolha para a baliza e que haverá um "momento certo" para gerir a condição física dos jogadores mais utilizados.

Benfica e Salzburgo são equipas com muitas semelhanças na abordagem ao jogo. O que pode fazer a diferença?

Vamos jogar contra uma equipa intensa, que também faz imensa pressão sob o portador da bola e que trabalha bem sem a bola. Nos últimos jogos, a nossa abordagem foi um pouco diferente, porque enfrentámos equipas com bloco baixo, mas temos de estar prontos para a história de cada jogo. Acreditamos em nós e respeitamos sempre o adversário, especialmente na Liga dos Campeões, onde não há equipas fracas. Nos últimos anos, o Salzburgo trabalhou muito para fazer parte da família da Liga dos Campeões e, para eles, é algo muito especial. Temos confiança que podemos fazer um grande jogo em casa e o objetivo é ganhar.

Este jogo marca o início de uma nova história na Liga dos Campeões. O que espera da equipa na prova?

É um grande desafio jogar uma fase de grupos da Liga dos Campeões, porque enfrentamos equipas que tiveram sucesso na última época. Todas têm muita qualidade e a minha experiência diz-me que temos de estar focados em cada jogo. Estamos completamente focados no Salzburgo e nos 90 ou 100 minutos que temos de disputar. Só temos seis jogos para mostrar que merecemos ser uma das duas equipas apuradas para a fase a eliminar e não podemos cometer erros. Temos de estar prontos para cada jogo e é isso que queremos fazer. Jogamos o primeiro jogo em casa e queremos ganhar para ficarmos numa situação boa no grupo. Mas, na Liga dos Campeões, sabemos que, mesmo jogando em casa, temos de trabalhar muito para marcar a diferença. Na temporada passada a nossa abordagem passou por estarmos totalmente concentrados e foi assim que conseguimos vencer vários jogos e ter sucesso na prova. Vamos tentar fazer o mesmo nesta época. Estamos muito bem preparados, temos jogado bem nas últimas semanas e estamos confiantes. Respeitamos o nosso adversário, porque é importante saber que eles também jogam um futebol muito intenso.

Jurásek e Bernat trabalharam no relvado. Vai lançar um desses jogadores no lado esquerdo da defesa ou prefere manter Aursnes na posição?

Não vou anunciar as minhas decisões para amanhã [quarta-feira], mas estou muito feliz por ter os 22 jogadores de campo a treinar hoje [terça-feira] no relvado. Na última conferência de Imprensa já tinha dito que Jurásek, Juan Bernat e Gonçalo Guedes estão a recuperar de lesão. Temos de prepará-los e decidir, a cada jogo, se estão prontos para estarem na equipa, porque só faz sentido estarem lá se os puder utilizar. Não queremos que tenham recaídas nas lesões. Nas últimas semanas tivemos de encontrar outras soluções para lateral-esquerdo e o Fredrik [Aursnes] esteve muito bem. Está a evoluir a cada jogo e tem mostrado que é flexível e inteligente para jogar em qualquer posição. Ele é uma opção, mas há outras. Amanhã [quarta-feira] vou tomar uma decisão.

Quão especial é para si enfrentar o Salzburgo, clube onde se sagrou campeão pela primeira vez?

É especial porque é na Liga dos Campeões. Fui treinador do Salzburgo há muito tempo, há 10 anos. Entretanto, estive na Alemanha, na China, nos Países Baixos e em Portugal. Já não está lá muita gente com quem trabalhei na altura, mas as minhas recordações desse tempo são ótimas. Tínhamos um excelente grupo com grandes jogadores, mas isso já faz parte da história. Para mim, o mais importante é estarmos preparados para jogar um encontro de Liga dos Campeões e é nisso que estou concentrado.

O duelo com o Vizela foi o derradeiro teste de fogo para Trubin? A experiência dele na Liga dos Campeões coloca-o em vantagem relativamente a Samuel Soares?

Já tive a oportunidade de explicar a minha decisão sobre o guarda-redes, inclusivamente sobre a entrada de Samu [Samuel Soares]. Dei-lhe três jogos para mostrar serviço, porque acreditamos muito nele. O Trubin precisava de algum tempo para se adaptar à realidade do Benfica, aos colegas e à nossa abordagem. Ele jogou muito bem no sábado [16 de setembro], não teve muito que fazer, mas essa é a situação de um guarda-redes do Benfica. Foi bom para ele jogar os 90 minutos. Amanhã [quarta-feira] vai jogar. Neste momento, ele é o número 1, confiamos nele e está pronto.

Di María tem estado em grande destaque e jogado quase sempre os 90 minutos. Está preocupado com a sua condição física?

Foi por isso que o substituí no sábado [16 de setembro] a dois minutos do fim, para ele poder descansar um pouco... O Ángel [Di María] está em grande forma, fez uma excelente pré-época, é um grande profissional e está habituado a disputar muitos jogos. Frente ao Vizela esteve muito bem após jogar na Bolívia pela sua seleção e de ter feito uma viagem longa. Quando vejo que ele está bem fisicamente, mantenho-o no campo. Quando ele está em grande forma, como sucede neste momento, isso não é um problema, porque ele está há 17 anos a jogar futebol profissional. A determinado ponto, teremos de encontrar o momento certo para gerir a condição física de alguns jogadores que têm jogado muito, mas amanhã [quarta-feira] é Liga dos Campeões.

Gonçalo Guedes pode ser opção para este jogo?

Gonçalo [Guedes] está a trabalhar no duro, depois da sua lesão e do regresso ao Benfica. Estamos muito felizes com isso, mas esteve de fora durante muito tempo. Está a treinar com a equipa há alguns dias e acho que ainda necessita de mais sessões de treinos para recuperar a confiança e, também, para não corrermos qualquer risco. No momento, ele está a trabalhar sem limitações, estamos a prepará-lo e espero que, em breve, o possamos utilizar, porque precisamos dele.

Sente que a equipa está pronta para dar um passo em frente na Liga dos Campeões, após ter chegado por duas vezes seguidas aos quartos de final?

Entendo a questão, mas tenho muito respeito pela Liga dos Campeões. Nos últimos dois anos, o Benfica chegou aos quartos de final e isso é um grande êxito. Mas isso não quer dizer que, daqui para a frente, a nossa tarefa se torne mais fácil. Para nós, é sempre um desafio chegar à fase a eliminar. É esse o nosso primeiro objetivo e, depois, tentamos dar o nosso melhor para avançar na competição. Neste momento, temos de nos focar em cada um dos seis jogos da fase de grupos, onde são eliminadas várias equipas. Precisamos do foco total para amanhã [quarta-feira]. Seria ótimo alcançar algo semelhante à época anterior e vamos lutar por isso, mas, neste momento, não pensamos nisso.

Como vê o trabalho de Benfica e Salzburgo no aproveitamento do talento das suas academias?

Ambas as equipas são fantásticas em relação às suas academias. Trazem sempre jogadores para a primeira equipa, e nem todas as equipas que participam na Liga dos Campeões conseguem jogar com jogadores formados nas suas academias. É um excelente sinal para ambos os conjuntos.